Dívida pública bruta do Brasil atinge menor nível em um ano

A dívida líquida também recuou, passando de 61,2% em dezembro para 60,8% em janeiro

Por Da Redação.

A dívida bruta do Brasil registrou uma queda inesperada em janeiro, impulsionada pelo superávit primário recorde do setor público e pela valorização do real, que reduziu os gastos com juros. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (1º) pelo Banco Central.

O endividamento público bruto fechou o mês em 75,3% do Produto Interno Bruto (PIB), o menor nível desde abril de 2024. O resultado ficou abaixo dos 76,1% registrados em dezembro e da projeção de 76,2% apontada por economistas consultados pela Reuters.  

A dívida líquida também recuou, passando de 61,2% em dezembro para 60,8% em janeiro, abaixo da estimativa de 61,3%.  

Superávit primário recorde impulsiona resultado  

A melhora nos indicadores foi influenciada pelo superávit primário de R$ 104,1 bilhões registrado em janeiro pelo setor público consolidado, superando a expectativa de um saldo positivo de R$ 102,2 bilhões. Foi o melhor desempenho já registrado pelo Banco Central para qualquer mês da série histórica.  

O resultado foi puxado pelo governo federal, que registrou um superávit recorde de R$ 83,2 bilhões. Estados e municípios também tiveram saldo positivo de R$ 21,9 bilhões, enquanto as estatais apresentaram um déficit de R$ 1 bilhão.  

De acordo com Fernando Rocha, chefe do departamento de estatísticas do Banco Central, o saldo fiscal de janeiro costuma ser positivo devido a fatores sazonais, mas o valor registrado neste ano ficou acima da média histórica.  

Além do superávit primário, a valorização do real também contribuiu para a redução da dívida bruta. Segundo o Banco Central, o ganho de R$ 36 bilhões nas operações de swap cambial - contratos usados para proteção contra variação do dólar - ajudou a diminuir os gastos com juros da dívida pública.  

Outro fator que influenciou o resultado foi o crescimento do PIB nominal, que impacta diretamente a relação entre dívida e PIB.  

Perspectivas para a dívida pública  

A dívida bruta do Brasil inclui os compromissos do governo federal, do INSS e dos governos estaduais e municipais. O indicador é um dos principais observados por investidores para avaliar a sustentabilidade das contas públicas.  

No acumulado de 2024, a dívida bruta subiu para 76,1% do PIB, representando um aumento de 2,2 pontos percentuais no ano. O saldo da dívida chegou a R$ 9 trilhões em dezembro.  

Desde o início do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a dívida pública cresceu 4,4 pontos percentuais. Em dezembro, o Tesouro Nacional projetou que a dívida bruta pode atingir um pico de 83,1% do PIB em 2028, caso o governo não consiga aprovar medidas para aumentar a arrecadação.  

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Algumas projeções de mercado indicam que o endividamento pode ultrapassar 90% do PIB em 2029, sem sinais de redução no curto prazo. O cenário dependerá, entre outros fatores, do desempenho da economia, das políticas fiscais e do comportamento da taxa de juros nos próximos anos.

Marcello Casal Jr/Ag. Brasil

Com informações da Reuters

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