Filho de Mãe Bernadete contradiz versão da polícia e fala em 'contrato do tráfico'
Conforme investigações oficiais, ialorixá teria se desentendido com um vendedor de madeira ilegal, morador do quilombo e próximo dos traficantes
Jurandir Pacífico, filho da ialorixá e liderança quilombola Mãe Bernadete, discorda da versão apresentada pela Polícia Civil da Bahia no que diz respeito ao assassinato da matriaca. Em coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira (17/11), em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), ele disse que os traficantes de drogas - apontados pelas autoridades como mandantes e executores do crime -, teriam sido contratados pela especulação imobiliária empresarial.
Para Jurandir, a conclusão do Ministério Público e da Polícia Civil é inválida e os homens indiciados teriam sido contratados por alguém "mais poderoso". De acordo com as investigações oficiais, Mãe Bernadete teria se desentendido com um vendedor de madeira ilegal, morador do quilombo e próximo dos traficantes.
Esse vendedor teria incitado os traficantes a matarem a líder do Quilombo Pitanga dos Palmares após afirmar para eles que a ialorixá teria, supostamente, prometido deixar a área - repleta de policiais e agentes da segurança pública -, o que prejudicaria empreendimento do tráfico local.
EM TEMPO
Três meses após o assassinato de Mãe Bernadete, a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) e a Terra de Direitos divulgaram, nesta sexta-feira (17), um estudo que mostra o crescimento da violência em comunidades tradicionais. Segundo a nova edição da pesquisa "Racismo e Violência contra Quilombos no Brasil", a média anual de assassinatos praticamente dobrou nos últimos cinco anos, se comparado ao período de 2008 a 2017.
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