Desemprego no Brasil cai a 5,8% e atinge menor nível da história

País bate recordes de emprego com carteira assinada e rendimento médio, aponta IBGE

Por Matheus Caldas.

O Brasil registrou, no segundo trimestre de 2025, a menor taxa de desemprego desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012. A taxa de desocupação foi de 5,8%, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O novo patamar supera os 6,1% de novembro de 2024, que até então era o menor nível já registrado. No primeiro trimestre deste ano, a taxa estava em 7%, enquanto no mesmo período de 2024 era de 6,9%.

O levantamento mostra ainda que o país atingiu um recorde de trabalhadores com carteira assinada e o maior rendimento médio da série histórica, confirmando o aquecimento do mercado de trabalho.

Taxa de desemprego: ocupação e desocupação

O total de pessoas ocupadas chegou a 102,3 milhões, um aumento de 1,8% em relação ao trimestre anterior, o que representa mais 1,8 milhão de trabalhadores em atividade. Já o número de desocupados caiu 17,4%, com uma redução de 1,3 milhão de pessoas, totalizando cerca de 6,3 milhões em busca de trabalho.

No setor privado, o número de empregados com carteira assinada atingiu 39 milhões, um crescimento de 0,9% e o maior já registrado pelo IBGE. O contingente de trabalhadores sem carteira também avançou, chegando a 13,5 milhões, alta de 2,6%.

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Taxa de desemprego é menor da história | Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Informalidade e desalento

A taxa de informalidade caiu para 37,8%, o menor índice desde o segundo trimestre de 2020 (36,6%). Esse percentual inclui empregados sem carteira, trabalhadores por conta própria e empregadores sem CNPJ. Segundo o IBGE, esses profissionais não têm acesso a direitos como férias, 13º salário ou seguro-desemprego.

Outro indicador relevante foi a queda no número de desalentados — pessoas que desistiram de procurar emprego por acreditarem que não encontrarão. O grupo soma agora 2,8 milhões, o menor nível desde 2016.

Renda e massa salarial

O bom momento do mercado se reflete no rendimento do trabalhador. O rendimento médio mensal real atingiu R$ 3.477, o maior valor da série histórica. O número representa alta de 1,1% em relação ao primeiro trimestre e de 3,3% na comparação com o mesmo período de 2024.

A massa de rendimentos reais, que é a soma dos salários de todos os trabalhadores ocupados, também bateu recorde e chegou a R$ 351,2 bilhões, crescimento de 5,9% (R$ 19,7 bilhões) frente ao segundo trimestre do ano anterior.

Pesquisa com nova base do Censo

Esta edição da Pnad é a primeira a utilizar a nova ponderação baseada nos dados do Censo Demográfico de 2022, o que ajusta a representatividade dos domicílios analisados. O IBGE afirma que o procedimento é comum entre instituições de estatísticas em todo o mundo e aprimora a precisão dos indicadores.

A pesquisa abrange todas as formas de ocupação — empregos formais, informais, temporários ou autônomos — e considera como desempregada apenas a pessoa que procura trabalho ativamente. A amostra visitou 211 mil domicílios distribuídos por todos os estados e o Distrito Federal.

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Foto: Rafael Martins/GOVBA

Perspectivas

Os dados confirmam uma recuperação consistente do mercado de trabalho no Brasil, com geração de vagas formais, aumento de renda e redução das desigualdades no acesso ao emprego. O desempenho pode contribuir positivamente para a atividade econômica, com impacto direto no consumo das famílias e na arrecadação de tributos.

O cenário, no entanto, ainda exige atenção a setores com altos índices de informalidade e à inclusão de jovens e trabalhadores de baixa escolaridade, que historicamente enfrentam mais barreiras no mercado.

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