Estagiário da TV Aratu é baleado durante ação da Rondesp em Cajazeiras; "já vieram atirando"
Estagiário da TV Aratu é baleado durante ação da Rondesp em Cajazeiras; "já vieram atirando"
Um estagiário da TV Aratu foi baleado durante ação da Polícia Militar no último domingo (12/1) no bairro de Cajazeiras 10, em Salvador. A esposa da vítima, que prefere o anonimato, diz que o rapaz, de prenome Rafael, foi atingindo no Caminho 4, perto da Rótula da Feirinha.
A mulher informou que tudo aconteceu por volta das 23h e envolveu uma guarnição da Companhia Independente de Policiamento Tático (CIPT/Rondesp Central). Muito emocionada, ela lembra que se desesperou ao ver o marido, considerada uma pessoa pacífica, ferido. "Eu ouvi o tiro. Foi uma cena muito chocante. Eu pensei que eu iria perdê-lo. Quando eu vi a cena de ele bater em uma parede e voltar para outra eu falei: perdi Rafael!".
O homem, que trabalha no setor de Tecnologia da Informação (TI), foi levado para o Hospital Prohope e passou por cirurgia. "Ele está bem, apesar do susto. Ele colocou um suporte para evitar infecções. Depois, o médico vai ver a possibilidade de precisar colocar placa".
O estagiário sustenta que já estava pronto para dormir quando resolveu ir até a porta de casa. "Os policiais já vieram do início da rua atirando e um dos tiros atingiu a minha perna. Eu não quis voltar pra casa pois eu fiquei com medo de eles entrarem e me matarem lá dentro. Pulei o muro de uma vizinha, sem ter força em uma perna porque o tiro acertou o meu joelho, e me escondi. Quando os policiais foram embora eu recebi socorro", narra.
Essa não é a primeira vez que esse tipo de ação ocorre no local, segundo a vítima. "A PM trata o favelado como se fosse passarinho pois já chega atirando. Eu só quero me recuperar e trabalhar normalmente com vocês aí na TV. E lembrar que na favela também tem morador de bem", finaliza.
A reportagem do Aratu On pediu um posicionamento da Polícia Militar, que não tinha se pronunciado até a publicação desta reportagem. "Eu não sou contra a operação da polícia. Eles, servidores públicos, que tem a função de nos proteger. Mas essa forma como eles agem, é uma forma absurda. Porque dentro da comunidade existem pessoas trabalhadoras. Nem todo negro é bandido!", conclui a esposa de Rafael.
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