O que significa Abaeté? Entenda os nomes indígenas de 10 lugares em Salvador
Nossa reportagem contou com a colaboração do historiador baiano, Roberto Pessoa. De imediato, o professor disse que os "nomes não caíram do céu".
Créditos da foto: Dinaldo dos Santos/Aratu On
Neste 19 de abril, dia dedicado à celebração dos Povos Indígenas, no Brasil, o Aratu On resolveu matar a curiosidade de muita gente que gostaria de entender o significado dos nomes de alguns bairros ou localidades de Salvador, originados por seus primeiros habitantes.
Nossa reportagem contou com a colaboração do historiador baiano, Roberto Pessoa. De imediato, o professor disse que os "nomes não caíram do céu". "Eles existem, porque têm uma referência com a topografia e destaques encontrados pelos indígenas nas diferentes localidades onde se instalaram".
Exemplo famoso e bem conhecido é o bairro de Itapuã. Pessoa lembra que o local surgiu como uma grande vila de pescadores, onde a pesca da baleia, permitida por longos anos, e de peixes da região, eram atividades que garantiam a sobrevivência de quase todos os nativos.
Na língua tupi-guarani, segundo o historiador, Itapuã quer dizer pedra erguida ou destacada, em referência à formação rochosa que, por ali, emerge do mar. "No entanto, a tradução 'pedra que ronca' é também muito popular, já que uma grande cavidade existente no interior da rocha, produzia certo estrondo durante o vazamento das marés.
O professor explicou que, à época das primeiras instalações habitáveis, as residências se estabeleceram nos pontos mais altos, por uma questão natural de segurança e pela presença da fonte de água doce. Foi por isso que os índios tupinambás, primeiros ocupantes do lugar, povoaram, inicialmente, as margens da Lagoa do Abaeté.
O nome Abaeté, inclusive, tem uma etimologia muito interessante. Quer dizer: "homem belo e forte". "Isso porque os índios que viviam naquela região eram muito saudáveis", comentou Pessoa. Para ilustrar a manifestação indígena nas nomenclaturas de grande parte do território soteropolitano, elencamos e desvendamos os seguintes nomes:
1) Acupe - "lugar do calor" ou "lugar alto e quente", relacionado com a condição daquela região no atual bairro de Brotas;
2) Itacaranha - Significa "pedra afiada" ou "pedra cortante". Pessoa explicou que o material, ali encontrado em grande quantidade, era usado como utensílio para cortar o pescado;
3) Piatã - O mesmo que fortaleza, dando a ideia de proteção consistente. "Isso por conta da existência de muitas dunas no local, o que deixava, para eles, o local seguro";
4) Pernambués - Traduz-se como açude, um tanque amplo, Também, segundo o professor, um local onde há escoamento da mata para o mar. Pessoa lembrou do Rio Cascão que seguia para o mar da Boca do Rio, na orla marítima.
5) Periperi - Nome que significa junco, o capinzal sobre a água, visto nas lagoas e mangues daquele espaço do atual Subúrbio de Salvador;
6) Paripe - O mesmo que "caminho da pesca". Nesse caso, ressaltou o historiador, seria o trajeto que era feito, na época, para chegar até o mar;
7) Pituaçu - Significa "camarão grande". Havia ali uma comunidade ribeirinha que se beneficiava da fartura desse crustáceo;
8) Imbuí - Quer dizer: "água das cobras". Pessoa contou que, no local, apareciam muitas cobras, provenientes dos charcos. "Por lá foram feitos alguns aterros".
9) Pituba - A etimologia sugere presença de "muita brisa" e "maresia";
10) Itaigara - "Significa "pedra da canoa". Era um local onde os pescadores faziam amarrações de suas embarcações para proteger das enchentes.
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Nossa reportagem contou com a colaboração do historiador baiano, Roberto Pessoa. De imediato, o professor disse que os "nomes não caíram do céu". "Eles existem, porque têm uma referência com a topografia e destaques encontrados pelos indígenas nas diferentes localidades onde se instalaram".
Exemplo famoso e bem conhecido é o bairro de Itapuã. Pessoa lembra que o local surgiu como uma grande vila de pescadores, onde a pesca da baleia, permitida por longos anos, e de peixes da região, eram atividades que garantiam a sobrevivência de quase todos os nativos.
Na língua tupi-guarani, segundo o historiador, Itapuã quer dizer pedra erguida ou destacada, em referência à formação rochosa que, por ali, emerge do mar. "No entanto, a tradução 'pedra que ronca' é também muito popular, já que uma grande cavidade existente no interior da rocha, produzia certo estrondo durante o vazamento das marés.
O professor explicou que, à época das primeiras instalações habitáveis, as residências se estabeleceram nos pontos mais altos, por uma questão natural de segurança e pela presença da fonte de água doce. Foi por isso que os índios tupinambás, primeiros ocupantes do lugar, povoaram, inicialmente, as margens da Lagoa do Abaeté.
O nome Abaeté, inclusive, tem uma etimologia muito interessante. Quer dizer: "homem belo e forte". "Isso porque os índios que viviam naquela região eram muito saudáveis", comentou Pessoa. Para ilustrar a manifestação indígena nas nomenclaturas de grande parte do território soteropolitano, elencamos e desvendamos os seguintes nomes:
1) Acupe - "lugar do calor" ou "lugar alto e quente", relacionado com a condição daquela região no atual bairro de Brotas;
2) Itacaranha - Significa "pedra afiada" ou "pedra cortante". Pessoa explicou que o material, ali encontrado em grande quantidade, era usado como utensílio para cortar o pescado;
3) Piatã - O mesmo que fortaleza, dando a ideia de proteção consistente. "Isso por conta da existência de muitas dunas no local, o que deixava, para eles, o local seguro";
4) Pernambués - Traduz-se como açude, um tanque amplo, Também, segundo o professor, um local onde há escoamento da mata para o mar. Pessoa lembrou do Rio Cascão que seguia para o mar da Boca do Rio, na orla marítima.
5) Periperi - Nome que significa junco, o capinzal sobre a água, visto nas lagoas e mangues daquele espaço do atual Subúrbio de Salvador;
6) Paripe - O mesmo que "caminho da pesca". Nesse caso, ressaltou o historiador, seria o trajeto que era feito, na época, para chegar até o mar;
7) Pituaçu - Significa "camarão grande". Havia ali uma comunidade ribeirinha que se beneficiava da fartura desse crustáceo;
8) Imbuí - Quer dizer: "água das cobras". Pessoa contou que, no local, apareciam muitas cobras, provenientes dos charcos. "Por lá foram feitos alguns aterros".
9) Pituba - A etimologia sugere presença de "muita brisa" e "maresia";
10) Itaigara - "Significa "pedra da canoa". Era um local onde os pescadores faziam amarrações de suas embarcações para proteger das enchentes.
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