"Acima da nossa Constituição está a nossa fé, está a Bíblia Sagrada", diz Bolsonaro em visita a Salvador; veja
"Acima da nossa Constituição está a nossa fé, está a Bíblia Sagrada", diz Bolsonaro em visita a Salvador; veja
Marcello Casal Jr / Agência BrasilO presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez críticas ao Estado laico, elegeu a Bíblia como mais importante que a constituição, defendeu a hidroxicloroquina e voltou a afirmar que as urnas eletrônicas não são seguras, sem apresentar nenhum prova, durante visita a Salvador nesta sexta-feira (4/12), quando participou de um culto religioso.
"O Brasil é um país cristão. Batem muito na tecla do 'estado laico' [...] Acima da nossa constituição está a nossa fé, está aquele livro cohecido como Biblia Sagrada. Nós temos a nossa cultura judaica cristã, nós preservamos a família, queremos o bem do próximo, queremos um pais grande, queremos aproveitar todo esse potencial que Deus deu para o bem da nossa nação", iniciou o presidente, discursando na 113 e 114ª Assembleias Gerais Ordinárias da Convenção Estadual das Assembleias de Deus da Bahia, no Centro de Educação e Cultura Cristã da Bahia, no bairro do Costa Azul.
COVID
Para o presidente, as medidas adotadas por ele desde o ínicio da pandemia trouxeram bons resultados. "O Brasil tava indo muito bem até o final do ano passado, quando apareceu essa pandemia. Desde o primeiro dia eu expus aquilo que eu havia concluído sobre a mesma. Obviamente, não era aquilo que a maioria dos políticos achava, grande parte da mídia veio com ataques dos mais violentos. Com o passar do tempo, nós fomos notando quem estava com a razão", reclamou.
O chefe de estado criticou a imprensa também em relação a hidroxicloroquina. Em seu discurso, o presidente ressaltou que as pessoas maiores de 60 anos devem ficar em casa, "até que apareça uma vacina confiável e certificada pela Anvisa" ou "até que haja um remédio científicamente comprovado". Foi quando o presidente citou a hidroxicloroquina como "Uma providencia divina, com toda certeza, mas que foi politizada. A grande imprensa se preocupava apenas em levar o pânico para a população".
"O remédio, desde o primeiro momento, apareceu. Eu não inventei a hidroxicloroquina, entramos em contato com médicos no Brasil, uma médica inclusive aqui de Porto Seguro. Os nossos embaixadores na África Subsaariana informaram que, lá, é muito comum a malária ,o elemento chegava com essa doença e com o Covid, tomava a hidrox e ficava livre dos dois lados. Não precisa ser muito inteligente pra concluir que a hidroxicloroquina aplicada de forma precoce serve para combater a Covid", completou.
Apesar de cientistas afirmarem que o Brasil já enfrenta uma segunda onda de infecções pelo novo coronavírus, Bolsonaro minimizou os números. "Os números, agora, no brasil, estão voltando à normalidade. Mas os governos fecharam de novo tudo. Se fechar, o governo não tem mais como socorrer, alertou.
O presidente disse, ainda, que, com suas medidas, "evitamos o caos social". "Lá atras, eu disse que tinhamos dois problemas pela frente, o vírus e o desemprego. Deviamos cuidar dos dois com a mesma respondabilidade e de forma simultânea. O "fica em casa e a economia a gente vê depois" não ia dar certo, só não foi mais danoso porque as medidas do nosso governo tomou, não apenas o Auxílio Emergêncial", defendeu.
DEUS
Bolsonaro aproveitou, ainda, o clima religioso para falar do ataque sofrido enquanto ainda era candidato nas eleições 2018, lembrando que precisou de cinco cirurgias. "Eu agradeço a Deus pela minha segunda vida, dia 6 de setembro de 2018, aqui na terra alguns médicos falaram que eu não sobreviveria. Por vários motivos, primeiro pela proximidade com os órgãos vitais nos locais onde a lâmina passou, depois pelo tempo que eu levei pra ser socorrido e depois pela decisão do profissional de saude que decidiu me operar", contou.
Agradeceu à Deus, também, pela vitória nas eleiçõs, apesar de afirmar que as urnas eletrônicas não são seguras. "Eu so me elegi presidente, obviamente pelo destino de Deus, mas também porque tive muito voto na urna. Porque nós não confiamos nesse sistema eleitoral eletrônico e nós vamos voltar pra aquele de 22, independente de quem venha disputar o cargo, pois nós queremos que o voto de cada cidadão brasileiro sufragado nas urnas seja contado para aquele candidato que ele realmente depositou seu voto", reclamou, sem apresentar provas de fraude.
Em todo o discurso, Bolsonaro citou que era defensor da família, dizendo que "Se a célula está pro corpo, a familia está para a sociedade". Citou a cultura cristã e disse que ela foi ameaçada em diversos momentos, como no golpe de 1964, sem explicar a relação entre os eventos.
Ele ainda quis citar uma passagem bíblica que não lembrava, socorrido por alguém da platéia que lhe indicou provérbios 24;10: "se te mostrares frouxos no dia da angústia, a tua força será pequena", diz a passagem. "O presidente sabe ler e sabe ler a bíblia", comemorou alguém que assistia.
Além do presidente, estiveram presentes os deputados federais Alex Santana (PDT-BA), Daniel Silveira (PSL-RJ) e Marcos Feliciano (PSC-SP).
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