Copa 2023: Costa Rica volta ao Mundial com atletas experientes e desejo de chegar às oitavas
Depois de participar da Copa de 2015, Las Ticas retornam ao torneio e acreditam em vaga histórica para as oitavas de final
Divulgação/FIFA
Até o dia 20 de julho, Aratu On traz perfis especiais sobre todas as seleções que disputarão a Copa do Mundo de Futebol Feminino 2023, sediada nos países da Austrália e Nova Zelândia. Será uma equipe por dia, seguindo o ranking feminino da FIFA em ordem decrescente, com exceção do Brasil que será o último perfil. Confira aqui as publicações anteriores desse especial.
À sombra dos Estados Unidos e Canadá, a CONCACAF apresenta um conjunto de seleções que brigam por um lugar ao sol no futebol mundial. E dentre as equipes que despontam no cenário local, a Costa Rica é uma das mais constantes em relação ao posto de terceira ou quarta força local. Mesmo assim, a equipe chega apenas a sua segunda copa e espera melhorar a campanha em relação a sua única participação, pelo Mundial de 2015.
Pioneirismo e primeiras disputas
Os primeiros registros da prática do futebol feminino na Costa Rica são de 1924, com a criação da Liga Feminista Deportiva, criada pela principal associação desportiva de trabalhadores do país, o Club Sport La Libertad. Já em 1949, é fundado o Deportivo Femenino Costa Rica F.C., que passa a realizar amistosos em outros países da América Central e Caribe e incentiva a criação de outras equipes locais.
Nos anos 60 é realizado o primeiro campeonato feminino do país, com cinco equipes. Nas décadas seguintes, a prática cai em termos de reconhecimento e prática, mas ainda segue como uma atividade realizada por mulheres em todo o país. Em 1989, é criada a Associação Desportiva de Futebol Feminino (ADEFUFE) e uma seleção nacional é criada.
Em 1991, a Costa Rica é a única convidada da América Central continental a participar do primeiro Campeonato da Concacaf, que daria vaga ao Mundial do mesmo ano. Apesar da extensa experiência interna, as Ticas (apelido derivado do time masculino, Los Ticos), foram goleadas por Canadá (6 a 0), e Haiti (4 a 0), mas venceram seu terceiro jogo contra a Jamaica por 2 a 1.
De fora dos torneios de 1993 e 1995, as costa-riquenses retornaram a competição em 1998, depois da classificação na fase zonal do torneio. Na competição, a equipe ficou em segundo lugar da chave ao perder para o México e derrotar Trinidad e Tobago na segunda rodada e Haiti na terceira. Classificada para o mata-mata, as centro-americanas perderam para o Canadá nas semifinais, mas conseguiram golear a Guatemala na decisão de terceiro lugar. Entretanto, o posto não dava acesso a Copa do Mundo de 1999.
Em 2000, a Costa Rica volta ao torneio, mas fica apenas na fase de grupos depois de derrotas para o Brasil (país convidado) e Estados Unidos, ambos por 8 a 0, e um empate com Trinidad e Tobago por 2 a 2. Já em 2002, triunfos sobre Jamaica e Haiti, com uma derrota para o Canadá na última rodada, colocam a seleção novamente no mata-mata. Entretanto, a goleada de 7 a 0 sobre os Estados Unidos e de 4 a 1 para o México, na decisão de terceiro lugar e vaga na repescagem mundial, mostram que a distância com as maiores equipes do continente ainda era enorme.
Muitas tentativas e enfim a glória
Com exceção do Campeonato da Concacaf de 2006, no qual não conseguiu se classificar, a Costa Rica seguiu participando de todos os torneios continentais e conseguindo boas colocações na classificação geral.
Em 2010, as Ticas voltaram a vencer Guatemala e Haiti, caindo para os Estados Unidos na última rodada da chave. Nas semifinais, a história de edições anteriores se repetia com uma goleada para o Canadá e tropeço no terceiro lugar para um surpreendente Estados Unidos, que derrotado pelo México foi para a repescagem internacional.
O "Quase" assolava a Costa Rica em suas tentativas de chegar a Copa do Mundo e já se transformava em um tabu indigesto no futebol local. Entretanto, em 2014, as coisas foram diferentes.
Com uma base de atletas jovens e um bom entrosamento, a Sele (apelido que remete ao diminutivo de Seleção) venceu todas as partidas da chave frente a México, Jamaica e Martinica. Com isso, o grupo foi as semifinais e teve uma partida difícil contra Trinidad e Tobago, empatando em 1 a 1 no tempo normal e conseguindo uma inédita classificação para a final do torneio. Na decisão, foram goleadas pelos Estados Unidos por 6 a 0, mas levaram para casa uma inédita e gloriosa vaga para a Copa do Mundo de 2015.
Campanha na Copa e nova classificação em 2023
https://www.youtube.com/watch?v=Yb4THg0KMEI
Realizada no Canadá, a Copa de 2015 recebia a Costa Rica e não imaginava o que a Sele reservava para o torneio. Mesmo estreantes e com nível inferior as suas adversárias, as Ticas deram trabalho para suas adversárias em uma chave que muitos a consideravam como "presa fácil" em relação as suas concorrentes.
No primeiro jogo, um empate em 1 a 1 contra a Espanha já alertou o mundo em relação a equipe e sua geração. Na segunda rodada, novo empate com a experiente Coreia do Sul em 2 a 2, com gol nos últimos minutos, deixou a equipe com sonhos de classificação para a última rodada. O problema é que a terceira rodada reservava o adversário mais perigoso da chave: o Brasil.
Apesar do poderio sul-americano, as costa-riquenses seguraram o jogo por mais de 80 minutos e seguiam com sonhos de classificação até os 32 do segundo tempo, quando Raquel fez o único gol da partida e encerrou o "sonho de cinderela" das Ticas. Em contrapartida, a participação do selecionado rendeu fruto e colocou suas atletas nos holofotes, elevando o futebol do país e de toda a América Central.
Os acontecimentos se mostravam promissores para a Costa Rica, mas uma provável sequências de participações em copas esbarrou em outra equipe emergente: a Jamaica. No Campeonato da Concacaf de 2018, as duas equipes se enfrentaram na mesma chave e o embate entre elas foi determinante para classificar uma das duas para as semifinais. As caribenhas ganharam, com reclamações das centro-americanas sobre um gol anulado que dura até hoje, empatando em pontos na ocasião e eliminando na rodada posterior.
Já em 2022 as coisas aconteceram de maneira diferente e o sonho da Copa foi novamente realizado. Em uma chave com Canadá, Panamá e Trinidad e Tobago, as Ticas venceram suas adversárias continentais e caribenhas, caindo apenas para as fortes campeãs olímpicas. Com o aumento de vagas, a classificação as semis já era motivo de festa para a equipe, que encerrou o torneio com derrotas para Estados Unidos e Jamaica, esta última na decisão de terceiro lugar.
Costa Rica na Copa do Mundo 2023
Retornando ao Mundial, a Costa Rica reencontrará uma conhecida adversária e duas novas equipes pelo Grupo C do torneio. No dia 21/7, em Wellington, as centro-americanas encontram a Espanha em sua estreia pelo torneio. Já no dia 26, em Dunedin, o embate é contra o Japão, uma potência na modalidade. No dia 31 do mesmo mês, a Sele encerra a primeira fase contra Zâmbia no Waikato Stadium, em Hamilton.
“Oito anos se passaram desde a última Copa. E oito anos é muito tempo! (Risos). Então as emoções no time estão afloradas. Estamos ansiosas pelos jogos que estão por vir e, como sempre, queremos fazer uma grande atuação pelo nosso país. Estamos muito orgulhosas e animadas para representar a Costa Rica", afirma a meia-atacante Raquel Rodriguez Cedeño, destaque da seleção e que hoje atua na elite do futebol de clubes dos Estados Unidos.
“Temos expectativas muito altas. Queremos ir lá para competir. A Costa Rica nunca passou da fase de grupos, então esse é um objetivo muito específico para nós. Acima de tudo, queremos ser um time que mostre personalidade, que ofereça algo, que tenha uma identidade muito distinta de pura vida, mesmo quando se trata de futebol.", completa a atleta, que segue comandada pela experiente treinadora Amelia Valverde. Da mesma geração da maioria das atletas, a comandante da Sele foi a responsável pela boa exibição em 2015 e quer repetir o feito para a atual edição.
Com um conjunto de atletas jovens e algumas veteranas, outros destaques da equipe são as meias Katherine Alvarado, Cristín Granados e Gloriana Villalobos.
Acompanhe nossas transmissões ao vivo no www.aratuon.com.br/aovivo. Siga a gente no Insta, Facebook e Twitter. Quer mandar uma denúncia ou sugestão de pauta, mande WhatsApp para (71) 99940 – 7440. Nos insira nos seus grupos!
À sombra dos Estados Unidos e Canadá, a CONCACAF apresenta um conjunto de seleções que brigam por um lugar ao sol no futebol mundial. E dentre as equipes que despontam no cenário local, a Costa Rica é uma das mais constantes em relação ao posto de terceira ou quarta força local. Mesmo assim, a equipe chega apenas a sua segunda copa e espera melhorar a campanha em relação a sua única participação, pelo Mundial de 2015.
Pioneirismo e primeiras disputas
Os primeiros registros da prática do futebol feminino na Costa Rica são de 1924, com a criação da Liga Feminista Deportiva, criada pela principal associação desportiva de trabalhadores do país, o Club Sport La Libertad. Já em 1949, é fundado o Deportivo Femenino Costa Rica F.C., que passa a realizar amistosos em outros países da América Central e Caribe e incentiva a criação de outras equipes locais.
Nos anos 60 é realizado o primeiro campeonato feminino do país, com cinco equipes. Nas décadas seguintes, a prática cai em termos de reconhecimento e prática, mas ainda segue como uma atividade realizada por mulheres em todo o país. Em 1989, é criada a Associação Desportiva de Futebol Feminino (ADEFUFE) e uma seleção nacional é criada.
Em 1991, a Costa Rica é a única convidada da América Central continental a participar do primeiro Campeonato da Concacaf, que daria vaga ao Mundial do mesmo ano. Apesar da extensa experiência interna, as Ticas (apelido derivado do time masculino, Los Ticos), foram goleadas por Canadá (6 a 0), e Haiti (4 a 0), mas venceram seu terceiro jogo contra a Jamaica por 2 a 1.
De fora dos torneios de 1993 e 1995, as costa-riquenses retornaram a competição em 1998, depois da classificação na fase zonal do torneio. Na competição, a equipe ficou em segundo lugar da chave ao perder para o México e derrotar Trinidad e Tobago na segunda rodada e Haiti na terceira. Classificada para o mata-mata, as centro-americanas perderam para o Canadá nas semifinais, mas conseguiram golear a Guatemala na decisão de terceiro lugar. Entretanto, o posto não dava acesso a Copa do Mundo de 1999.
Em 2000, a Costa Rica volta ao torneio, mas fica apenas na fase de grupos depois de derrotas para o Brasil (país convidado) e Estados Unidos, ambos por 8 a 0, e um empate com Trinidad e Tobago por 2 a 2. Já em 2002, triunfos sobre Jamaica e Haiti, com uma derrota para o Canadá na última rodada, colocam a seleção novamente no mata-mata. Entretanto, a goleada de 7 a 0 sobre os Estados Unidos e de 4 a 1 para o México, na decisão de terceiro lugar e vaga na repescagem mundial, mostram que a distância com as maiores equipes do continente ainda era enorme.
Muitas tentativas e enfim a glória
Com exceção do Campeonato da Concacaf de 2006, no qual não conseguiu se classificar, a Costa Rica seguiu participando de todos os torneios continentais e conseguindo boas colocações na classificação geral.
Em 2010, as Ticas voltaram a vencer Guatemala e Haiti, caindo para os Estados Unidos na última rodada da chave. Nas semifinais, a história de edições anteriores se repetia com uma goleada para o Canadá e tropeço no terceiro lugar para um surpreendente Estados Unidos, que derrotado pelo México foi para a repescagem internacional.
O "Quase" assolava a Costa Rica em suas tentativas de chegar a Copa do Mundo e já se transformava em um tabu indigesto no futebol local. Entretanto, em 2014, as coisas foram diferentes.
Com uma base de atletas jovens e um bom entrosamento, a Sele (apelido que remete ao diminutivo de Seleção) venceu todas as partidas da chave frente a México, Jamaica e Martinica. Com isso, o grupo foi as semifinais e teve uma partida difícil contra Trinidad e Tobago, empatando em 1 a 1 no tempo normal e conseguindo uma inédita classificação para a final do torneio. Na decisão, foram goleadas pelos Estados Unidos por 6 a 0, mas levaram para casa uma inédita e gloriosa vaga para a Copa do Mundo de 2015.
Campanha na Copa e nova classificação em 2023
https://www.youtube.com/watch?v=Yb4THg0KMEI
Realizada no Canadá, a Copa de 2015 recebia a Costa Rica e não imaginava o que a Sele reservava para o torneio. Mesmo estreantes e com nível inferior as suas adversárias, as Ticas deram trabalho para suas adversárias em uma chave que muitos a consideravam como "presa fácil" em relação as suas concorrentes.
No primeiro jogo, um empate em 1 a 1 contra a Espanha já alertou o mundo em relação a equipe e sua geração. Na segunda rodada, novo empate com a experiente Coreia do Sul em 2 a 2, com gol nos últimos minutos, deixou a equipe com sonhos de classificação para a última rodada. O problema é que a terceira rodada reservava o adversário mais perigoso da chave: o Brasil.
Apesar do poderio sul-americano, as costa-riquenses seguraram o jogo por mais de 80 minutos e seguiam com sonhos de classificação até os 32 do segundo tempo, quando Raquel fez o único gol da partida e encerrou o "sonho de cinderela" das Ticas. Em contrapartida, a participação do selecionado rendeu fruto e colocou suas atletas nos holofotes, elevando o futebol do país e de toda a América Central.
Os acontecimentos se mostravam promissores para a Costa Rica, mas uma provável sequências de participações em copas esbarrou em outra equipe emergente: a Jamaica. No Campeonato da Concacaf de 2018, as duas equipes se enfrentaram na mesma chave e o embate entre elas foi determinante para classificar uma das duas para as semifinais. As caribenhas ganharam, com reclamações das centro-americanas sobre um gol anulado que dura até hoje, empatando em pontos na ocasião e eliminando na rodada posterior.
Já em 2022 as coisas aconteceram de maneira diferente e o sonho da Copa foi novamente realizado. Em uma chave com Canadá, Panamá e Trinidad e Tobago, as Ticas venceram suas adversárias continentais e caribenhas, caindo apenas para as fortes campeãs olímpicas. Com o aumento de vagas, a classificação as semis já era motivo de festa para a equipe, que encerrou o torneio com derrotas para Estados Unidos e Jamaica, esta última na decisão de terceiro lugar.
Costa Rica na Copa do Mundo 2023
Retornando ao Mundial, a Costa Rica reencontrará uma conhecida adversária e duas novas equipes pelo Grupo C do torneio. No dia 21/7, em Wellington, as centro-americanas encontram a Espanha em sua estreia pelo torneio. Já no dia 26, em Dunedin, o embate é contra o Japão, uma potência na modalidade. No dia 31 do mesmo mês, a Sele encerra a primeira fase contra Zâmbia no Waikato Stadium, em Hamilton.
“Oito anos se passaram desde a última Copa. E oito anos é muito tempo! (Risos). Então as emoções no time estão afloradas. Estamos ansiosas pelos jogos que estão por vir e, como sempre, queremos fazer uma grande atuação pelo nosso país. Estamos muito orgulhosas e animadas para representar a Costa Rica", afirma a meia-atacante Raquel Rodriguez Cedeño, destaque da seleção e que hoje atua na elite do futebol de clubes dos Estados Unidos.
“Temos expectativas muito altas. Queremos ir lá para competir. A Costa Rica nunca passou da fase de grupos, então esse é um objetivo muito específico para nós. Acima de tudo, queremos ser um time que mostre personalidade, que ofereça algo, que tenha uma identidade muito distinta de pura vida, mesmo quando se trata de futebol.", completa a atleta, que segue comandada pela experiente treinadora Amelia Valverde. Da mesma geração da maioria das atletas, a comandante da Sele foi a responsável pela boa exibição em 2015 e quer repetir o feito para a atual edição.
Com um conjunto de atletas jovens e algumas veteranas, outros destaques da equipe são as meias Katherine Alvarado, Cristín Granados e Gloriana Villalobos.
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