Grupo que tentou hackear site do TSE é bolsonarista e tentava criar teoria da conspiração, diz SaferNet
Grupo que tentou hackear site do TSE é bolsonarista e tentava criar teoria da conspiração, diz SaferNet
O ataque sofrido pelo site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na manhã de domingo (15/11), enquanto ocorriam as eleições, e o vazamento de uma base de dados desatualizada de funcionários no mesmo dia, podem ter sido feitos por um grupo bolsonarista para enfraquecer a ideia de voto seguro. A informação foi obtida a pedido do jornal El País pela ONG SaferNet, que trabalha com o Ministério Público Federal (MPF) nas investigações.
Segundo a reportagem, a conclusão do instituto é que o ataque tinha intenção de abastecer teorias conspiratórias. A SaferNet já havia mostrado que a tentativa de derrubar o site do TSE teve uma ação coordenada e agora acrescentou que o objetivo final era o de desacreditar as eleições. Os dados antigos dos funcionários, por exemplo, foram retirados dos computadores em outubro, mas divulgados apenas no último domingo.
“Em caso de sucesso, os atacantes só trariam o inconveniente de a população ficar sem acesso ao serviço por um tempo. É uma operação cujo objetivo não era causar um dano material, mas psicológico. É você criar a suspeita, inocular na população o vírus da dúvida sobre a integridade, a lisura e a segurança do processo eleitoral”, disse Tavares ao El País.
Entre os divulgadores das informações falsas difundidas poucos minutos ao ataque, estariam dezenas de militantes bolsonaristas, alguns deles investigados nos inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos, que tramitam no Supremo Tribunal Federal.
Ainda de acordo com a reportagem, as informações obtidas pela equipe da SaferNet já foram compartilhadas com o TSE e com a Procuradoria Geral da República. Nelas há a comprovação que postagens com fake news resultaram em mais de um milhão de compartilhamentos o Facebook e no Instagram, em poucas horas.
Diante desses dados, o presidente da Corte, o ministro Luís Roberto Barroso, encaminhou o documento para a Polícia Federal que abriu uma apuração. O ministro suspeita que houve “uma motivação política na operação” e uma “orquestração para desacreditar o sistema e as instituições”.
“Milícias digitais entraram imediatamente em ação tentando desacreditar o sistema. Há suspeita de articulação de grupos extremistas que se empenham em desacreditar as instituições, clamam pela volta da ditadura e muitos deles são investigados pelo STF”, disse o ministro.
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"Essa milícia digital aproveitou a crise de imagem do tribunal para voltar a defender o voto impresso e para dizer que as urnas eletrônicas não são confiáveis, apesar de serem usadas há 24 anos no Brasil sem qualquer comprovação de fraude. Se alguém trouxer um documento, uma prova, de que ocorreu alguma coisa errada, nós vamos imediatamente investigar. Ninguém aqui é apaixonado por urnas eletrônicas, somos apaixonados por eleições limpas”, afirmou Barroso.
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