Imunoterapia para pacientes com câncer de mama é aprovada no Brasil

15/05/2019 20h52Atualizado em: 16/05/2019 00h28

ilustrativa/Pixabay

Foi aprovada, nesta segunda-feira (15/5), a primeira imunoterapia para pacientes com câncer de mama, de acordo com o Diário Oficial da União. A técnica, que já foi constatada como efetiva no tratamento de câncer de mama triplo-negativos, será usada no Brasil na fase metastática da doença.

Na imunoterapia é feito uso de anticorpos monoclais para estimular o sistema imunológico. Ou seja, células defensoras do organismo contra a própria doença. Diferente das outras técnicas, o foco está nas células da defesa do organismo, não nas células do tumor.

A aplicação do remédio é intravenosa (na veia), fazendo com que as células cancerosas (que enganam o mecanismo de defesa do organismo) sejam percebidas e combatidas. Os riscos e efeitos colaterais são poucos, resultado da ativação imunológica do corpo. Isso significa que as células de defesa podem atacar partes do próprio organismo, comprometendo órgãos e tecidos. Alguns dos problemas comuns são alterações gastrointestinais, endócrinas e na pele.

A imunoterapia, quando feita junto com a quimioterapia, pode aumentar a sobrevivência do paciente e interromper o crescimento do tumor, segundo um estudo da revista científica The New England Journal of Medicine. A estimativa é de 38% no risco de progressão ou morte e ganho de 10 meses de sobrevida.

De acordo com Carlos Barrios, médico brasileiro que participou da pesquisa, a aprovação é um grande passo para o tratamento no país e deve ser encarada como prioridade. “As pacientes com triplo-negativo avançado ou metastático, estágio no qual a doença já passou para outros órgãos, têm um prognóstico difícil. Este tratamento aprovado pela Anvisa se torna o preferencial na prática clínica”, explica o especialista, que é diretor do Centro de Pesquisa em Oncologia do Hospital São Lucas (RS) e do Lacog (Grupo Latino-Americano de Pesquisa em Oncologia Clínica).

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