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Avenida Sexy: coração de Salvador bombeia tesão com pênis de borracha e sugadores de clitóris - somente para maiores

Quem diria que a uns 600 metros do Mosteiro de São Bento é possível encontrar uma grande loja de produtos eróticos? Ou que, em frente ao Relógio de São Pedro, um prédio abriga duas lojas para quem está em busca de mais prazer?

Por Juana Castro

Avenida Sexy: coração de Salvador bombeia tesão com pênis de borracha e sugadores de clitóris - somente para maiores  Créditos da foto: Aratu On

ATENÇÃO: MATÉRIA PARA MAIORES DE 18 ANOS


Bate perna. Pega panfleto. Megafone. Calcinha de renda pendurada e até uma geladeira que “esquenta”.


Não precisa andar muito. Em um dos principais centros comerciais de Salvador, o que não faltam são barraquinhas de rua vendendo roupas íntimas e sexshops escondidos pelos antigos edifícios. Estamos falando da Avenida Sete. Ou, para não perder o trocadilho… Avenida Sexy. 


Afinal, quem diria que a uns 600 metros do Mosteiro de São Bento é possível encontrar uma grande loja de produtos eróticos? Ou que, em frente ao Relógio de São Pedro, um prédio abriga duas lojas para quem está em busca de mais prazer?


A Avenida Sete de Setembro surgiu como parte de um conjunto de transformações da paisagem urbana de Salvador, em 1915, e durante muitas décadas foi a principal avenida da cidade. Hoje, o trecho que tem no nome uma referência à Independência (do Brasil) continua dialogando com a liberdade, mas, agora, também sexual, mostrando que a variedade de produtos e serviços no local - e seu entorno - vai além de roupas, calçados e utensílios domésticos. 


Para explorar esse lado menos “tradicional” da área, o Aratu On foi às ruas para saber onde, como e o que encontrar nesses estabelecimentos dedicados ao prazer. Vem com a gente nesse tour?




QUE LUXÚRIA


Caminhando sentido Avenida Joana Angélica, em frente ao Shopping Center Lapa, uma fachada com quatro manequins e um grande espelho de Vênus (símbolo feminino) chamam atenção. É a “Que Luxúria Sex Shop”. Da rua, já ouvimos as vendedoras anunciarem os itens e as promoções, com direito à caixa de som.


Para entrar na loja, é preciso passar pelo portão branco do Edifício São Carlos, subir as escadas e chegar ao primeiro andar. Por lá, as vendedoras vão te indicar desde biquínis e fantasias, a vibradores e próteses realísticas. “A gente tem de tudo! Do sadomasoquismo à lingerie”, afirmou a atendente que nos recebeu.


De acordo com a funcionária, que preferiu não se identificar, as vendas caíram um pouco durante a pandemia de Covid-19, mas, aos poucos, vão retomando o fôlego entre os mais diversos públicos. “Vem homem, vem mulher, idoso... Só não pode vir criança, porque a gente barra! Tem ‘novinha’ de 15 e 16 anos que já quer dizer que é mulher, quer ‘botar’ a identidade e entrar, mas não é. Não pode entrar”, garantiu.


Os preços também são variados. Entre os itens mais baratos estão um gel para sexo oral, que esquenta e esfria, e bolinhas para introdução, que “explodem”. Esses estão a partir de R$ 15.


“A gente se preocupa com a qualidade do produto. Um mais barato, às vezes, pode provocar um corrimento ou algum outro problema”, frisou a vendedora. Já os mais caros e sofisticados são vibradores e próteses penianas com vibração e/ou plugs, que vão de R$ 150 a R$ 550, na Que Luxúria.


A atendente contou que os “queridinhos”, principalmente para os amantes de adrenalina, são os vibradores com controle pelo celular, até via bluetooth. “Para o(a) parceiro(a) ficar controlando a pessoa em um restaurante, durante um passeio…”, explicou. Se você ainda não sabe como é, pode ter uma ideia na comédia romântica “A verdade nua e crua”, de 2009, com Gerard Butler e Katherine Heigl (mais precisamente a partir dos 49 minutos da película).


Outra tendência é o sugador de clitóris. Alguns chegam a 30 “velocidades de prazer”. Os toys voltados à região clitoriana, inclusive, são bem quistos para quem não quer penetração ou imitações de pênis. Eles podem vir, por exemplo, semelhantes a um microfone.


Ah! A vendedora ainda revelou um “segredo”. Segundo ela, apesar de não admitirem, os homens procuram muito pela bomba peniana, que promete aumentar o órgão sexual.


RUA COQUEIROS DA PIEDADE


Saindo da "Que Luxúria" e atravessando a rua, ao lado esquerdo do shopping, uma espécie de feira livre contempla algumas barracas com calcinhas, cuecas e sutiãs expostos. Do algodão à renda, na Rua Coqueiros da Piedade dá pra usar a lábia e fazer a boa e velha pechincha. 


Descendo um pouco e virando à esquerda, nessa mesma rua, você encontra uma plaquinha discreta, quase que escondida: “sex shop”. Trata-se, na verdade, de uma loja de roupas de festas, na qual a dona, Elisângela Santana, não perdeu tempo e decidiu colocar à venda, também, fantasias sensuais e produtos eróticos a partir de R$ 10.


Disse que boa parte dos acessórios é voltado para as mulheres, por serem seu maior público, mas que “hoje em dia não tem mais isso”. E quando perguntamos qual o período de maior procura, ela foi direta: “Não tem época pra namorar! Sempre tem o dia de alguma coisa”, falou, emendando com um riso tímido. 


NA HORA CERTA


Os últimos estabelecimentos que visitamos estão localizados em um mesmo prédio, em frente ao famoso Relógio de São Pedro. No Edifício Vila Moreira, você encontra as lojas “Nide Moda Íntima”, no segundo andar, e “O Paraíso”, no quarto (andar). Em ambas, dá para comprar no varejo e atacado.


Na Nide há uma variedade de fantasias. Tem de Mulher Maravilha, enfermeira, Barbie, gatinha… A mais diferentona - e mais pedida - é a “lua-de-mel”, um maiô com aberturas em locais para penetração. As vestimentas custam a partir de R$ 45. 


Entre as curiosidades estão o anestésico anal, o vibrador “golfinho” e o “egg” - que significa “ovo”, em inglês -, um masturbador masculino. O “melzinho do amor”, que “dá tesão”, segundo a vendedora Andreza, também tem saído bastante, e no atacado sai pelo valor de R$ 18, a unidade. 


Por fim, mas não menos importante, chegamos ao Paraíso, onde encontramos uma geladeira diferente, que “esquenta”. É uma brincadeira, claro, com o imaginário dos clientes, já que ao abri-la, eles deparam-se com diversas próteses penianas.


geladeira

Quem nos recebeu foi Luzia. Bem-humorada e com a naturalidade de quem vende qualquer produto, foi logo nos mostrando os itens mais buscados e ensinando a usar cada um. “Esse aqui é o ‘chup-chup’. Só duas gotinhas na cabeça do pênis, massageia com a língua, joga o ar quente e depois, ó: mete-lhe a boca!”, explicou. Ele custa R$ 12, mas “pegando em quantidade” fica por R$ 5,99.


“Aqui são as bolinhas funcionais. Cada uma esquenta, esfria, vibra e pulsa!”, disse Luzia. Tem até inspiração cinematográfica, no soft porn “50 Tons de Cinza”. Mas não vem nenhum Christian Grey, calma… É só na embalagem. No atacado, sai a R$ 5,99.


Empolgada, ela nos mostrou os shots “Tesão do touro” e “Tesão da vaca”. “Agita e toma. Pode até misturar com uma dose de whiskey”, pontuou. E tem espaço para os indecisos, que podem recorrer a um kit de emergência, com 20 itens eróticos sortidos. Vai que começa o apocalipse, não é mesmo?


A loja "O Paraíso" faz parte da rede Prazer e Cia, com estabelecimentos em outros bairros de Salvador, a exemplo da Pituba. Então, caso você se depare com a sócia Tereza Cristina, trufas eróticas e um jingle sobre “pirocas” e “xoxotas”, chegou ao lugar certo.


“Aqui tem piroca, piroquinha e pirocão

também tem xoxota, xoxotinha e xoxotão

venha, venha, venha, venha comprar piroca

venha, venha, venha também comprar xoxota”


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