VIGILÂNCIA 24h: Reconhecimento facial por câmeras de segurança é novo trunfo do Governo
VIGILÂNCIA 24h: Reconhecimento facial por câmeras de segurança é novo trunfo do Governo
De olho no aumento da segurança pública e na identificação de responsáveis por crimes, o Governo do estado prepara a compra e implante, ainda este ano, de um sistema de vigilância de câmeras que promete revolucionar o dia a dia dos baianos. Segundo a assessoria de Rui Costa, “reuniões já estão sendo feitas para dar encaminhamento a este projeto”.
Comum na China, o software – espécie de ‘Big Brother Virtual’-, usa o reconhecimento facial para identificar os cidadãos e, desta maneira, prender criminosos e suspeitos. Em Pequim, por exemplo, existem 172 milhões de câmeras CCTV (de circuito fechado de TV) e outras 400 milhões serão instaladas até 2020.
E foi justamente no país asiático onde o governador buscou ‘Know-how’ sobre o assunto. Em outubro de 2017, ele conheceu a sede da empresa Huawei – uma fornecedora global de soluções de tecnologia da informação e comunicação (TIC). Na ocasião, o gestor foi só elogios ao sistema.
“Lá na China, por onde você olha tem câmera. Lá eles têm um sistema que monitora todas as câmeras. Eles processam imagens, sinais da pessoa, os movimentos de rua, tudo feito por computadores. Queremos fazer esse tipo de monitoramento aqui também. Após reunião com os diretores – da empresa Huawei -, eles ficaram de apresentar um diagnóstico para fazer um processo licitatório?, afirmou Rui sem, no entanto, detalhar valores dessa ‘novidade’.
Para o governador, o monitoramento de câmeras vai ajudar consideravelmente na segurança pública. “Nós precisamos acabar com a impunidade Fico indignado quando vejo a pessoa tirar a vida de outro ser humano e, em três anos, ela está livre”.
Assim como na China, o sistema baiano usaria reconhecimento facial e inteligência artificial para analisar e compreender a montanha de dados em vídeo obtidos; para rastrear suspeitos, identificar comportamentos suspeitos e até mesmo prever crimes, além de coordenar operações dos serviços de emergência.
No país asiático, as câmeras conseguem reconhecer o rosto das pessoas e fazer imediatamente a associação com suas informações registradas. Essa leitura permite também identificar o gênero e a idade de cada indivíduo registrado. O sistema ainda associa as expressões faciais do cidadão a informações como o carro que utiliza, a seus parentes e às pessoas com as quais ele tem entrado em contato.
Ao Aratu Online, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia confirmou que as reuniões com a empresa chinesa já estão, de fato, sendo realizadas e, “em até 90 dias, os testes com o equipamento (software) para saber sua funcionalidade serão feitos”. A SSP-BA, no entanto, não soube precisar se haverá a necessidade da compra ou não de novas câmeras – já presentes em aproximadamente 1.200 pontos diversos do estado.
Veja vídeo:
SEGURANÇA X LIBERDADE
Referência mundial no assunto, a China não está ‘sozinha’. O Sistema de Identificação de Próxima Geração do Serviço Federal de Investigações (FBI) norte-americano, também usa reconhecimento facial para comparar imagens de cenas de crime a um banco de dados nacional de fotos de criminosos.
Forças policiais em diversas regiões dos Estados Unidos já vêm usando técnicas baseadas em algoritmos há anos, para prever onde é provável que ocorram crimes. A polícia de Chicago identificou e um tribunal condenou um ladrão com base em análise conduzida por um sistema de reconhecimento facial, em 2014, e o Reino Unido usou um programa japonês chamado NeoFace Watch para identificar um homem em meio a uma multidão, em maio.
Para se ter ideia, os Estados Unidos, onde havia cerca de 62 milhões de câmeras de vigilância em operação em 2016, têm presença de câmeras maior que a chinesa, quando comparada a população dos dois países. Porém é a ambição da China que a separa dos demais. As agências policiais do Ocidente tendem a utilizar sistemas de reconhecimento facial para identificar suspeitos de crimes, não para rastrear dissidentes e ativistas sociais, ou para monitorar grupos étnicos inteiros.
A China busca atingir diversos objetivos interligados: dominar o setor mundial de inteligência artificial; aplicar sistemas big data (que trabalha com um grande número de dados armazenados) para apertar o controle das autoridades sobre todos os aspectos da sociedade; e manter vigilância mais efetiva do que em qualquer momento do passado sobre sua população.
É um dilema ético-social que envolve perda de privacidade x aumento do controle de circulação das informações, que podem ser públicas ou privadas. O quanto essa nova realidade afetará a lógica do sistema de segurança pública na Bahia, no Brasil e no mundo, só o tempo poderá dizer.
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