OMS acusa China de não fornecer dados sobre origens da Covid-19; "devemos isso aos milhões que morreram"
Falta de transparência da China vem sendo criticada por líderes e cientistas
O chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS) disse nesta quinta-feira (15/7) que as investigações sobre as origens da pandemia de Covid-19 na China estão sendo prejudicadas pela falta de dados brutos sobre os primeiros dias da disseminação do vírus no local e pediu ao país para ser mais transparente.
Uma equipe liderada pela OMS passou quatro semanas na cidade de Wuhan, na província de Hubei, com pesquisadores chineses e disse em um relatório conjunto publicado em março que o vírus provavelmente foi transmitido de morcegos para humanos por meio de outro animal.
Essa equipe notificou que "a introdução por meio de um incidente de laboratório foi considerada um caminho extremamente improvável", mas países como os Estados Unidos e alguns cientistas não ficaram satisfeitos.
"Pedimos à China que seja transparente e aberta, e que coopere", sustentou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em coletiva de imprensa. "Devemos isso aos milhões que sofreram e aos milhões que morreram para saber o que aconteceu".
A China tem classificado a teoria de que o vírus pode ter escapado de um laboratório de Wuhan como "absurda" e disse repetidamente que "politizar" a questão dificulta as investigações.
Ghebreyesus informará aos 194 Estados-membros da OMS sobre uma proposta de segunda fase do estudo, completou o especialista em emergências da OMS, Mike Ryan. "Esperamos trabalhar com nossos parceiros chineses nesse processo e o diretor-geral definirá medidas aos Estados-membros em uma reunião amanhã, na sexta-feira".
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