Alagoana é primeira indígena a ser eleita Miss Brasil na história do concurso; "nada disso afetará minha identidade"

O concurso Miss Brasil elegeu pela primeira vez na história, uma mulher indígena. A eleita foi a alagoana Elâine Souza, de 21 anos, que é da etnia Katokinn e também é afrodescendente. A miss recebeu o título nacional e irá representar o Brasil no concurso Miss Universo.

Em outubro deste ano, Elâine venceu a etapa estadual em seu primeiro concurso de beleza, sendo eleita a mulher mais bonita do estado de Alagoas. Ela contou em entrevista à coluna Universa do Uol, que chegou a ter a etnia questionada, por ter uma beleza não comum e morar na área urbana da cidade. "Tive que ouvir piadinhas como: 'índio tem que ficar em oca', 'não sabia que índio tinha celular e internet'", contou ela, que estuda Psicologia.

A nova Miss Brasil afirmou ter orgulho da sua etnia fez um desabafo sobre o preconceito que recebe por conta da sua origem. "Representar a beleza indígena em nível nacional é muito mais que uma responsabilidade, é uma questão de legado, evidenciando não só a nossa beleza, mas principalmente as nossas causas e lutas contra o genocídio e todos as perseguições que sempre passamos em funções do agronegócio, garimpos ilegais, demarcações e todos os tipos de tentativas de explorações de nossos territórios", disse Elâine.

A nova Miss Brasil mora na comunidade indígena Katokinn que tem pouco mais de mil pessoas aldeadas. Ela pertence pequeno município de Pariconha, no sertão de Alagoas e foi reconhecida pela Funai (Fundação Nacional do Índio) em 2003. 

"Nada disso afetará o que realmente sou e a minha identidade indígena, da qual tenho muito orgulho", afirmou a modelo, que mora na comunidade indígena com seus pais e uma irmã de 10 anos.

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