Caso de jovem que saiu para o Réveillon e sumiu faz dois anos sem resposta; "data mais triste da minha vida"
Caso de jovem que saiu para o Réveillon e sumiu faz dois anos sem resposta; "data mais triste da minha vida"
O triste desabafo de uma tia: “hoje em dia pra minha família não existe mais Réveillon. Essa é a data mais triste da minha vida". Eliana Bárbara, de 49 anos, há dois perdeu a sobrinha que criara como a própria filha. Vitória Charleane dos Reis Mata saiu para curtir a passagem de 2017 para 2018 no Subúrbio Ferroviário de Salvador e não voltou mais.
A adolescente tinha 17 anos quando foi encontrada morta seis meses depois de ficar desaparecida desde que saiu de casa, no bairro de Águas Claras. Mesmo com tanto tempo passado, o caso parece que ainda é um mistério para a Polícia Civil, que não apresenta novidades nas investigações, segundo Eliana. "Tudo que dizem é: 'estamos investigando' e mais nada”, lamenta.
Vitória saiu de casa na companhia de mais duas jovens: uma amiga e uma prima, filha de Eliana. O plano das meninas era curtir a festa que ia acontecer na praia de São Tomé de Paripe. Quando permitiu que as jovens fossem se divertir, Eliana não imaginou que uma tragédia pudesse acontecer. "Eu fiquei tranquila, porque lá é um local muito frequentado pelas pessoas que moram perto da gente".
A vítima chegou a participar dos festejos, mas decidiu, por volta das 22h, retornar para casa. A tia conta que ela havia perdido a mãe há pouco tempo e, por isso, talvez estivesse triste naquele momento. "Minha filha disse que pegou os sapatos e o cartão dela, mas não conseguiu convencer Vitória a ficar, aí acabou devolvendo e ela foi embora", relata.
DESAPARECIMENTO
O drama da família começaria no início da primeira madrugada daquele ano novo, depois que as outras meninas voltaram pra casa. "Quando eu vi as duas chegarem, perguntei: 'cadê Vitória?'”
A resposta veio depois de seis meses, finalizando uma angústia e começando um novo dilema. O que realmente aconteceu? A ossada da jovem foi encontrada no dia 15 de junho dentro de um matagal em uma área próxima à Rodovia Engenheiro Vasco Filho (BR-324) e do retorno para o bairro de Águas Claras. O detalhe: o crime aconteceu não muito distante da casa onde a família mora.
De acordo com Eliana, quem viu primeiro foi um rapaz que foi ao local em busca de madeira para fazer fogueira de São João. “Ele conhecia a gente, se lembrou do caso e entrou em contato com minha irmã, daí ligaram pra mim”, conta. Segundo Bárbara, a roupa, mesmo surrada por conta do tempo que havia passado, “batia com a que ela estava naquele dia”.
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A Polícia Militar foi acionada e, em seguida, foi feita a remoção da ossada por meio do Departamento de Polícia Técnica. A confirmação que a ossada era realmente da menina foi possível graças à comparação de uma radiografia panorâmica da jovem, fornecida pela família, com a arcada dentária daquele corpo. “Mas até hoje a gente não tem o laudo da perícia do IML [Instituto Médico Legal de Salvador]”, lembra a tia de Vitória.
PRÓXIMOS PASSOS
Coincidentemente, Bárbara falou para a nossa reportagem que estava planejando retornar à polícia, justamente, quando procuramos por ela. “Estou pra ir lá, por esses dias, e por incrível que pareça, você ligou”.
A Polícia Civil, somente por meio de sua assessoria, disse o mesmo que há dois anos. Segundo o órgãoa, as investigações estão em curso na 2ª Delegacia de Homicídios (DH/Central), mas os desdobramentos e detalhes não podem ser divulgados para não interferir nas apurações.
*Sob supervisão do editor, Jean Mendes
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