O Agente Secreto: público lota Cine Glauber Rocha para estreia em Salvador

Os ingressos esgotados em poucos minutos já indicavam como seria a noite desta quinta-feira (18), no Cine Glauber Rocha, em Salvador. Pouco antes das 19h, a fila para assistir ao filme "O Agente Secreto" ia da porta principal do espaço até a entrada da sala de cinema onde o longa-metragem seria exibido.

"As expectativas são as maiores para esse filme, que está em um hype enorme. É filme candidato ao Oscar, tem uma temática importante, principalmente no Brasil que a gente está... Estou ansioso pra ver", afirmou o cirurgião-dentista Wesley, um dos espectadores presentes no 'Glauber'.

O filme, que é estrelado pelo ator baiano Wagner Moura e dirigido por Kleber Mendonça Filho, ganhou exibições especiais no espaço por uma semana, sempre às 19h. Essa programação faz parte do processo de qualificação do filme para o Oscar 2026.

Para o jornalista Vitor Andrade, "é um prazer imenso" ter a oportunidade de assistir a "O Agente Secreto" antes da estreia nacional. "Acho que a campanha que o filme vem fazendo valida essa expectativa toda que o Brasil está criando", iniciou.

Ele acredita que a campanha vitoriosa do longa "Ainda Estou Aqui", de Walter Sales, contribuiu para reacender a paixão pelo cinema nacional, e que "O Agente Secreto" também pode alcançar grandes feitos. "É um filme que vem em um combo de vitórias no cinema nacional e acho que tem tudo pra seguir um caminho bem positivo", completou Andrade.

Sobre 'O Agente Secreto'

Protagonizado por Wagner Moura, o longa se passa em 1977, durante a ditadura militar, e acompanha Marcelo, especialista em tecnologia que deixa São Paulo rumo ao Recife em busca de recomeço. No entanto, em meio ao Carnaval, descobre que está sendo vigiado. O elenco conta ainda com Maria Fernanda Cândido, Gabriel Leone, Alice Carvalho e João Vitor Silva. A estreia nos cinemas brasileiros está prevista para novembro.

No último dia 10, durante a estreia do filme em Recife, Wagner disse, em entrevista à BBC News Brasil, que presenciou reações bem diferentes em festivais internacionais nos Estados Unidos. “A gente está hoje vendo as instituições funcionando [no Brasil], vendo um crime contra a democracia sendo julgado pelo Supremo Tribunal Federal, enquanto que nos festivais norte-americanos pelos quais o filme passou, a gente sentia uma certa tristeza dos americanos, quase uma inveja”, afirmou o baiano, que retorna a Salvador em outubro com a peça 'Um Julgamento - depois de Um Inimigo do Povo'.