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Estrela de documentário, sucuri brasileira de quase 7 metros é encontrada morta em Bonito

Cobra era conhecida como 'Anajulia' ou 'Vovozona' e era acompanhada há cerca de 10 anos por fotógrafo

Por Juana Castro

Estrela de documentário, sucuri brasileira de quase 7 metros é encontrada morta em BonitoReprodução/Instagram de Cristian Dimitrius

Uma sucuri de quase sete metros foi encontrada morta, com marcas de tiros, às margens do Rio Formoso, em Bonito, no Mato Grosso do Sul, nesse domingo (24/3). Segundo o fotógrafo Cristian Dimitrius, que registra animais na região há duas décadas, trata-se de 'Ana Julia', ou 'Vovozona', cobra a qual ele acompanha há dez anos e que ficou famosa em documentários e vídeo compartilhado pelo biólogo holandês Freek Vonk.


"Revoltante! Muito revoltante!", escreveu Dimitrius nas redes sociais. "Como muitos sabem, há quase 20 anos filmo sucuris na região de Bonito e nos últimos anos estes encontros se intensificaram a ponto de reconhecermos e até dar nome a algumas fêmeas. Uma delas, batizamos de Ana Julia ha cerca de 10 anos, quando estava gravando para a BBC", continuou o fotógrafo.


Na postagem, ele diz que encontrava a fêmea todos os anos e que foi possível,l até, entender um pouco o padrão de comportamento dela. "Filmei ela acasalando duas vezes. Ela ficou bem famosa em uma postagem recente sobre uma nova espécie de sucuri descoberta na Amazônia, mas filmada em Bonito, rs, e ano passado fiz belas dessa linda sucuri para 2 documentários que ainda vão sair", acrescentou.


"Que tristeza, que raiva", descreveu Dimitrius ao relatar como reagiu quando soube da morte de Ana Julia. "Quem teria feito um absurdo destes???? Sinto que perdi uma amiga, um membro da família, um ser especial na qual passei muitos momentos especiais juntos. Só digo que isso não vai ficar assim, vamos investigar e ir atrás dessa pessoa. Ela terá que prestar contas à Justiça!", completou ele.


Veja abaixo:





Segundo o G1 do Mato Grosso do Sul, a identificação também foi confirmada pela especialista em sucuris e pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP), Juliana Terra, que acompanhava a cobra há oito anos, em estudos. Ela frisou que Ana Julia era um símbolo para a região de Bonito.


EM TEMPO


Em outra postagem, Dimitrius compartilhou imagens que fez em agosto do ano passado, quando Ana Julia estava prestes a mudar de pele. "Foi um dos meus melhores encontros e fiquei na água com ela por mais de uma hora. Apenas eu e ela, a rainha do Formoso. Sigo indignado. Como podem fazer isso com um animal tão incrível? Precisamos mudar a percepção que as pessoas possuem deste animal. Urgente!", escreveu.





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