Por que o metrô de Salvador não tem gerador? Aratu On Explica
Membro do Observatório da Mobilidade Urbana de Salvador diz que seria necessária uma usina à parte
"Como que o metrô de Salvador não tem um gerador, pivete?", quis saber um rapaz, em publicação na rede social X, antigo Twitter. Possivelmente, essa dúvida não é só dele, principalmente depois que o serviço ficou cerca de nove horas sem funcionar, devido ao 'apagão' que atingiu não só a capital baiana, mas diversas cidades do Brasil, nesta terça-feira (15/8).
Procurada pelo Aratu On, a CCR Metrô Bahia, que administra o sistema metroviário em Salvador e Lauro de Freitas, na região metropolitana, informou que "não há, no mundo, gerador com tamanha potência", que possa suprir um transporte como o metrô, em situações como a ocorrida hoje, por exemplo.
Para entender melhor sobre esse funcionamento, o Aratu On conversou com um dos membros do Observatório da Mobilidade Urbana de Salvador (ObMob), Lucas Vinicius. Estudante de análise de sistemas pelo Ifba e de transporte público pelo MobiliCampus, ele explica que o sistema metroviário geralmente é um dos maiores consumidores de energia elétrica de uma cidade.
Segundo dados da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô (AEAMESP), sistemas de metrô de superfície - como são os de Salvador, Recife e Distrito Federal - utilizam entre cerca 30 MW/h (ou 30 mil KW/h). Para se ter ideia, um gerador usado em prédio gera até 20 KW/h. "A não ser que houvesse uma usina geradora de energia elétrica, à parte, para alimentar o metrô. Isso não é possível", destacou Lucas Vinicius.
O metrô de Salvador possui, no entanto, um sistema gerador de 2,5 MW/h, que permite autonomia dos trens para que eles se aproximem até as plataformas e desembarquem os passageiros em segurança. Esses dados estão disponíveis no site da CCR.
DEMORA
O representante da ObMob Salvador explicou, ainda, que quando o sistema de energia elétrica é desligado ou interrompido, demora muito para colocar todo o sistema para funcionar novamente, pois são várias subestações de energia.
Além da capital baiana, linhas dos metrôs de São Paulo também foram afetadas em decorrência do 'apagão'. Outras modalidades de transporte, como os VLTs de Fortaleza, Natal e Recife, funcionam a diesel, e não são impactados com a falta de energia.
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