Lauro de Freitas: servidoras são demitidas sem aviso e sem salário

Oito servidoras da Secretaria de Saúde de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), foram desligadas sem aviso, e continuaram trabalhando sem receber salário durante todo o mês de fevereiro. De acordo com uma das funcionárias, que preferiu manter-se anônima, o desligamento começou a valer a partir do dia 14 de fevereiro, mas elas seguiram com as atividades até o último dia 6 de março, quando descobriram a situação ao questionar o atraso nos pagamentos na Secretaria Municipal de Administração (Secad).

As servidoras, que atuam no setor de regulamentação da secretaria, foram informadas na Secad que o desligamento já havia sido comunicado à diretora do setor, Beatriz Batista dos Santos. No entanto, segundo relato de uma das funcionárias, a diretora, empossada no cargo sob a nova gestão da prefeita Débora Regis (União Brasil), alegou não ter conhecimento dos desligamentos e, por isso, não interrompeu as atividades das servidoras.

Após a denúncia enviada ao Aratu On, a reportagem tentou contato com a gestão municipal para obter mais detalhes sobre o desligamento das servidoras, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. 

Lauro de Freitas: atraso nos pagamentos e promessas não cumpridas

Desde que foram informadas sobre o desligamento, as servidoras tentam reivindicar o pagamento dos salários atrasados, mas, segundo elas, enfrentam sucessivos descumprimentos de prazos.

O último prazo estabelecido pela Secad foi a última sexta-feira (14), quando a coordenadora do setor teria garantido que os valores seriam creditados até o final do dia. “Tentei contato diversas vezes, e ela prometeu que o pagamento seria feito”, relatou uma das servidoras.

No entanto, o acordo não foi cumprido, e um novo prazo foi dado para esta segunda-feira (17). Segundo as servidoras, até o momento, os débitos não foram quitados.

Lauro de Freitas: condições precárias de trabalho

Segundo a servidora, que esta na secretaria desde setembro de 2023, ainda sob a gestão da ex-prefeita Moema Gramacho (PT), além do salário, elas também deixaram de receber auxílio-alimentação, adicional de insalubridade e vale-transporte.

Em janeiro deste ano, a atual prefeita, Débora Regis, decretou estado de emergência e calamidade financeira por 90 dias, com possibilidade de prorrogação por igual período. A gestão também destacou que existem dívidas previdenciárias superiores a R$ 50 milhões, acumuladas desde setembro de 2024, resultando em inadimplência fiscal e previdenciária grave. Além disso, foi identificado um endividamento a curto prazo superior a R$ 150 milhões.

A funcionária relatou que acredita que o desligamento tenha partido de um pedido do coordenador do setor de regulação da Secretaria de Saúde, com quem algumas das servidoras já tiveram conflitos. Ela optou por não revelar a identidade dele. 

A mulher afirmou que nunca teve problemas diretos com o funcionário em questão, mas que, desde sua entrada na secretaria, sob a nova gestão, houve diversos episódios de atritos envolvendo o profissional. “Ele tratava mal os pacientes, era arrogante”, contou.

Lauro de Freitas: situação ainda sem solução

Enquanto aguardam uma solução para o impasse, as servidoras seguem sem receber os valores devidos e sem perspectivas claras de regularização da situação. A falta de transparência e comunicação por parte da gestão municipal tem gerado indignação entre as funcionárias, que cobram respostas e o cumprimento dos direitos trabalhistas.

A reportagem segue em busca de contato com a Prefeitura de Lauro de Freitas, para acompanhar o caso e atualizará as informações assim que houver novos desdobramentos.

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