Em mensagens, mulher de Queiroz diz que ex-advogado de Bolsonaro a tratava como marionete
Em mensagens, mulher de Queiroz diz que ex-advogado de Bolsonaro a tratava como marionete
Mensagens interceptadas pelo Ministério Público do Rio mostram a esposa de Fabricio Queiroz e ex-assessora parlamentar, Márcia Oliveira de Aguiar, reclamando do tratamento dado pelo advogado Frederick Wassef. Ela disse que o profissional, a quem chama de "anjo", estava tratando ela e o marido como "marionetes".
"A gente não pode mais viver sendo marionete do Anjo. 'Ah, você tem que ficar aqui, tem que trazer a família'. Esquece, cara. Deixa a gente viver nossa vida. Qual o problema? Vão matar? Ninguém vai matar ninguém. Se fosse para matar, já tinham pego um filho meu aqui", diz ela à advogada Ana Flávia Rigamonti, que trabalha com Wassef. As mensagens foram trocadas em novembro e divulgadas pelo Estadão nessa quinta-feira (2/7).
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As investigações do MP apontam que "Anjo" é o codinome de Wassef, que defendeu o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) no processo que apura o esquema de "rachadinha" na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), onde Queiroz é citado. Márcia está foragida desde o dia 18 de junho, quando a Justiça do Rio determinou a prisão dela e de Queiroz.
Em outra conversa, Márcia assume que poderia fugir, caso tivesse a prisão decretada. O MP teve acesso ao material em dezembro, quando foram cumpridos mandados de busca em endereços ligados a Queiroz e um celular da ex-assessora foi apreendido. "Sei que também tá acabando com a (saúde) dele (Queiroz)", reclama a esposa em outra conversa.
Segundo a reportagem, Wassef queria alugar uma casa em São Paulo para esconder toda a família, mas Queiroz e Marcia não concordavam. "Ele (Anjo) vai fazer terror, né? [...] O Anjo tem ideias boas, sim, mas na prática a gente sabe que não é igual às mil maravilhas que ele fala", comenta Ana Flávia.
Márcia revelou, ainda nos áudios da conversa, achar que o marido estava no "limite" e temia que o estado emocional dele prejudicasse o tratamento do câncer. Para ela, Queiroz mantinha a compostura em Atibaia, mas, quando ia para o Rio, despejava toda a carga sobre ela. "Chega a ser insuportável a convivência com ele", diz. "Estou vendo que ele está no limite dele".
Enquanto a defesa de Márcia e de Queiroz afirma que não trabalha com a hipótese de delação premiada, fontes da emissora CNN dizem que a família sondou escritórios de advocacia do Rio que trabalham com o instrumento nos últimos dias. O Estadão apurou que um advogado que já defendeu clientes famosos foi sondado, mas disse que não trabalhava com delação.
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