Associações médicas definem protocolo para triagem de pacientes de UTIs em cenário de crise
Os critérios são sugeridos para que os médicos possam definir como usar os recursos para tratar pacientes em estado crítico, em um cenário em que faltam leitos em UTI.
A Associação Médica Brasileira (AMB) lançou, junto com a Associação Brasileira de Medicina de Emergência, a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia e a Academia Nacional de Cuidados Paliativos, um protocolo de recomendações para triagem de pacientes em cenário de crise em unidades de terapia intensiva (UTIs). O documento foi divulgado nesta sexta (9/4).
Os critérios são sugeridos para que os médicos possam definir como usar os recursos para tratar pacientes em estado crítico, em um cenário em que faltam leitos em UTI. De acordo com o presidente da AMB, César Fernandes, o objetivo principal é "reduzir o maior número de mortes possível".
Entre os critérios para decidir entre os pacientes que vão receber o tratamento intensivo está a possibilidade de recuperação; aquele que tiver mais chances de sobreviver à doença e aos métodos de tratamento terá prioridade. A gravidade dos quadros de saúde e doenças em estágio avançado, que possam reduzir as possibilidades de sobrevivência, também são levados em conta. A idade não faz parte dos critérios de decisão.
Os pacientes que não tiverem prioridade em casos onde há falta de recursos devem continuar a receber os tratamentos disponíveis, inclusive aqueles que tragam conforto, caso a morte seja inevitável. As decisões, de acordo com as recomendações, devem ser anotadas nos prontuários de forma transparente.
As recomendações não são de adoção obrigatória, conforme pontuou o presidente da AMB. Os critérios servem para ajudar e salvaguardar os médicos que precisarem tomar essas decisões.
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