Do axé às novas fusões: como Salvador está redesenhando sua música

Apesar das críticas sobre a falta de renovação, a música baiana segue se transformando com novos artistas e sonoridades.

Por Murilo Motta.

O Axé Music, gênero que nasceu na Bahia e conquistou o Brasil, celebra 40 anos em 2025. No entanto, a presença de seus grandes nomes tem se tornado rara fora do Carnaval, levantando uma questão pertinente: a Bahia só consome Axé durante a folia?

Foto: Central do carnaval

No aniversário de Salvador, a programação refletiu o atual cenário da música baiana. Entre as atrações estão Àttooxxá, Russo Passapusso, Larissa Luz, Rachel Reis, Cortejo Afro e Sued Nunes. O evento mostrou que o som da Bahia segue em evolução, mesclando elementos eletrônicos, pagodão, afrobeat e o próprio Axé Music.

BaianaSystem e Àttooxxá / Foto: Divulgação

Ainda assim, o gênero que consagrou artistas como Luiz Caldas, Daniela Mercury, Sarajane e Gerônimo parece perder espaço ao longo do ano. Até mesmo Bell Marques, Ivete Sangalo e Saulo Fernandes, considerados gigantes do movimento, não são presença garantida em grandes eventos fora da temporada momesca. A falta desses artistas alimenta o debate sobre o futuro do Axé e a ausência de novos representantes com grande alcance.

Tatau, Ivete Sangalo, Daniela Mercury, Margareth Menezes e Gilberto Gil / Foto: Folhapress

A renovação do gênero é constantemente questionada. Bandas tradicionais como Cheiro de Amor e Jammil seguem ativas, agora com novos vocalistas - Raquel Tombesi e Rafael Barreto, respectivamente. O Filhos de Jorge, por sua vez, é visto como um dos expoentes mais recentes, apesar de já acumular 18 anos de carreira e ter conquistado o título de música do Carnaval em 2013.

Cheiro de Amor - Rafael Barreto - Jammil / Foto: Divulgação

Mas a música baiana segue viva e se reinventando. Attooxxá e BaianaSystem lideram uma nova sonoridade que mistura Axé, pagodão e eletrônico, enquanto artistas como Larissa Luz, Rachel Reis e Sued Nunes trazem influências contemporâneas, mantendo a identidade rítmica da Bahia.

Diante desse cenário, fica a reflexão: o Axé Music realmente não se renova ou apenas está se transformando? A nova geração pode não seguir o mesmo formato dos anos de ouro do gênero, mas a música baiana segue pulsante, reinventando-se para continuar sendo a trilha sonora da alegria e da diversidade cultural do estado.

Siga a gente no InstaFacebookBluesky e X. Envie denúncia ou sugestão de pauta para (71) 99940 – 7440 (WhatsApp).

Comentários

Importante: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Aratu On.

Nós utilizamos cookies para aprimorar e personalizar a sua experiência em nosso site. Ao continuar navegando, você concorda em contribuir para os dados estatísticos de melhoria. Conheça nossa Política de Privacidade e consulte nossa Política de Cookies.