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Spotters: saiba quem são e o que fazem os apaixonados por aviões

Munidos com câmeras e celulares, os spotters frequentam aeroportos e áreas de pouso e decolagem para registrar os diferentes modelos de aeronaves

Fonte: Thaís Seixas

Spotters: saiba quem são e o que fazem os apaixonados por aviõesSpotters registram chegada de avião da Air France ao Aeroporto de Salvador. Foto: Lucas Leawry | Salvador Bahia Airport

Spotter: pessoa apaixonada por aviões, que frequenta aeroportos, áreas próximas às pistas de pouso e decolagem e outros locais estratégicos para visualizar aeronaves em operação. Resumindo, são aquelas pessoas que não podem ver um avião e já miram as câmeras, lentes e celulares para registrar estes gigantes do ar, além de acompanharem as rotas aéreas por meio de sistemas específicos e aplicativos.


Não há idade mínima para ser um spotter, e muitos deles percebem a paixão por aviões ainda na infância. Este é o caso de Bernardo Azevedo, de 13 anos, que desde criança pedia para o pai levá-lo ao aeroporto de Salvador e, atualmente, participa de eventos dedicados a esta atividade.


A intensa produção de imagens de aeronaves motivou Bernardo a criar um perfil no Instagram para publicar as fotos e interagir com outros spotters. Cada publicação traz ainda as informações técnicas do avião e da câmera utilizada, bem como o local do registro. 


Bernardo destaca que herdou a paixão pela fotografia do pai, o arquiteto Frederico Azevedo, e uniu os dois hobbies. Para ele, nada substitui a emoção de ver e ouvir o som de uma aeronave de perto.


"Quando eu vi um avião pela primeira vez, fiquei fascinado e quis saber como aquilo funcionava. Com o tempo, meus pais começaram a me trazer para o aeroporto, porque ver um avião na sua frente é totalmente diferente de um vídeo no Youtube. Eu posto minhas fotos no Instagram e até as companhias aéreas já comentaram", revela ele, que também aprendeu a editar e aplicar uma marca d'água nas imagens.


spotters bernardo e frederico azevedoBernardo herdou a paixão do pai, Frederico, pela fotografia. Foto: Thaís Seixas | Aratu On


Paixão que virou profissão


Frederico brinca que é o assistente do filho Bernardo, acompanhando o adolescente nas idas ao aeroporto e também nos eventos para spotters.


“É incrível como, desde cedo, a preferência de Bernardo era ir ao aeroporto para ver avião. Agora, um pouco mais velho, ele faz o acompanhamento pelo aplicativo Flight Radar e fica doido para ver algumas aeronaves mais diferentes. Para mim, é uma satisfação imensa poder acompanhá-lo e fazer parte dessa paixão dele porque, provavelmente, é algo que ele vai seguir no futuro, algo ligado a avião", enfatiza.


O amor pela área foi decisivo para a escolha da profissão do agente de viagens Rafael Macedo, de 24 anos, que também estuda ciências aeronáuticas. Ele ressalta a importância de monitorar os voos por meio do aplicativo para não perder nenhuma oportunidade.


spotters rafael macedoAgente de viagens Rafael Macedo monitora voos por aplicativo. Foto: Thaís Seixas | Aratu On


"Sempre quando eu posso, vou ao aeroporto tirar umas fotos, principalmente quando tem um tráfego (chegada ou partida) diferente. As pessoas não entendem, mas não dá para explicar. A gente tem um aplicativo e um grupo, para informar sempre que acontece um tráfego diferente. Há uns 20 dias, um avião parou um dos motores e teve que vir a Salvador. Aí todo mundo ficou doido", diverte-se.


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Spotter Day


A atividade de spotter se popularizou tanto que alguns aeroportos brasileiros passaram a ter o Spotter Day, dia dedicado a estes aficionados por aviação, para que possam ter um momento próximo à pista para observar e registrar os pousos e decolagens, além de concorrerem a brindes como passagens aéreas e maquetes.  


O Aeroporto de Salvador promoveu o Spotter Day no último sábado (14), reunindo 40 participantes que curtiram a programação durante a tarde, desde a visualização dos pousos e decolagens perto da pista até sorteio de brindes, incluindo passagens aéreas, maquete de avião e objetos de decoração temáticos.


A gerente de Comunicação da Vinci Airports no Brasil, Daniela Franco, explica que o evento é realizado desde 2018, com o objetivo de aproximar os participantes da rotina do aeroporto. “É sempre muito bacana e, a cada ano, vemos pessoas diferentes. Não são pessoas normais (risos), são diferenciadas neste aspecto e muitas têm essa paixão há muito tempo. Mas também é uma oportunidade de trazer pessoas que possam conhecer um pouco mais e começar essa paixão a partir desta experiência”, diz.


Daniela lembra que, nas últimas edições, alguns participantes se emocionaram quando passavam perto dos aviões. Ela lembra também de uma spotter que transformou a visita em uma situação engraçada e inusitada. “A gente tem uma pessoa muito querida, Gisele Orquídea, que vem de São Paulo e participou quase todos os anos. Em 2018, a gente conseguiu parar na pista, que estava em obras. Aí ela deitou, debaixo do sol de meio-dia, perguntando se não tinha um pedaço da pista pra levar pra casa. Além disso, tudo o que ela vestia tinha avião”, conta ela.


Desta vez, Gisele não conseguiu participar, mas o Spotter Day de Salvador contou com um participante ‘de fora’. Foi o agente de cargas Pedro Arthur, de 22 anos, que é da cidade mineira de São Leopoldo e trabalha no Aeroporto de Confins, também em Minas Gerais. Pedro saiu de Belo Horizonte exclusivamente para conferir o evento na capital baiana. Ele até conseguiu visitar o Farol da Barra no sábado pela manhã, mas o foco era ver os aviões.


spotters pedro arthurMineiro Pedro Arthur veio a Salvador para participar do Spotter Day. Foto: Thaís Seixas | Aratu On


Pedro lembra que ganhou um ‘empurrãozinho’ de uma amiga da família para começar a fotografar aviões. “Ia ter um evento no aeroporto de Confins, da chegada do 767 da Rota Cargueira e, para participar, era obrigatório ter câmera. Eu não tinha na época, mas uma amiga da nossa família conseguiu me emprestar. Mas aí quando eu fui fazer a inscrição, as vagas já tinham acabado, eu não pude participar. Quando fui devolver a câmera para essa  amiga, ela disse que eu poderia ficar com a máquina, então eu comecei a tirar fotos de aviões assim”.


O agente de cargas revela que utiliza as folgas no trabalho para viajar pelo Brasil fotografando aviões. “Sempre que quando tem um Spotter Day em algum aeroporto do Brasil, eu tento fazer minha inscrição para poder participar, conciliando com minha folga de trabalho. Já consegui participar nos aeroportos de Brasília, Santos Dumont e Guarulhos. Esta é minha primeira vez em Salvador, justamente para esse evento”.


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