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Relacionamento abusivo: em entrevista Aratu On, psicóloga aponta sinais vermelhos e explica como ajudar vítimas

No último domingo, o apresentador do programa, Tadeu Schmidt, chamou a atenção dos participantes do reality por causa de um relacionamento abusivo que estava acontecendo na casa

Por Bruna Castelo Branco

Relacionamento abusivo: em entrevista Aratu On, psicóloga aponta sinais vermelhos e explica como ajudar vítimasCréditos da foto: reprodução/TV Globo

O BBB 23 começou há apenas uma semana, mas a edição já está gerando debates importantes entre os espectadores. No último domingo (22/1), o apresentador do programa, Tadeu Schmidt, chamou a atenção dos participantes do reality por causa de um relacionamento abusivo que estava acontecendo na casa: o "namoro" de Bruna Griphao e Gabriel Fop.


Desde que o casal começou a se relacionar, o público do Big Brother veio notando gestos e falas agressivas de Gabriel para Bruna. Nesses últimos dias, o modelo perguntou se a atriz tinha HPV, a chamou de sarna, disse que preferia quando ela estava algemada a outra participante, Larissa, e longe dele, falou sobre o tamanho do nariz da sister e chegou a ameaçá-la: "Vai levar umas cotoveladas na boca".


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Após as falas do brother viralizarem, o pai de Bruna Griphao se pronunciou nas redes sociais e chamou o modelo de "abusivo". O perfil oficial da atriz também se posicionou, afirmando que a sister estava vivendo um relacionamento tóxico.


Para entender mais o que isso significa, o Aratu On conversou com a psicóloga Daniela Passos, que explicou: o que é relacionamento abusivo? As mulheres geralmente são as principais vítimas? Como identificar os sinais?


Primeiramente, Daniela adiantou: relacionamento abusivo não acontece apenas em relações amorosas - podem ser entre familiares, amigos e até colegas. "É uma forma de relacionamento que pode acontecer tanto com uma relação familiar, amorosa ou de amizade, que ocorre quando uma pessoa da relação, de forma consciente ou não, usa como poder a manipulação, comoção, dependência afetiva ou financeira, inferiorização de imagem e instabilidade emocional para conseguir o que quer".


E, como apontou Tadeu no BBB, é justamente por se tratar de relações que envolvem afeto e proximidade que é tão difícil para a vítima perceber o que está passando. "É comum o ser humano não ter saúde psíquica adequada e apresentar instabilidade emocional, o que facilita para que a vítima a seja manipulada. Também é comum o ser humano ter a dificuldade de se enxergar de forma geral", detalhou a psicóloga.


SINAIS DE ALERTA


Por vivermos em uma sociedade estruturada em cima do machismo, em que o homem, historicamente, tem uma relação de poder em uma relação com uma mulher, as mulheres são as maiores vítimas dos relacionamentos abusivos. Só no primeiro semestre de 2022, por exemplo, a central de atendimento registrou 31.398 denúncias e 169.676 violações envolvendo a violência doméstica contra a mulher.


"Acredito que, socialmente, o homem tem vantagem em relação ao convívio social e relacionamentos, porque devido ao machismo estrutural, fica evidente que é o homem que decide se vai ter um relacionamento ou não, por exemplo. Entendo que, muitas vezes, a mulher aceita entrar em relacionamentos falidos e destrutivos por carência emocional. De forma geral, acredito que ambos os gêneros possam ter dificuldades de manter uma relação saudável, isso é inerente ao ser humano", detalhou Daniela Passos.


Para quem está dentro da relação, é difícil perceber o abuso, mas, para quem está de fora, há sinais claros, como explicitou a psicóloga: "Inferiorização da vítima, domínio da vítima e baixa autoestima, ciúmes excessivo, invasão de privacidade, manipulação de dinheiro e amizades na relação, excesso de poder e controle do outro, se sentir forçado a manter relações sexuais, quando o agressor faz sempre a vítima se sentir culpada, ofensa física e verbal, quando o agressor tenta isolar a vítima do convívio social com familiares e amigos".


E o que fazer quando você perceber que alguém próximo está em um relacionamento assim? Daniela passos apontou: "É difícil quando a vítima não enxerga que está nessa situação, ou quando a vítima já tem uma condição familiar com o parceiro. Penso que a melhor forma é se manter presente e disponível a qualquer momento que a vítima precise, não julgar e não criticar. Se colocar no papel de intervir, a depender da sua relação com a vítima, talvez seja o momento mais difícil e que coloque a prova a amizade entre vocês".


Se você conhece uma mulher que está sendo vítima de violência doméstica, denuncie. Ligue 180 (Central de Atendimento à Mulher).


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