Forças iranianas usam balas reais contra manifestantes
Forças iranianas usam balas reais contra manifestantes
A polícia e as forças de segurança iranianas utilizaram projéteis reias e gás lacrimogêneo para dispersar manifestantes que protestavam contra as autoridades que negavam ter abatido um avião ucraniano. O incidente ocorreu na noite do domingo (12/1), nas proximidades de Azadi, ou Praça da Liberdade, em Teerã.
A informação não foi veiculada pela mídia do Irã durante o incidente contudo, organizações não governamentais de defesa de direitos humanos já pediram ao Irã que permita que as pessoas protestem pacificamente, conforme permitido pela Constituição.
"Após traumas nacionais sucessivos em curto período de tempo, as pessoas devem poder expressar o luto e exigir responsabilidades em segurança", disse o diretor executivo da organização não governamental (ONG) Centro para os Direitos Humanos no Irã, com sede em Nova Iorque. "Os iranianos não deviam ter de arriscar a vida para exercer o direito constitucional de se reunir pacificamente", acrescentou a ONG.
Vídeos enviados à organização mostram uma multidão correndo, após uma granada de gás lacrimogêneo atingir os manifestantes. As pessoas tossem e espirram enquanto tentam escapar, com uma mulher gritar, em farsi: "Eles dispararam gás lacrimogêneo contra as pessoas! Praça Azadi. Morte ao ditador!".
Outro vídeo mostra uma mulher sendo carregada, em meio a marcas de sangue no chão. Pessoas ao seu redor gritavam que ela foi baleada na perna. "Ela sangra sem parar!", disse uma pessoa.
A Polícia antimotim, com uniformes e capacetes pretos, reuniram-se na Praça Vali-e Asr, na Universidade de Teerã, e em outros pontos da capital. Membros da Guarda da Revolução patrulhavam a cidade em motos, e outras forças da segurança à paisana também foram mobilizados para as ruas. As pessoas olhavam para baixo, enquanto passavam rapidamente pela polícia, aparentemente para tentar não chamar a atenção.
Queda do avião ucraniano - Na quarta-feira (8), a queda do avião ucraniano, abatido por um míssil, causou a morte de todas as 176 pessoas que se encontravam a bordo, a maioria iranianas e canadenses.
Inicialmente, as autoridades iranianas negaram qualquer culpa das Forças Armadas no acidente. Após três dias, o Irã admitiu que o avião foi derrubado acidentalmente, diante das crescentes provas e acusações apresentadas por vários líderes ocidental.
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