Caso Mariana Ferrer: suspeito de estupro, André Aranha é absolvido por unanimidade
O empresário já havia sido absolvido em primeira instância em setembro de 2020, em decisão do juiz Rudson Marcos, da 3ª Vara Criminal de Florianópolis. Na época, chegou-se a falar em "estupro culposo".
O Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) manteve nesta quinta-feira (7/10), por 3 votos a 0, a absolvição de André de Camargo Aranha, de 44 anos, no caso envolvendo MAriana Ferrer. A jovem, de 25 anos, relada que foi estuprada pelo empresário em uma boate de Florianópolis, em Santa Catarina.
O empresário já havia sido absolvido em primeira instância em setembro de 2020, em decisão do juiz Rudson Marcos, da 3ª Vara Criminal de Florianópolis. Na época, chegou-se a falar em "estupro culposo", quando não haveria intenção de estuprar, pois o Ministério Público defendeu que o empresário não teria como saber que Ferrer não estava em condições de dar consentimento à relação sexual. A defesa da mulher entrou com pedido para a revisão da sentença em primeira instância.
Nesta quarta (6/10), o advogado de Aranha, Claudio Gastão da Rosa Filho havia dito à Folha de S. Paulo que tinha plena confiança nos desembargadores do TJSC. "Uma coisa é o tribunal midiático, outra é um julgamento técnico, conduzido por magistrados sérios [...] Eles irão julgar com base nas provas dos autos, nos quais resta claro que a palavra da promotora de eventos não se sustenta", cravou.
RELEMBRE
Ferrer acusa o empresário de tê-la dopado e estuprado em uma festa no Café de La Musique de Florianópolis (SC) em 2018, quando ela tinha 21 anos e dizia ser virgem. Aranha, que é empresário de jogadores de futebol, nega o crime e diz que Ferrer praticou sexo oral nele, de maneira consensual. No exame de corpo de delito de Ferrer, a perícia encontrou sêmen do empresário e sangue dela e constatou que seu hímen havia sido rompido. Já o exame toxicológico não constatou o consumo de álcool e drogas, mas a defesa da jovem diz que não foi descartada a possibilidade de uso de outras substâncias como ketamina.
Rosa Filho é o advogado que aparece atacando a jovem na audiência do caso em setembro de 2020, na qual seu cliente foi absolvido, em vídeo divulgado pelo site The Intercept Brasil. Na sessão, ele exibiu fotos das redes sociais da vítima classificando-as como "ginecológicas" e disse que "jamais teria uma filha" do "nível" da jovem. "Também peço a Deus que meu filho não encontre uma mulher que nem você", afirmou.
Em março, a Câmara aprovou o Projeto de Lei Mariana Ferrer, que pune ofensa à vítima durante um julgamento. Ainda de acordo com a Folha de S. Paulo, na semana passada, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) abriu processo para investigar a conduta do juiz Rudson Marcos na audiência.
André de Camargo Aranha atua como empresário de jogadores de futebol e costuma ser visto ao lado de figuras como Ronaldo Nazário e Gabriel Jesus. No dia do suposto crime, ele estava acompanhado de Roberto Marinho Neto, um dos herdeiros da Globo.
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