FORA DO ARMÁRIO, VÁRIOS BRINQUEDINHOS: Salvador vê crescimento de produtos de sex shop para público gay
FORA DO ARMÁRIO, VÁRIOS BRINQUEDINHOS: Salvador vê crescimento de produtos de sex shop para público gay
Por Da Redação.
Pode não parecer, mas usar produtos de sex shop ainda é um tabu na cabeça de pessoas que pregam bons costumes e valores tradicionais. O que estes defensores da moralidade ainda não se deram conta é que essa prática vem se tornando cada vez mais comum. Prova disso é que esse mercado tem crescido de forma exponencial nos últimos anos.
A última pesquisa feita pela Associação Brasileira de Mercado Erótico e Sensual (Abeme) aponta uma alta de 8,5 % no comércio de cosméticos, vibradores, próteses, acessórios e vestuário. Neste mesmo ranking de mercado, a Bahia aparece em terceiro lugar como estado com maior procura destes produtos.
Em meio a esta dicotomia entre o pudor e o aquecimento do mercado de brinquedos eróticos, o público LGBT resolveu brigar por um espaço e fidelizar sua própria clientela.
Atento às modificações políticas e econômicas, o jornalista Danúbio Trindade viu neste segmento uma oportunidade de inovar e lançou uma coleção de cuecas e sungas jockstrap — que são modelos mais ousados que deixam a mostra parte da pélvis masculina.
“No momento que criei a marca, eu estava atendendo apenas um cliente de assessoria de comunicação, e por conta da necessidade resolvi lançar um produto, aí veio a ideia de lançar uma marca de cuecas”, disse o jornalista.
Danúbio conta ainda que, apesar do pouco tempo de mercado, a marca já tem dado um retorno financeiro bastante positivo. “Essa marca já meu deu um fôlego financeiro com muito pouco tempo, por ser um produto original, por ser um produto novo, e que eu tenho muito cuidado na fabricação”
O estudante de enfermagem Ricardo Melo, de 23 anos, é homossexual e conta que apesar de não ser cliente fixo, gosta de apimentar a relação com o uso de produtos de sex shop.
?Eu não sou um cliente assíduo de sex shop, porém já consumo esses produtos há cerca de 5 anos. Para comprar coisas legais geralmente se gasta entre R$ 50,00 E R$ 100,00?, diz.
Ele conta também que a ideia de ter uma loja que atenda o público LGBT é “maravilhosa”, pois facilita a compra para consumidores tímidos.
?Sex shop exclusivo para o público gay é bacana, já que algumas pessoas se sentem intimidadas de entrar nas lojas que são predominantemente heterossexuais”, afirma.
Além disso, o estudante conta também quais são os produtos que mais usa: ? Os que mais utilizo são os ‘facilitadores’ para o sexo anal, óleos para sexo oral?.
MERCADO
Por já atuar no mercado de gestão, o empresário José Valões, de 31 anos, se sentiu seguro em buscar novas oportunidades e resolveu entrar no mercado de produtos eróticos há cerca de três anos. Abriu uma loja na Av. Sete e tem colhido bons frutos. No início, os produtos eram variados e atendiam a todos os públicos, mas por ser homossexual e sentir a necessidade e carência resolveu apostar especificamente no mercado LGBT.
?Eu sentei com dois amigos, analisei tudo direitinho, e a partir daí eu vi que realmente dava. Eu abri a loja e comecei a perceber que havia uma demanda tanto para o varejo quanto para o atacado?, relata.

Produtos gays vendidos em um sex shop exclusivo para o público LGBT
Antes da loja física, José era revendedor dos ‘brinquedinhos’ e alcançou muitos clientes com sua simpatia e alma para o negócio. Alguns deles, inclusive, são clientes até hoje e compram mensalmente.
?Eu revendia os produtos junto com meu amigo. A gente comercializava em sites de venda e fez o maior sucesso?, comentou.

Loja de produtos eróticos
Ainda segundo o empresário, o público feminino além de gastar mais, fica mais a vontade na hora de escolher o que vai levar para casa.
?Os casais de lésbicas chegam aqui, escolhem e discutem qual produto querem levar para casa
EXPANSÃO
Com base nesse grande volume de procura existe um planejamento do empresário de dar mais atenção às vendas pela internet através do site da empresa. Segundo ele, além de aumentar as possibilidades de exposição de produtos o alcance e discrição é muito maior.
?A gente teve um site uma vez, mas não conseguimos dar atenção pela falta de tempo. Mas no site o cliente tem muito mais produtos, além de ter uma coisa mais fetichista. Por exemplo, aqui nós temos um tipo de chicote, no site temos dois, três…?, relata.
Dentre os produtos mais vendidos na loja estão os óleos com cheiros e texturas.
?O que mais vende são as bolinhas, vibradores, as ?bolinhas?, anel com vibro, algema também sai muito?, finaliza.
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