Após morte de coelhinha de jornalista, hotel para pets recebe nova denúncia; cachorro passou por cirurgia após estadia
Thaís fez uma série de tweets e expôs conversas entre os sócios do resort, localizado em Lauro de Freitas. Em uma das falas, a sócia do local afirma que o estabelecimento teria que ser limpo pois poderia chegar a vigilância sanitária.
O que era para ser um local seguro terminou com a morte de uma coelhinha de estimação, em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Nas redes sociais, a tutora do animal, a jornalista baiana Thais Borges, do jornal Correio*, acusou um hotel para pets de negligência.
"Poucas vezes na minha vida senti tanta raiva, tristeza e revolta ao mesmo tempo. Talvez nunca tenha sentido tanto assim. E é por isso que hoje eu vim falar sobre Nicinha, um dos meus grandes amores da vida, e sobre a falta de responsabilidade, respeito e profissionalismo do Jacks Pet Resort", escreveu Thais, no perfil de Nicinha no Instagram.
A jornalista estava viajando e deixou a coelhinha no estabelecimento, assim como seus dois cachorros, da raça Shih-Tzu, por quatro dias. Ela disse que já havia deixado a pet no local em outra ocasião e ocorreu tudo bem. Nessa segunda-feira (29/11), ela foi informada da morte de Nicinha por telefone, horas depois do ocorrido.
"Quando ela me ligou, disse que tinha uma notícia “muito ruim” e que Nicinha “havia ido a óbito”. Assim. Diziam que ela foi encontrada, que não sabiam o que tinha acontecido. Uma palhaçada. Como empresa, uma bagunça. Eu entrei em desespero. Uma falha cruel na prestação do serviço.", escreveu a jornalista.
A tutora relatou que ao deixar Nicinha no resort, informou que ela deveria ficar dentro de um cercado, para ficar em segurança. "Quando consegui falar novamente, ela admitiu que Nicinha foi encontrada fora do cercado - isso é um detalhe muito importante! Se Nicinha tivesse morrido de causas naturais, ela teria sido encontrada morta dentro do cercado. Ela estava fora, lambida e com falhas no pelo", continuou Thaís.
A jornalista relatou que o estabelecimento exigiu que a necrópsia fosse realizada em um local diferente do indicado por ela. "Devolveram uma coelha morta. Aliás, nem devolveram ainda - estamos esperando que se faça a necrópsia, que inclusive recusaram fazer na equipe veterinária que a acompanhava, insistindo em transportá-la para UFBA", relatou a tutora.
Thaís fez uma série de tweets e expôs conversas entre os sócios do resort. Em uma das falas, a sócia do local afirma que o local já teria sido limpo pois poderia chegar a vigilância sanitária.
Atualização sobre o caso de Nicinha: no grupo de funcionários do hotel pet, a sócia manda que arrumem e limpem o local (não deveria já estar?), com medo de fiscalização.
Outra sócia: “Nem li”.
Ainda parece estar fazendo um favor por ter hospedado os cachorros. pic.twitter.com/n9Gz6VZoVA
— Thais Borges (@thaisborgesm) November 30, 2021
EM TEMPO
Após a repercussão da morte da coelha Nicinha, da raça lionhead (mini coelho), uma outra tutora informou que situação na qual seu cachorro ficou ferido. Depois desse ocorrido, inclusive, o local de hospedagem animal teria trocado de nome. Antes, era conhecido como "SmartPet".
O cão Bud, de Monna Almeida, teve ferimentos na orelha e precisou passar por duas cirurgias após hospedagem no estabelecimento, há um ano. Ela confirmou a informação ao G1 Bahia.
"Ele ficou lá no período do réveillon, de 27 de dezembro de 2020 a 3 de janeiro de 2021. Eu e meu esposo viajamos. Antes de ir, deixamos uma medicação contra carrapatos para colocar no dorso dele, porque lá tem muitos animais. Nós deixamos avisando que não podia molhar pra medicação fazer efeito. No mesmo dia, mandaram foto no grupo de Bud brincando na mangueira", contou Monna.
Quatro dias depois, ela recebeu uma mensagem informando que Bud havia sido mordido na orelha ao brincar com uma labradora, mas a situação, segundo Monna, teria sido minimizada. Confira, abaixo, o relato da tutora ao G1:
"No dia 31, me mandaram essa mensagem, mas disseram que ele tinha sido só arranhado. Aí eles disseram que fizeram um curativo, mas estava me avisando para me deixar despreocupada. Isso foi por volta de 17h, já no final do dia. Perguntei se estava tudo bem e disseram que sim, e repetiram que foi só um arranhão.
Na manhã do dia 1º, eles me mandaram uma foto da orelha dele rasgada em dois pedaços. Disseram que eles estavam brincando e que machucou mais. Não tem como em um dia ter arranhado e no outro ter dilacerado daquela forma. Ainda me falaram que mandaram uma foto para a veterinária, que disse não precisava dar ponto, apenas mandou uma receita médica, e que com um curativo cicatrizava por si só.
Voltei para Salvador, adiantei minha viagem. Peguei Bud e levei imediatamente em outra veterinária, que me disse que tinha que fazer cirurgia. Precisava tirar a parte necrosada, a parte ferida e inflamada. Ainda tinha que limpar uma parte que estava muito suja, e fazer sutura. Ele precisou ser anestesiado, e eu avisei a eles".
Ela afirmou que não recebeu nenhum apoio da clínica para os procedimentos, mesmo tendo procurado o estabelecimento. "Não me responderam mais".
O Aratu ON tentoou entrar em contato com o Jack Pets, mas não conseguiu retorno até a publicação desta nota.
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