Após rescindir contrato do VLT, governo fará manutenção em áreas de antigos trens do Subúrbio
Os custos estimados com a contratação são de, aproximadamente, R$ 3,3 milhões, por 12 meses
Créditos da foto: Skyrail Bahia/divulgação
Após rescindir amigavelmente o contrato do VLT com a concessionária Metrogeen Skyrail, o Governo da Bahia retomou a posse das áreas do antigo sistema dos trens do Subúrbio de Salvador. Segundo documentos obtidos pelo Aratu On, a Companhia dos Transportes do Estado (CTB) ficará a cargo da estrutura e, por conta disto, abriu edital de licitação para contratar uma empresa para promover serviços de manutenção, limpeza e preservação das estruturas do antigo modal. O intuito é preservar o patrimônio enquanto o novo projeto do VLT não é lançado.
De acordo com a documentação obtida pela reportagem, a licitação será aberta na próxima quinta-feira (5/10), às 9h. Os custos estimados com a contratação são de aproximadamente R$ 3,3 milhões, por 12 meses.
Na justificativa apresentada no edital, a CTB sustenta que a manutenção é “urgente e imediata”. “Os serviços de manutenção do trecho são atividades que exigem continuidade e sua interrupção acarreta risco de agravamento do estado de não conformidades da faixa de domínio para implantação do sistema”, diz trecho do documento.
A companhia aponta que já vinha identificando uma série de ocorrências de má conservação em pontos da faixa de domínio no trecho da antiga operação do sistema ferroviário do Subúrbio. Segundo a autarquia, vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur), o abandono das estruturas é mais notável nas estações Calçada e Paripe, e no Pátio de Manobras de Periperi, “onde foi observada elevada presença de lixo, entulhos e vegetação alta”.
A CTB indica que, durante o percurso em que os trens percorriam, há tapumes e equipamentos que foram danificados ou roubados.
“Todos esses serviços visam não comprometer a segurança e o bem-estar da população do entorno, dos equipamentos e dos bens públicos lá existente, com a suspensão das atividades que vinham sendo desempenhadas pela concessionária, garantindo inclusive a posse da área, impedindo que novas ocupações irregulares venham se estabelecer.
OS SERVIÇOS DEVEM SER PROGRAMADOS EM QUATRO AMBIENTES DISTINTOS:
a) Trecho Estação Calçada – Paripe: local em que houve a desmontagem da superestrutura do antigo trem do Subúrbio e a faixa de domínio encontra-se livre;
b) Pátio de Manutenção da Calçada: com a desmontagem da superestrutura do antigo sistema ferroviário do Subúrbio, foram executados serviços de terraplenagem na área, cravadas 193 estacas de fundação, e construídas unidades que irão compor o canteiro principal de obras do VLT do Subúrbio, como escritórios da concessionária, oficina, almoxarifado e sanitários;
c) Pátio de manobra de Periperi: com a desmontagem da superestrutura do antigo trem do Subúrbio, foram armazenados neste local parte dos equipamentos devolvidos à CTB para processos de leilão junto à Secretaria de Administração (Saeb);
d) Trecho Paripe – Mapele: local em que não havia operação do antigo trem do Subúrbio e já há ocupação irregular na faixa de domínio.
De acordo com a CTB, o edital prevê limpeza do sistema de drenagem, retirada de lixo, entulho e roçagem da vegetação, além de recolhimento e recomposição dos tapumes, e demolição de construções irregulares.
A companhia ainda ressalta que o contrato de concessão, cuja rescisão bilateral foi anunciada pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT), foi objeto de “diversas notificações de descumprimentos contratuais emitidas pela fiscalização da CTB”.
MUDANÇAS NO TRAÇADO
Enquanto a CTB avança no processo de manutenção das estruturas abandonadas, o Governo do Estado firmou, internamente, a mudança no traçado original do VLT. O modal, que originalmente, teria duas linhas: uma que sairia da Ilha de São João, em Simões Filho, até a Feira de São Joaquim, e outra, que ligaria a feira ao Comércio e à Estação Acesso Norte do Metrô.
Com as mudanças, o modal, que terá novo edital de licitação, suprimiu as paradas no Acesso Norte, em São Joaquim e no Comércio. Por outro lado, as novas alterações pretendem fazer a ligação de Paripe à Nova Rodoviária, em Águas Claras, e a Piatã, na orla da capital.
O governador Jerônimo Rodrigues admitiu ao Aratu On que há estudos em andamento que indicam a possibilidade de o novo projeto suprimir as paradas que levem ao Acesso Norte, ao Comércio e a São Joaquim. A reportagem, contudo, obteve acesso aos estudos finalizados, que asseguram que não haverá estações e nem paradas nessas localidades.
Aratu On também teve acesso a uma planilha de custos estimados para o novo modal. O valor previsto para o primeiro projeto era de R$ 2,8 bilhões, com possibilidade de ultrapassar os R$ 5 bilhões. O novo VLT deve custar cerca de R$ 3,5 bilhões, mesmo com um traçado maior. Neste montante, ainda está incluída a duplicação da Estrada do Derba.
Jerônimo afirmou que a prioridade, no momento, é construir o trecho que ligará Paripe à Calçada.
O novo planejamento visa corrigir o VLT projetado anteriormente. Mesmo sem nenhum trilho instalado, o Governo da Bahia gastou R$ 58 milhões em contrapartidas contratuais com a Metrogeen Skyrail. Por outro lado, os moradores da região da Cidade Baixa e Subúrbio ficaram sem a opção do trem, após 161 anos de funcionamento.
Acompanhe nossas transmissões ao vivo no www.aratuon.com.br/aovivo. Siga a gente no Insta, Facebook e Twitter. Quer mandar uma denúncia ou sugestão de pauta, mande WhatsApp para (71) 99940 – 7440. Nos insira nos seus grupos!
De acordo com a documentação obtida pela reportagem, a licitação será aberta na próxima quinta-feira (5/10), às 9h. Os custos estimados com a contratação são de aproximadamente R$ 3,3 milhões, por 12 meses.
Na justificativa apresentada no edital, a CTB sustenta que a manutenção é “urgente e imediata”. “Os serviços de manutenção do trecho são atividades que exigem continuidade e sua interrupção acarreta risco de agravamento do estado de não conformidades da faixa de domínio para implantação do sistema”, diz trecho do documento.
A companhia aponta que já vinha identificando uma série de ocorrências de má conservação em pontos da faixa de domínio no trecho da antiga operação do sistema ferroviário do Subúrbio. Segundo a autarquia, vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur), o abandono das estruturas é mais notável nas estações Calçada e Paripe, e no Pátio de Manobras de Periperi, “onde foi observada elevada presença de lixo, entulhos e vegetação alta”.
A CTB indica que, durante o percurso em que os trens percorriam, há tapumes e equipamentos que foram danificados ou roubados.
“Todos esses serviços visam não comprometer a segurança e o bem-estar da população do entorno, dos equipamentos e dos bens públicos lá existente, com a suspensão das atividades que vinham sendo desempenhadas pela concessionária, garantindo inclusive a posse da área, impedindo que novas ocupações irregulares venham se estabelecer.
OS SERVIÇOS DEVEM SER PROGRAMADOS EM QUATRO AMBIENTES DISTINTOS:
a) Trecho Estação Calçada – Paripe: local em que houve a desmontagem da superestrutura do antigo trem do Subúrbio e a faixa de domínio encontra-se livre;
b) Pátio de Manutenção da Calçada: com a desmontagem da superestrutura do antigo sistema ferroviário do Subúrbio, foram executados serviços de terraplenagem na área, cravadas 193 estacas de fundação, e construídas unidades que irão compor o canteiro principal de obras do VLT do Subúrbio, como escritórios da concessionária, oficina, almoxarifado e sanitários;
c) Pátio de manobra de Periperi: com a desmontagem da superestrutura do antigo trem do Subúrbio, foram armazenados neste local parte dos equipamentos devolvidos à CTB para processos de leilão junto à Secretaria de Administração (Saeb);
d) Trecho Paripe – Mapele: local em que não havia operação do antigo trem do Subúrbio e já há ocupação irregular na faixa de domínio.
De acordo com a CTB, o edital prevê limpeza do sistema de drenagem, retirada de lixo, entulho e roçagem da vegetação, além de recolhimento e recomposição dos tapumes, e demolição de construções irregulares.
A companhia ainda ressalta que o contrato de concessão, cuja rescisão bilateral foi anunciada pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT), foi objeto de “diversas notificações de descumprimentos contratuais emitidas pela fiscalização da CTB”.
MUDANÇAS NO TRAÇADO
Enquanto a CTB avança no processo de manutenção das estruturas abandonadas, o Governo do Estado firmou, internamente, a mudança no traçado original do VLT. O modal, que originalmente, teria duas linhas: uma que sairia da Ilha de São João, em Simões Filho, até a Feira de São Joaquim, e outra, que ligaria a feira ao Comércio e à Estação Acesso Norte do Metrô.
Com as mudanças, o modal, que terá novo edital de licitação, suprimiu as paradas no Acesso Norte, em São Joaquim e no Comércio. Por outro lado, as novas alterações pretendem fazer a ligação de Paripe à Nova Rodoviária, em Águas Claras, e a Piatã, na orla da capital.
O governador Jerônimo Rodrigues admitiu ao Aratu On que há estudos em andamento que indicam a possibilidade de o novo projeto suprimir as paradas que levem ao Acesso Norte, ao Comércio e a São Joaquim. A reportagem, contudo, obteve acesso aos estudos finalizados, que asseguram que não haverá estações e nem paradas nessas localidades.
Aratu On também teve acesso a uma planilha de custos estimados para o novo modal. O valor previsto para o primeiro projeto era de R$ 2,8 bilhões, com possibilidade de ultrapassar os R$ 5 bilhões. O novo VLT deve custar cerca de R$ 3,5 bilhões, mesmo com um traçado maior. Neste montante, ainda está incluída a duplicação da Estrada do Derba.
Jerônimo afirmou que a prioridade, no momento, é construir o trecho que ligará Paripe à Calçada.
O novo planejamento visa corrigir o VLT projetado anteriormente. Mesmo sem nenhum trilho instalado, o Governo da Bahia gastou R$ 58 milhões em contrapartidas contratuais com a Metrogeen Skyrail. Por outro lado, os moradores da região da Cidade Baixa e Subúrbio ficaram sem a opção do trem, após 161 anos de funcionamento.
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