O ?Bonde do Maluco? da música: por onde anda a famosa banda de arrocha?

Do Universo

” […] Quantas vezes vi você na solidão
Chorando, sofrendo, era só desilusão
Quem ama protege, faz tudo pelo amor
Seu coração está sofrendo por falta de amor
Ele não te quis, não soube ser feliz
Quando percebeu, já era tarde demais
É como cristal quebrado, que não cola jamais
Ele tinha o seu amor, não soube dar valor
Agora ele chora por falta do seu calor
Por isso estou aqui pra conquistar o seu amor […]”

Aposto que você cantou essa música no ritmo. Há 11 anos “estourava” um dos maiores sucessos do arrocha na Bahia. A canção “Não Vale Mais Chorar por Ele”, versão brasileira da “Don’t Matter”, do cantor norte-americano Akon, foi o grande hit de 2007 no estado, e ganhou até a atenção da cantora Ivete Sangalo, que  a cantou no Festival de Verão.

O sucesso foi interpretado pelo “Bonde do Maluco”, grupo de arrocha que surgiu em 2007 formado por Daniel Ventura, Dekinho, Billy-X e Adriano. Com o sucesso de “Não Vale Mais Chorar por Ele”, a banda emplacou também, naquele mesmo ano, “Dança do Ventre”, “Sai da Frente Rapaz”, “Bichas” e outras.

Mais de uma década depois, o Aratu Online achou dois integrantes daquele sucesso. Billy X, que continua na estrada com o grupo, conta que a versão brasileira da música de Akon foi feita por ele. “Sempre fui abençoado nas minhas versões. Essa música foi o acerto principal, quando Ivete se rendeu à ela, mudando nossa história”.

O “Bonde do Maluco” já teve que lidar com situações complicadas, como a perda do saxofonista Allan Dantas, encontrado morto no centro de São Paulo em 2014, após ter desaparecido por quatro dias. Na época, a Polícia Civil disse que ele foi assassinado por um homem que ficou conhecido nacionalmente como “o maníaco do Brás”.

Atualmente, a banda não possui mais a formação original, já que Dan Ventura e Dekinho Galego deixaram o grupo alguns anos atrás. Agora, o comando fica por conta de Billy X e do cantor Willian Jackson.

“Para minha surpresa, a aceitação do público foi imediata, tanto que continuamos com a agenda cheia em todo o Brasil”, declara Billy. Recentemente, o grupo esteve em Fortaleza para lançar a nova música “Rabetão Tipo Martelo”, com a mesma mistura de arrocha com o hip hop, que tornou o “Bonde do Maluco” famoso.

O “Bonde do Maluco” manteve sua formação original até o final de 2013, após gravar mais de dez CDs e dois DVDs. Foi naquele ano que o vocalista Dan Ventura decidiu não renovar o contrato que possuía com a banda. “O projeto não estava mais com empenho. Eu tinha cansado do projeto, queria procurar novos ares. Um dos meninos optou por não continuar na música, e os outros dois vieram comigo. São meus sócios até hoje”, confessa o artista.

“CANSEI DO PROJETO”

Quando foi convidado a integrar o “Bonde do Maluco”, Dan havia saído recentemente do “Novo Tom”, e era empresário e sócio do grupo “Toque Novo”. O cantor é, inclusive, o autor da música “Piriri Pom Pom”, que fez muito sucesso na Bahia, e um dos precursores do gênero “arrochadeira”, uma mistura do arrocha com o ritmo de quebradeira.

“O ‘Bonde do Maluco’ no início, tinha a pretensão de vender CDs. A gente não ia fazer shows, mas gostaram muito da nossa música. No final de 2007 a música “Não Vale Mais Chorar por Ele” já era ‘estouro’, todo mundo saiu gravando e a gente concorreu à música do carnaval”, conta Ventura. “Quando a gente viu o que a música tinha virado, ai começamos a montar os shows”, completa.

Após sair da banda, Dan e os colegas lançaram novas canções, em outro projeto, e algumas foram regravadas pelo grupo Aviões do Forró. “De lá para cá eu venho fazendo outros trabalhos como Dan Ventura, e que deram muito certo”. O música ainda afirma que mantém contato com os colegas do “Bonde do Maluco”. “Volta e meia tenho contato com o Billy X e com os meninos, e a gente relembra. Foi um período muito bacana”.

FACÇÃO

O nome “Bonde do Maluco” não é mais apenas associado à banda de arrocha que cantava “Não Vale Mais Chorar por Ele”. Na Bahia, também pode remeter à facção criminosa com o mesmo nome, apelidada de “BDM”, que atua com o tráfico de drogas em algumas regiões, assunto de várias notícias nas manchetes jornalísticas.

A última ação mais enérgica do grupo aconteceu no Maranhão, no final de novembro. Comandados pelo chefe da facção, José Francisco Lumes, o “Zé de Lessa”, diversos criminosos assaltaram o Banco do Brasil de Bacabal. Ao todo, seis integrantes morreram, pelo menos nove acabaram presos e milhões foram recuperados.

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A coincidência do nome parece não ter tido tanto impacto quanto poderia. “Não tive problema algum com isso”, afirma Billy. “O público sabe separar muito bem, embora seja triste ver o nome da sua banda nessa história”, lamenta o músico. O fato é que a banda “Bonde do Maluco” continua na estrada, “mais forte do que nunca”.

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