"Fere a alma": secretaria baiana se manifesta após Bolsonaro receber medalha por apoio aos indígenas
A secretaria afirma que passou a fazer o trabalho estipulado para a Fundação Nacional dos Índios (Funai) após o sucateamento da pasta.
O presidente Jair Bolsonaro (PL), que está visitando Salvador nesta quarta-feira (16/3), recebeu, do ministro da Justiça, Anderson Torres, a medalha do mérito indigenista. A honraria, criada há 50 anos, é concedida a pessoas que se destacam pelos trabalhos de proteção e promoção dos povos indígenas brasileiros
Pouco após o anúncio, feito no final da manhã, a Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia (SJDHDS) decidiu se pronunciar após ter recebido a notícia com "perplexidade e choque".
"A entrega [da medalha] a Jair Bolsonaro causou indignação aos defensores dos diretos humanos e dos povos indígenas da Bahia e do Brasil. Propagador de políticas anti-indígena, Bolsonaro ignora todos os pedidos de socorro dos índios brasileiros e promove um massacre dos seus direitos, com uma política de retrocessos que amplia as violações, a descriminação, o desrespeito, os conflitos fundiários", defendeu a pasta, ligada ao governo de Rui Costa (PT).
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A secretaria afirma que passou a fazer o trabalho estipulado para a Fundação Nacional dos Índios (Funai) após o sucateamento da pasta. "A FUNAI e todos os órgãos que atuam na defesa dos povos indígenas foram sucateados e loteados por pessoas sem qualquer aptidão ou sensibilidade, colocando para os governos estaduais a defesa da garantia dos direitos dos indígenas, como é o caso da Bahia', reclama.
"Conceder a medalha do mérito indigenista ao presidente Jair Bolsonaro fere a alma, a história e a luta dos povos indígenas brasileiros. É um desrespeito sem medida a um povo que fez e faz a história desse país", conclui o comunicado.
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