O prefeito de Salvador, ACM Neto, deu declarações fortes sobre a decisão do Ministério Público da Bahia (MP-BA) em recorrer à Justiça para pedir que a prefeitura disponibilize 100% da frota de ônibus na cidade. Durante entrega da nova Biblioteca Denise Tavares, no bairro do Curuzu, na manhã desta quarta-feira (7/10), o democrata questionou quem vai pagar a conta, caso a decisão seja acatada. Além disso, Neto cacacterizou a decisão como “inexequível”.
"A grande questão é: quem paga a conta? Quem vai pagar essa conta? Se você perguntar a qualquer um, eu vou ser o primeiro a responder. Vocês querem ter 100% da frota rodando na cidade? Claro que sim. Sou o primeiro a dizer que sim. A recomendação do MP é uma decisão inexequível (impraticável). A conta não fecha, os promotores sabem disso. A menos que a gente coloque a população para pagar a conta. Quer 100% da frota? Aí aumenta a passagem para R$ 5 e a gente faz isso”, enfatizou.
Neto enumerou, ainda, as ações adotadas pela prefeitura, desde o início da pandemia, em relação ao transporte pública da capital baiana. "A medida em que o número de passageiros foi aumentando, nós também fomos aumentando a frota, até que chegamos, hoje, a uma situação em que a cidade transporta 56% do número de passageiros e tem 80% da frota disponível. Quem é que está pagando a diferença dessa conta? A prefeitura”, disse ele, lembrando que uma de suas primeiras medidas em relação ao transporte público na pandemia foi a compra de bilhetes que seriam distribuídos "para passageiros em situação de vulnerabilidade".
Neto foi além. "A frota estava sucateada. Nós recuperamos mais de duas centenas de ônibus para colocar para rodar nessa bacia. A prefeitura está tendo que abrir e gerir garagem. Nunca imaginei que tivesse que chegar a essa situação. Mas a pandemia está aí e não fomos nós que criamos. Se não fosse a pandemia, não teria acontecido isso. E não é só Salvador que está com problema de transporte público, as principais capitais do Brasil estão vivendo isso. Podem conversar com qualquer prefeito. Os prefeitos estão tendo que se virar sozinhos” disse, em referência à intervenção que a prefeitura precisou fazer ao assumir a gestão da empresa CSN.
Por fim, Neto revelou que, nos cálculos da prefeitura, a conta a ser paga deve variar entre R$ 30 a R$ 45 milhões. “Estamos a quase 30 dias da eleição. Eu podia dar uma de populista, jogar para a plateia e dizer: vou colocar 100% da frota rodando na cidade. Se eu fizesse isso, eu quebraria a prefeitura no próximo ano, ia armar uma bomba para explodir no colo do próximo prefeito. Eu não vou fazer isso. O meu compromisso com a cidade é maior”, finalizou.
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Fonte: Da redação