Cultura

30 anos de Axé: Márcia Short, a voz singular do Engenho Velho de Brotas

30 anos de Axé: Márcia Short, a voz singular do Engenho Velho de Brotas

Por Da Redação

30 anos de Axé: Márcia Short, a voz singular do Engenho Velho de BrotasDivulgação

No ano em que se comemora os 30 anos do Axé Music, o Aratu Online homenageia os grandes nomes que marcaram a história do ritmo na Bahia e no Brasil. Faltando apenas 16 dias para o Carnaval, o portal realiza uma contagem regressiva, onde a cada dia um artista será o protagonista desta história de muito sucesso.


Mãe, mulher, militante, artista. Vários são os predicados que podem ser utilizados para definir Márcia Short. Poucos deles seriam tão fortes e singulares como a voz dessa artista de 46 anos, criada no Engenho Velho de Brotas, bairro onde vive até hoje. Foi lá onde Márcia, em 1984, começou a cantar, e olha que de lá para cá, já se vão mais de três décadas. Faziam parte de seu repertório músicas de gente que ela já admirava como Lazzo Matumbi, Gileno Felix e Eli Oliveira. Os elogios, cada vez mais frequentes, encheram a jovem de energia e entusiasmo. Márcia seguiu o seu caminho e começou a se destacar em 1988, quando fez parte da banda e do bloco Papaléguas, onde permaneceu por pouco mais de um ano.


O segundo grande passo na carreira foi dado após aceitar o convite para assumir os vocais da Bamdamel, onde permaneceu entre os anos de 89 e 93. Com o grupo, ela gravou quatro discos e ganhou prêmios de melhor intérprete, melhor banda e melhor música com o sucesso ?Crença e Fé?. Você pode até não conhecer o título, mas certamente já cantou a letra: ?Vou dar a volta no mundo eu vou, vou ver o mundo girar…?.



A necessidade de respirar novos ares e encarar outros desafios fez a artistas deixar o grupo para, junto com Robson Morais, formar a Bandabah, grupo cujo som não foi bem compreendido à época. ?Fomos rotulados de sofisticados por trazermos um diferencial com o trabalho da banda. Gravamos com grandes arranjadores, que hoje fazem os discos dos maiores nomes do axé?, comenta a cantora, em conversa com o Aratu Online.


Após o término do projeto, Márcia decidiu seguir carreira solo e se mantém assim, desde 1998. Apesar da perseverança em seguir fazendo o que ama, quando olha para trás, ela percebe as dificuldades, que surgem das mudanças e transformações que atingiram o cenário musical. “Acho que o que difere hoje do começo de tudo é que ficou muito caro fazer divulgação, gravar disco. Falta dinheiro para investir. Hoje é uma indústria e nem todos têm dinheiro para continuar os seus trabalhos”, analisa.


E o reflexo de toda essa dificuldade se reflete no mercado da axé music que, na opinião de Márcia, não consegue oferecer oportunidades iguais para os artistas que, de alguma forma se sentem ligados ao ritmo, que completa 30 anos em 2015. “Eu sei que está dando certo pra uns e pra outros não. Acredito que a melhor homenagem que se poderia fazer para os artistas precursores do axé é nos dar oportunidade, nos remunerar, não existe uma divisão de renda justa. Deveria existir uma cota de patrocínio, onde o patrocinador que investe nos artistas de primeiro escalão, deveria também patrocinar dois projetos alternativos, mas normalmente nós não somos nem recebidos por eles”.


Importante: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Aratu On.

Aratu On

O Aratu On é uma plataforma focada na produção de notícias e conteúdos, que falam da Bahia e dos baianos para o Brasil e resto do mundo.

Política, segurança pública, educação, cidadania, reportagens especiais, interior, entretenimento e cultura.
Aqui, tudo vira notícia e a notícia é no tempo presente, com a credibilidade do Grupo Aratu.

Siga-nos

Nós utilizamos cookies para aprimorar e personalizar a sua experiência em nosso site. Ao continuar navegando, você concorda em contribuir para os dados estatísticos de melhoria. Conheça nossa Política de Privacidade e consulte nossa Política de Cookies.