Mãe e filhos de Itabuna são localizados em Pau da Lima, em Salvador

Foram encontrados no bairro de Pau da Lima, em Salvador, a mãe e os dois filhos com deficiência intelectual que desapareceram após chegarem em Salvador, no fim da tarde desta terça-feira (24). 

Valdete da Conceição (conhecida por Liu) e os jovens Ana Paula, de 19 anos, e Eron, de 17, sumiram após desembarcarem na rodoviária de Salvador. Eles não são alfabetizados e contaram com o auxílio de uma pessoa conhecida para deixarem a cidade de Itabuna, no Sul do estado, com o objetivo de passar o Natal com a família na capital baiana. 

O reencontro da família foi proporcionado e registrado pela equipe de reportagem do programa Alô Juca, da TV Aratu. Ao repórter Ramon Lisbôa, que acompanhou o trajeto até o final feliz, o Padre Jorge, de Pau da Lima, explicou como o trio foi parar lá.

"A noite de Natal tem muita missa e o pessoal da comunidade trouxe eles na hora da missa, por volta das 20h30. Eles estavam perdidos em São Marcos. Aí a gente acolheu com alegria. Eles jantaram conosco, fizeram a ceia e dormiram aqui, aí hoje de manhã fui ao Pau Miúdo, porque disseram que eram do Pau Miúdo", disse o pároco, antes de Ramon contar a história completa.

Ao reencontrar os parentes e abraçá-los, Júlia Farias, sobrinha de Valdete, agradeceu a todos que ajudaram. "Estou muito feliz, muito emocionada e muito grata a todos que compartilharam, a quem foi falando, se preocupando, que mandou mensagem, fez uma oração... Sou muito grata a cada um de vocês", iniciou, acrescentando que, agora, o Natal da família terá outra emoção. "Nossa ceia está toda na geladeira e, agora, vamos colocar na mesa e comemorar".

O caso

Segundo a sobrinha de Valdete, Júlia Farias, os três foram vistos pela última vez no terminal rodoviário da capital baiana. "Conseguimos ter acesso às câmeras do local, onde vimos eles saindo pelos fundos, sem ter tido acesso à área de desembarque, onde a família os esperava. Saíram por volta das 16h30, em sentido à região Pernambués/Paralela", explica.

A família buscou explicações junto à empresa de ônibus Águia Branca, que teria passado informações desencontradas sobre o horário de chegada do ônibus. Segundo Júlia, a família foi até a rodoviária às 13h, e buscou o estande da empresa três vezes.

"Primeiro informaram que o ônibus teria atrasado e chegaria às 16h30, depois que chegaria às 18h. Já próximo de 18h, quando perguntamos novamente, informaram que o ônibus já havia chegado e estava na garagem desde 14h", ressalta ela. 

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A sobrinha de Valdete acrescenta que a preocupação é ainda maior porque nenhum dos três familiares sabe ler, e eles podem estar perdidos em Salvador.  "Estamos desesperados porque eles também não sabem ler e queremos entender como permitiram o desembarque deles pelos fundos da Rodoviária, local que é restrito apenas a funcionários". 

Ao reclamarem com a empresa de ônibus, eles chegaram a ser informados de que os três familiares não embarcaram em Itabuna. Entretanto, os parentes em Salvador haviam feito contato com o motorista do ônibus, que estava ciente das condições especiais dos passageiros. 

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"Desde o início foi tomado todo o cuidado de conversar com o motorista, inclusive foram sentados perto dele. Ele estava ciente da condição e foi informado que os três iriam desembarcar em Salvador. Quando conversamos com o supervisor da Rodoviária de Salvador, ele informou que existe um protocolo para passageiros com deficiência, em que o motorista deve acionar o segurança da Rodoviária para que os passageiros sejam conduzidos à família", conta Júlia.

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