Pai de menina que efetuou disparo contra amiga de 14 anos alegou queda ao chamar Samu
Pai de menina que efetuou disparo contra amiga de 14 anos alegou queda ao chamar Samu
O pai da adolescente que efetuou um disparo de pistola e matou Isabele Guimarães Ramos, de 14 anos, em Cuiabá, chamou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) alegando que a vítima havia sofrido uma queda.
Áudios das ligações feitas para o serviço apontam que apenas na terceira chamada Marcelo Martins Cestari, de 46 anos, informa que foi disparo de arma de fogo. “Ela caiu no banheiro, bateu a cabeça e perdeu 2 litros de sangue. Foi queda no banheiro”, disse o empresário ao médico do Samu, em ligação realizada às 22h do último domingo (12/7).
No entanto, a filha mais velha dele ligou um minuto depois para o Serviço de Atendimento e reportou um acidente por arma de fogo. O atendente da emergência confrontou o empresário em outra ligação: “é tiro ou queda, senhor?”. “Queda, queda”, respondeu o pai da garota. “Porque está entrando outra ocorrência dizendo que é tiro”, insistiu o médico. “Não tem nada de tiro, não”, respondeu.
Na terceira ligação, o empresário, que é adepto de caça e colecionador de armas, admitiu que tratava-se de tiro. Nesse momento, o médico do Samu informou que chamaria a polícia.
O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que a bala atingiu a nariz de Isabele e parou na nuca. O disparo foi efetuado em uma distância entre 10 a 50 centímetros. Além disso, pólvora foi encontrada no rosto da vítima. O documento revela ainda que a munição entrou em linha reta e de maneira frontal. A adolescente que fez o disparo alegou em depoimento à polícia que foi acidental após ela deixar cair um case com as duas pistolas.
“Como ele teve essa percepção de que minha filha havia caído, e não levado um tiro? Como uma pessoa com tal gabarito não consegue ouvir e distinguir o que é um tiro? Como uma garota de 14 anos consegue disparar no rosto da minha filha, a uma curta distância, em linha reta, com todo esse depoimento de que ela havia se desequilibrado?”, ainda se pergunta a mãe de Isabele, Patricia Hellen Guimarães Ramos.
Após o crime, Marcelo, que é atirador esportivo, foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo de uso permitido. Ele foi autuado pelo crime após ser conduzido à delegacia, mas foi liberado ao pagar fiança. A filha dele pratica tiro esportivo há pelo menos um ano.
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