Ex-secretário de Jaques Wagner é denunciado por assédio e perseguição

James Silva Santos Correia, de 66 anos, ex-secretário do senador Jaques Wagner, está enfrentando graves acusações de sua ex-companheira, Magali de Oliveira Viana, por assédio sexual, violência psicológica e perseguição após o término do relacionamento, ocorrido em novembro de 2022.

Ex-secretário é denunciado pela ex-companheira. Foto: Gov BA

---

O caso, que veio à tona por meio de documentos judiciais acessados pelo Aratu On, revela uma série de comportamentos abusivos por parte de James, que teriam persistido mesmo após o fim dos 15 anos de relacionamento.

Após a separação, James e Magali continuaram a residir no mesmo apartamento, localizado no bairro da Vitória, cada um ocupando um quarto. No entanto, os conflitos começaram a se intensificar quando James fez um buraco na parede do quarto de Magali e instalou fios, alegando necessidade de acesso ao espaço para utilizar a impressora — embora houvesse outra disponível no apartamento. Magali suspeitou que o verdadeiro objetivo fosse invadir sua privacidade.

A situação se agravou quando Magali descobriu gravadores de voz escondidos atrás da cama onde dormia, e mais futuramente até câmeras em áreas privadas do apartamento. Ela relatou que James passou a assediá-la constantemente, enviando fotos, vídeos e e-mails com conteúdo obsceno. 

James enviava fotos e vídeos obscenos para ex-companheira. Foto: Reprodução

---

Mesmo após ser bloqueado em aplicativos de mensagens, James continuou a enviar e-mails para Magali, pedindo para ser desbloqueado e prometendo "se comportar". Em uma das mensagens, ele ameaçou bloquear os cartões de crédito e débito da conta conjunta, o que acabou fazendo posteriormente, causando transtornos financeiros à ex-companheira.

Em depoimento, o irmão de Magali relatou que ela havia confidenciado que James entrou sem roupas no quarto dela, com a intenção de ter relações sexuais, mas foi embora após ser repreendido. 

Em fevereiro de 2023, James chegou a sair do apartamento, mas passou a rondar o condomínio e frequentar a academia do local, intimidando Magali. Segundo trechos do documento da defesa de Magali, ele ameaçou invadir o apartamento e estipulou um prazo para o recebimento das chaves, sob a ameaça de chamar um chaveiro para trocar as fechaduras.

A advogada de Magali solicitou uma medida protetiva de urgência, alegando que sua cliente sofreu violência moral, psicológica, sexual e patrimonial. A medida foi concedida pela Justiça, garantindo proteção a Magali contra as ações de James.

Por outro lado, a defesa de James afirmou que ele recebeu as acusações com "tristeza e decepção", argumentando que Magali estaria tentando retaliá-lo e constrangê-lo por não ter obtido vantagens patrimoniais na separação. Segundo seus advogados, a intenção dela seria obter uma partilha ilegal e indevida de bens.

LEIA MAIS: Corpo é encontrado com pescoço e mãos amarradas no Bom Juá