Há tempos este texto está pronto, mas não consegui finalizá-lo antes porque achava que "faltava criatividade". Afinal, como falar de criatividade sem tê-la?
Muitas perguntas para poucas (ou nenhuma) resposta. Mas o que trago aqui hoje é um pouco de inquietude. A ambição por criatividade ou, ao contrário, a sensação do pouco uso dela, tem me deixado inquieta.
A criatividade, coitada, parece ter sido subestimada e estado meio opaca nos últimos anos.
Depois que fomos engolidos pelo mundo da responsabilidade e do "ter que fazer rápido, em menos tempo e com resultado", nosso foco tem sido muito mais em "fazer o que precisa ser feito, com precisão" do que nos dar o privilégio de criar (do zero) o que precisa ser entregue.
Criar do zero leva tempo e hoje não temos tempo pra isso. "Pega algo semi-pronto e adapta", falamos. Sim, estamos sem tempo para criar.
A escassez da inspiração está em todo lugar. Não importa com o que você trabalhe. Poucos têm conseguido oxigenar o cérebro de forma criativa. Tempo. Não há.
Há algumas semanas, lentamente, tenho me debruçado sobre o livro "O Caminho do Artista", de Julia Cameron e ela traz alguns exercícios que nos ajudam a despertar o artista que vive em cada um de nós. Na verdade, são exercícios para despertar a criatividade, mas gosto quando ela traz isso na persona de um "artista".
Ela descreve um artista como um ser criador, que vive adormecido em nosso corpo, que canta, dança, interpreta, pinta, gargalha, cria qualquer coisa de forma natural e espontânea.
Um ser humano livre para expressar sua alma em qualquer lugar e a qualquer momento. Livre para se expressar nos momentos que quiser, da forma que quiser.
"Livre". Gosto desta palavra.
Quantos de nós, de fato, nos sentimos livres naquilo que fazemos? Quantos de nós exploramos o nosso palhaço, o nosso pintor, o nosso dançarino, o nosso escritor, o nosso ser criador na nossa rotina diária?
Quantos artistas e quanto de arte de fato vemos no mundo dos negócios? Poucos saberão responder. Não há tempo sequer para pensar. Tempo, novamente, não há.
Onde está a criatividade durante uma discussão de projeção financeira? Ela está ali, logicamente, mas quantos a vêem de fato? Onde está a expressão livre de faces e falas, quando estamos em uma reunião no zoom com mais 5 pessoas de empresas diferentes e temos que tomar decisões em dailys de 15 min?
Onde nós, de alma tão livre, temos deixado a magia da criatividade? Em que horário, na agenda do google, ela se perdeu?
Quantas vezes deixamos de gerir novas formas de trabalho apenas porque amarramos nosso artista interior no pé da mesa e ficamos imbuídos em conceitos que discordamos, mas usamos pelo simples fato de ter que usar?
Quantas vezes deixamos de usar palavras que gostaríamos ou fazer planilhas coloridas porque no mundo dos negócios tudo sempre permeia entre o azul, bege ou cinza? Quantos power points mais interessantes deixaram de nascer porque não foram criados "à mão livre"?
Quando foi que esquecemos de gargalhar nas reuniões e fazermos brainstorming divertidos para tirarmos uma ideia no papel?
Por que nós, como profissionais criadores que somos, deixamos nossa criatividade só para a hora do bar, para a casa do amigo ou durante as horas de lazer? Por que muitos de nós a matamos no trabalho, sem perceber?
Que tipo de artista precisamos parir para termos a oportunidade de coreografar novos projetos?
Como explorar a criatividade durante as 8 ou 10 horas de trabalhos diários? Como podemos abrir espaço para que Ela consiga rabiscar um papel com caneta colorida e lápis de cera da mesma forma que Ela fazia em nossos trabalhos infantis?
Por que temos nos colocado em caixas adultas, onde precisamos seguir o excel pré-moldado e apresentações já realizadas, trocando apenas os dados?
Por que não nos damos a chance de explorar aquele artista cheio de ideias e fazer coisas que, de fato, saiam das nossas inspirações?
Por que não nos preocuparmos muito mais com o processo de criar e de fazer acontecer do que a entrega final? Por que não exploramos mais o "como" do que o "quando"?
Que tal, na próxima reunião, sairmos um pouco do script, estimularmos um pouco a diversão, apresentarmos algo de uma maneira diferente?
Que tal colocarmos mais arte em nosso trabalho? Cores, palavras, formatos, idiomas, imagens, animações?
O mundo dos negócios não precisa matar nosso artista interior e entrar em uma caixa limitada para ter sucesso.
Pensemos nisso. Tempo? Há.
*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.

Se existe uma expressão que gosto muito é: "no mundo dos negócios, é possível unir o coração e o cifrão". Esse tem sido meu lema desde quando descobri que é possível empreender com amor e gerar valor para o mundo.
Quando falo de mundo, refiro-me a clientes, parceiros, colaboradores, ambiente e qualquer coisa que seja impactada direta ou indiretamente com o nosso trabalho. Esse meu despertar teve seu primeiro clique quando tive a honra de participar de um Grupo de Trabalho estimulado pela Associação do Mercado Publicitário da Bahia (ABMP), focado em Inovação e Criatividade.
Nós não queríamos, naquele momento, entender como a Apple, Microsoft, Amazon, Tesla utilizavam a inovação ao seu favor. Eles tinham dinheiro, produto validado no mercado, time capacitado, possibilidade de expansão de mercado, tecnologia, mindset disruptivo. Eles tinham (e ainda têm) muito do que se precisa ter para inovar.
Naquele momento, queríamos olhar para o lado oposto da moeda. Nosso desejo era tentar entender como empreendedores de comunidades baianas utilizavam a inovação para manter seus negócios de pé em ambientes em que havia escassez de recursos.
Falo de todos os recursos possíveis e imagináveis: ausência de aportes financeiros, de pessoas, conhecimento, tempo, tecnologia. Tudo! Queria entender como a periferia estava se movimentando e o que eles poderiam ensinar sobre inovação para as empresas mais inovadoras do mundo.
Na época, fizemos uma força tarefa para encontrar estes empresários e os convidamos para um bate-papo. Conversamos com empresários de diversas comunidades de Salvador que usavam a criatividade de forma extremamente intuitiva para fazer seus negócios darem certo. Donos de lava jato, bares, salão de beleza, doulas, confeiteiras, pintores e etc.
Naquela semana de imersão, conheci a <a href="https://www.youtube.com/watch?v=XJHxxkK8Iw0&amp;list=PLXeppi0zBA4p4sVrsVxSkzwfTSUMf6UFL&amp;index=4" target="_blank" rel="noopener">Gerusa Menezzes</a>, dona do Cia das Tranças, um salão no Curuzu, em Salvador, que foca seu trabalho em fazer tranças em cabelos afros com o objetivo de estimular o pertencimento e a cultura negra em suas clientes. O que a Geruza tem a ensinar para a <a href="https://aratuon.com.br/cidade/2021-12-29/loja-zara-do-shopping-da-bahia-e-acusada-de-racismo-apos-mandar-abordar-cliente-negro-video/" target="_blank" rel="noopener">Zara, por exemplo, que esteve envolvida com polêmicas sobre racismo no Nordeste?</a>
Conheci também o <a href="https://www.instagram.com/melhorpintordabahia/?igshid=YmMyMTA2M2Y%3D" target="_blank" rel="noopener">Joelson</a>, que deu um salto na carreira quando fez permuta do seu serviço em troca de placa de outdoor escrito <a href="https://www.instagram.com/melhorpintordabahia/?igshid=YmMyMTA2M2Y%3D" target="_blank" rel="noopener">"O melhor pintor da Bahia"</a> com seu nome e seu telefone pelas ruas de Salvador. Quanto dos 180 milhões investidos em processos e marketing a <a href="https://apsis.com.br/noticias/suvinil-pretende-investir-r-180-milhoes-no-brasil/" target="_blank" rel="noopener">Suvinil</a> teria economizado se tivesse tido o pensamento do Joelson?
Conversei com o <a href="https://www.youtube.com/watch?v=6dWOKerX0sY&amp;list=PLXeppi0zBA4p4sVrsVxSkzwfTSUMf6UFL&amp;index=2" target="_blank" rel="noopener">Rasta que tem um lava-jato</a> e fazia questão de empregar ex-presidiários com o objetivo de tentar recolocá-los no mercado de trabalho, pois sabia as dificuldades que essas pessoas tinham para se ressocializar.
Conheci o <a href="https://instagram.com/botecodohelder?igshid=YmMyMTA2M2Y=" target="_blank" rel="noopener">Helder</a>, que direciona parte do lucro gerado em seu bar no bairro 2 de Julho para ajudar a comunidade local. Com isso, ele chegou a ajudar desde pessoas que queriam tirar a CNH até estudantes que queriam aplicar para bolsas de estudo no exterior. Hoje, ele está com uma <a href="https://www.vakinha.com.br/vaquinha/ajudar-antonia-helder-conceicao?fbclid=PAAabcnOs_8eIpsCNjbrKvUPOjDkLMJZ1yFEhKkbVKVBDdVv0U0h9on6coABQ" target="_blank" rel="noopener">Vakinha para ajudar D. Antônia</a>, que teve seu corpo queimado e foi torturada por desavenças com mulheres mais velhas. (basta clicar no link para ajudar.)
Também conheci a <a href="https://www.youtube.com/watch?v=I2hymZbAdu0&amp;list=PLXepp" target="_blank" rel="noopener">Eva</a>, a <a href="https://www.youtube.com/watch?v=lMOElD6D8y0&amp;list=PLXeppi0zBA4p4sVrsVxSkzwfTSUMf6UFL&amp;index=3" target="_blank" rel="noopener">Milena</a>, a <a href="https://instagram.com/qpaladar?igshid=YmMyMTA2M2Y=" target="_blank" rel="noopener">Zuleima</a> e vários outros empreendedores que me inspiraram como poucos. Enquanto ouvia todas essas histórias e me orgulhava de estar vivendo momentos únicos em minha vida, eu me questionava o quanto seria mais fácil se estas pessoas tivessem o mesmo recurso financeiro que grandes empresários tem.
Entrar em uma zona de inovação é um pouco mais fácil quando você consegue dedicar uma parte da empresa para testar novos formatos, falhar no desenvolvimento de novos produtos e testar serviços em novos mercados enquanto o core business do seu negócio segue rodando normalmente na outra ponta.
Estss empreendedores escolheram, por conta própria e de forma genuína, inovar através de ações sociais que pudessem, de alguma forma, gerar valor para as comunidades em que eles moram, sem perder de vista o foco no faturamento para cobrir os custos ao final do mês.
Eles ensinam que inovar não quer dizer, necessariamente, gerar carros autônomos ou criar fintechs. Eles ensinam que é possível, principalmente no momento em que vivemos, inovar através da união entre o coração e o cifrão.
Não falo de ações ESG ou qualquer coisa que tenha esta vertente. Esses empreendedores não dão nomes ou termos bonitos para o que fazem, eles simplesmente o fazem.
Aprendemos com eles que existe a inovação através de ações genuínas, locais e que geram extremo valor para seus negócios, suas marcas e sua comunidade sem precisar, necessariamente, que eles estejam em palcos internacionais falando sobre ecossistema disruptivo (mas gostaria muito que tivessem).
Aprendemos também que "intencionalidade" é um fator primordial para fazer acontecer aquilo que se acredita. Sem isso, nada acontece.
Depois disso, comecei a mergulhar ainda mais no mundo da inovação de impacto e, para aqueles que ainda não são familiarizados com o assunto, eu deixo aqui algumas dicas de sites, autores e livros que vocês podem mergulhar durante a semana.
Capitalismo Consciente: o <a href="http://www.ccbrasil.cc" target="_blank" rel="noopener">www.ccbrasil.cc</a>, por exemplo, traz inúmeros cursos sobre como desenvolver um capitalismo consciente no mundo dos negócios.
Sociocracy For All: o <a href="https://www.sociocracyforall.org/" target="_blank" rel="noopener">https://www.sociocracyforall.org/</a> (minha descoberta mais recente) traz conteúdos riquíssimos de como construir uma governança onde seja possível distribuir o poder dentro das empresas de forma igualitária sem perder a lucratividade, aumentando o engajamento de todos os stakeholders envolvidos.
LIVROS
Se gosta de livros, a <a href="https://www.editoravoo.com.br/" target="_blank" rel="noopener">Editora Voo</a> tem como propósito despertar nas pessoas a consciência por um mundo que funcione melhor para todos. Lá, você vai encontrar alguns livros que mostram na prática como promover um negócio mais sustentável gerando valor genuíno.
Alguns dos inúmeros autores
E se quiser ir além e navegar no mundo de uma inovação de impacto e de um capitalismo mais consciente, deixo aqui o nome de alguns autores que tem me inspirado: Nilima Bhat, RAJ SISODIA, Nancy R. Lee, JAMES MARINS, Frederic Laloux.
Ah, e se quiser conhecer a Gerusa, Helder, o Rasta, a Milena, a Zuleima, a Eva, o Joelson, dá uma olhadinha na websérie que produzimos em 2021 com a história deles e no instagram desse time!
- <a href="http://abmp.com.br/live-abmp-empreendedorismo-e-criatividade-na-periferia/" target="_blank" rel="noopener">Bate-Papo na TV Aratu</a>
- <a href="https://instagram.com/botecodohelder?igshid=YmMyMTA2M2Y=" target="_blank" rel="noopener">Um boteco pra gente preta, do Helder</a>
- <a href="https://instagram.com/melhorpintordabahia?igshid=YmMyMTA2M2Y=" target="_blank" rel="noopener">Joelson, o melhor pintor da Bahia</a>
- <a href="https://www.youtube.com/watch?v=I2hymZbAdu0&amp;list=PLXeppi0zBA4p4sVrsVxSkzwfTSUMf6UFL" target="_blank" rel="noopener">A história de EVA</a>
- <a href="https://www.youtube.com/watch?v=6dWOKerX0sY&amp;list=PLXeppi0zBA4p4sVrsVxSkzwfTSUMf6UFL&amp;index=2" target="_blank" rel="noopener">Lava Jato do Rasta</a>
- <a href="https://www.youtube.com/watch?v=lMOElD6D8y0&amp;list=PLXeppi0zBA4p4sVrsVxSkzwfTSUMf6UFL&amp;index=3" target="_blank" rel="noopener">Tabuleiro da Milena</a>
- <a href="https://www.youtube.com/watch?v=XJHxxkK8Iw0&amp;list=PLXeppi0zBA4p4sVrsVxSkzwfTSUMf6UFL&amp;index=4" target="_blank" rel="noopener">Cia das Tranças, da Gerusa</a>
- <a href="https://instagram.com/qpaladar?igshid=YmMyMTA2M2Y=" target="_blank" rel="noopener">QPaladar, da Zuleima</a>
<h4 style="text-align: justify;">Agora pensa junto comigo: quais outras lições, toda nossa gente pode ensinar para as maiores empresas do mundo?</h4>
*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.

É muito comum as pessoas me perguntarem e terem curiosidade em saber como foi o período em que eu passei no Vale do Silício e o que eu vi por lá.
Para quem não sabe, o Vale do Silício é uma região da Califórnia que concentra um grande número de empresas de tecnologia, incluindo gigantes como Google, Apple, Facebook, Amazon, Intel, Oracle, Cisco, HP, Tesla, Paypal e tantas outras. Essa concentração de empresas criou um ecossistema de inovação e empreendedorismo sem igual no mundo.
Por isso, hoje resolvi trazer 5 insights que estavam anotados em um guardanapo que rabisquei enquanto tomava um café na Coupa, uma das cafeterias em que Mark Zuckerberg frequentava, em Palo Alto, até a Meta se tornar o que é hoje.
E eu gostaria de começar pelo que mais me atraiu por lá: as pessoas.
Insight 1: O que faz o negócio não são as ideias, são as pessoas.
As pessoas pensam diferente no Vale do Silício, fato. Lá, a sua ideia genial não vale um centavo até que ela comece a faturar.
Elas têm um mindset inovador e tendem a abraçar mudanças, são curiosas e exploram novas ideias, possuem a habilidade de pensar fora da caixa e criar soluções que não existem ainda.
Essas pessoas entendem que a inovação é um processo constante e que envolve tentativas e erros, mas que pode levar a resultados transformadores ou a falência total. E está tudo bem!
Insight 2: Arrisque mesmo que você falhe mil vezes
Arriscar não é pra quem tem medo. Arriscar é para quem tem coragem. Muita coragem, inclusive! E arriscar é a palavra chave de quem empreende por lá (aliás, é a palavra-chave para quem empreende em qualquer lugar do mundo).
No Vale, tive a oportunidade de ouvir histórias curiosas de pessoas que arriscaram tudo para empreender. Inclusive, se desfizeram de casas e negócios no Brasil para buscar investimentos e respirar o ecossistema da região.
Elas arriscam tanto e são tão fora da caixa que conheci de perto um grupo de pessoas que criaram um fundo para comprar a Constituição Americana (sim, um dos documentos mais importantes da história mundial, ela mesmo!). Através de uma espécie de crowdfunding, este grupo conseguiu levantar 5 milhões de dólares em menos de 48 horas, acreditem. A iniciativa não foi pra frente, mas virou notícia em vários sites internacionais (faz uma busca rápida por aí que você encontra).
Entre estes e tantos outros casos, ficou claro para mim que os empreendedores do Vale entendem muito bem que, para alcançar o sucesso, é preciso estar disposto a assumir riscos e enfrentar desafios. Elas adotam essa mentalidade e tendem a ver o fracasso como uma oportunidade de aprendizado e crescimento, em vez de uma derrota definitiva.
Poético, não é?!
Insight 3: Pense 5 a 10 anos à frente
Pergunte-se: o que é que eu vou criar hoje que me fará continuar faturando daqui há 5 ou 10 anos?
Decorem esta frase: O maior desafio é criar e desenvolver produtos/serviços que sejam inovadores o suficiente para ter um diferencial competitivo mas não tanto a ponto de não ter mercado para isso.
Criar produtos/serviços inovadores envolve uma combinação de criatividade, observação de tendências e análise de necessidades não atendidas.
As empresas do Vale valorizam o impacto que o produto/serviço terá a longo prazo e como ele pode mudar a maneira como as pessoas vivem e trabalham, considerando os efeitos sociais, ambientais e econômicos a curto, médio e longo prazo.
Insight 4: A tecnologia pode ser a base, mas ela não é tudo
Sim, é verdade que a tecnologia tem sido a base de desenvolvimento de produtos para grandes empresas do Vale. Desde tecnologia, robótica, AI, VR etc.
No entanto, poucos entendem, mas a tecnologia é frequentemente associada à inovação porque muitas das inovações que vemos hoje em dia foram possíveis graças a avanços tecnológicos.
Mas quero lembrar que a inovação não se limita apenas ao desenvolvimento de novas tecnologias ou ao uso de tecnologias avançadas. Existem várias outras maneiras de inovar sem depender necessariamente dela.
Por exemplo, a inovação pode envolver a criação de novos modelos de negócios, a reestruturação de processos de produção ou a criação de novos serviços. Tudo isso pode ser feito sem o uso de softwares mirabolantes. Muitas vezes a inovação é impulsionada pela criatividade e pelo pensamento fora da caixa, só isso.
Em resumo, a tecnologia pode certamente ajudar a impulsionar a inovação, mas não é um requisito obrigatório para inovar no Vale do Silício (nem em lugar algum).
Ou seja, você pode desenvolver uma big corp, sem necessariamente ter tecnologia atrelada diretamente a isso.
Insight 5: O dresscode é chamado de "vestimenta inteligente"
Para mim, este é um dos pontos mais bacanas do Vale do Silício. Quando programei a minha viagem, recebi um e-mail com dicas de "como se vestir no Vale do Silício". Achei meio louco alguém me mandar aquilo, mas entendi. O e-mail trazia fotos e imagens de pessoas usando jeans, sapatos baixos e camisetas. Mas por quê?
A região é conhecida por ser uma região onde a cultura corporativa é bastante informal. Isso reflete-se também no dresscode das empresas locais, que em sua maioria permitem uma grande liberdade na escolha do vestuário.
Em muitos casos, os funcionários são encorajados a vestir-se de forma confortável e informal. Isso significa que roupas como camisetas, jeans, tênis e moletons são bastante comuns no ambiente de trabalho.
Algumas empresas, como a Meta inclusive, possuem uma política de "vestimenta inteligente", o que significa que não há expectativa de que os funcionários vistam roupas formais, mas também não se espera que eles usem roupas muito informais.
Lá, de fato, o que você veste não diz absolutamente nada sobre você. É muito comum encontrar CEOs, investidores e alto escalão de big corps em bares e restaurantes de Palo Alto, San Jose ou Mountain View e você não saber quem é quem.
Bacana, né?!
Bom, como se pode ver, para pensar como os empreendedores de lá, basta entender de que:

O que faz o negócio não são as ideias, são as pessoas. Lá, sua ideia não vale absolutamente nada até que ela mostre resultado enquanto resolve problemas reais do mundo;

Arrisque mesmo que você falhe mil vezes. A importância do aprendizado constante e da experimentação, com a ideia de que os fracassos são oportunidades de aprendizado;

Pense 5 a 10 anos à frente. Pense como seu negócio pode continuar escalando daqui há 5 ou 10 anos. Atente-se para que ele já não nasça velho;

Tecnologia não é sinônimo de inovação. Desenvolva soluções que possam garantir o crescimento contínuo da sua empresa. A base tecnológica pode te ajudar a escalar, a inovar de forma mais veloz, mas ela não é, necessariamente, a base de tudo;

O que você veste nem sempre mostra quem de fato você é. O mindset de "vestimenta consciente" traduz muito de como uma cultura organizacional pode influenciar diretamente no desenvolvimento da empresa e das pessoas que fazem parte dela;

E, por fim, dentre todos estes insights o que gostaria de deixar como lição é: não precisamos ir para o Vale do Silício para pensar como um empreendedor de lá, certo? É possível respirar essa atmosfera de onde quer que você esteja.

Pensando nisso, qual destes 5 pontos te chama mais atenção ou te incomoda a ponto de você encaminhar este texto para outra pessoa? Conta aqui!

*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.

Este t&iacute;tulo traz exatamente a d&uacute;vida que me percorreu nos &uacute;ltimos meses. Mas resolvi arriscar. &ldquo;Acho que pode ser bacana&rdquo;, pensei com meus bot&otilde;es.

Bom, para come&ccedil;ar, vou me apresentar. Poucos me conhecem. Voc&ecirc; tamb&eacute;m n&atilde;o deve me conhecer. Meu nome de batismo &eacute; Emmeline (Se pronuncia &quot;&ecirc;m&ecirc;line&quot;. &Eacute; um nome franc&ecirc;s. Normalmente somente vov&oacute;s t&ecirc;m esse nome na Fran&ccedil;a. Aquelas pessoas que nasceram na d&eacute;cada de 30, sabe?), mas 99,9% das pessoas me conhecem como Mel. Um apelido dado ainda no colegial. F&aacute;cil de pronunciar.

Sou baiana e, mesmo j&aacute; tendo morado em diversos pa&iacute;ses, meu sotaque continua carregado.

Posso dizer tamb&eacute;m que sou empreendedora, ativista, publicit&aacute;ria, professora, vegetariana e o que mais quiser. Como a gente ainda n&atilde;o se conhece, qualquer coisa que eu diga agora voc&ecirc;s v&atilde;o acreditar.

Mas, no geral, eu atuo com marketing h&aacute; v&aacute;rios anos e durante este per&iacute;odo me especializei em neg&oacute;cios internacionais e me envolvi no mercado de startups e inova&ccedil;&atilde;o.&nbsp;

Tamb&eacute;m empreendi. Depois vendi minha empresa. Hoje invisto em outras empresas. Dou algumas aulas. Algumas palestras. Tamb&eacute;m trabalho com inova&ccedil;&atilde;o junto a grandes corpora&ccedil;&otilde;es no Brasil e fora dele.

E, logicamente, inventei esta coluna porque, assim como a maioria de voc&ecirc;s, sempre acho que tenho mais de 24horas livres no dia. 
&nbsp; 
Aqui, neste espa&ccedil;o, meu principal objetivo &eacute; falar sobre neg&oacute;cios, principalmente com o olhar de inova&ccedil;&atilde;o e empreendedorismo de impacto (l&ecirc;-se aqueles neg&oacute;cios que focam em solu&ccedil;&otilde;es que tenham contribui&ccedil;&atilde;o direta com quest&otilde;es socioambientais).&nbsp;

Ao longo do tempo, pretendo desmistificar &ldquo;o que &eacute; inova&ccedil;&atilde;o&quot; e mostrar que qualquer empreendedor, com um pouco de ousadia e pronto para cometer erros, pode inovar, independente do tamanho do neg&oacute;cio. E mostrar que tamb&eacute;m &eacute; poss&iacute;vel unir o cora&ccedil;&atilde;o e o cifr&atilde;o, ou seja, ganhar dinheiro ajudando o mundo.

Aqui trarei an&aacute;lise do mercado e posicionamentos relacionados ao tema atrav&eacute;s de opini&atilde;o pessoal e conte&uacute;dos mais informativos, que possam inspirar voc&ecirc;, de alguma forma, em seus neg&oacute;cios ou sua carreira empreendedora.

Nesta coluna, eu n&atilde;o tenho a inten&ccedil;&atilde;o de falar para grandes ou pequenas empresas. A minha maior motiva&ccedil;&atilde;o &eacute; falar com voc&ecirc;, leitor, que independente do que faz, tem a dor de dormir e acordar pensando em como alavancar seu neg&oacute;cio. Com ou sem grana. N&atilde;o importa.

Este espa&ccedil;o tamb&eacute;m n&atilde;o tem a menor inten&ccedil;&atilde;o de ser um mon&oacute;logo.

Quero poder aprender com voc&ecirc;.

Ali&aacute;s, n&atilde;o s&oacute; aqui mas, mas no instagram: <a href="http://instagram.com/meloliveirab" target="_blank">@meloliveirab</a> e linkedin: <a href="https://www.linkedin.com/in/meloliveira/" target="_blank">meloliveira</a> tamb&eacute;m.&nbsp;

Para finalizar, digo que &eacute; um prazer te conhecer e espero te ver aqui mais vezes.&nbsp;

Este material n&atilde;o reflete, necessariamente, a opini&atilde;o do&nbsp;Aratu On.

Elenco famoso, trama de vingan&ccedil;a, reviravoltas e personagens pol&ecirc;micos, Beleza Fatal entrega em sua proposta um modelo que agrada &agrave; espectatorialidade brasileira. Criada por Raphael Montes (Bom Dia, Ver&ocirc;nica), o maior ponto de qualidade da novela &eacute; a consci&ecirc;ncia que a equipe tem de que est&aacute; fazendo novela e precisa apostar nos modelos basilares do formato para alcan&ccedil;ar o que deseja mostrar.
H&aacute; uma coragem de Montes em investir em uma narrativa que se vale dos clich&ecirc;s e das conforma&ccedil;&otilde;es &lsquo;novel&iacute;sticas&rsquo;. Assim, o p&uacute;blico que gosta de telenovelas vai encontrar elementos j&aacute; conhecidos por ele: o n&uacute;cleo c&ocirc;mico, que &eacute; o da fam&iacute;lia sem dinheiro, os ricos apodrecidos, a vil&atilde; inescrupulosa etc. E esses pontos comuns reunidos revelam que h&aacute; uma consci&ecirc;ncia em convocar um padr&atilde;o familiar (<a href="https://aratuon.com.br/variedades/astrologa-preve-futuro-de-boninho-no-sbt-vai-explodir-e-passar-a-globo" target="_blank" rel="noopener">Oi, Globo</a>) para aproximar a audi&ecirc;ncia da produ&ccedil;&atilde;o.
Dessa forma, a HBO (emissora da novela) investe em Beleza Fatal e deixa n&iacute;tido que est&aacute; atenta a essa necessidade de mercado. E para contar essa hist&oacute;ria, com essas marcas comuns narrativas, a produ&ccedil;&atilde;o se vale tamb&eacute;m da est&eacute;tica visual da tradi&ccedil;&atilde;o de telenovela. O uso da luz mais chapada e aberta eleva a potencialidade desse universo de riqueza, beleza e cirurgia pl&aacute;stica, que &eacute; uma das bases do enredo.
Essa ilumina&ccedil;&atilde;o, aparentemente menos sofisticada, vem de um modelo de produ&ccedil;&atilde;o, por exemplo, no qual novelas originais s&atilde;o exibidas diariamente em tr&ecirc;s hor&aacute;rios. Por isso, diversas vezes, o apelidado de &ldquo;Luz de Maracan&atilde;&rdquo; era acionado. Ainda que esse n&atilde;o seja o caso de Beleza Fatal, a obra mostra o conhecimento dessa visualidade e elabora a constru&ccedil;&atilde;o de atmosfera se valendo das marcas de seu pr&oacute;prio formato.
Algo semelhante pode ser observado no uso das sombras. Elas est&atilde;o ali, principalmente, para acompanhar as personagens centrais da trama: a mocinha Sophia (Camila Queiroz) e a vil&atilde; Lola (Camila Pitanga). Olhar para Beleza Fatal &eacute; constatar as caracter&iacute;sticas est&eacute;ticas de telenovelas, e essa &eacute; uma das confirma&ccedil;&otilde;es. Assim como as sombras, a maioria dos recursos est&eacute;ticos, de encena&ccedil;&atilde;o e de som, estar&atilde;o &agrave; disposi&ccedil;&atilde;o das duas figuras principais e do embate: mocinha x vil&atilde;.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/a6c9e8b7-55f3-46ae-9060-85720c572356.jpg?width=700&amp;height=422" alt="Foto: reprodu&ccedil;&atilde;o">
E &eacute; esse o diferencial desse tipo de formato e de produ&ccedil;&atilde;o. A plateia vai vibrar, torcer e se engajar com a rivalidade entre as personagens centrais estabelecidas pela obra. Todo o resto n&atilde;o pode ser largado, mas &eacute; menor. E por ter esse foco, a sensa&ccedil;&atilde;o de conex&atilde;o com a hist&oacute;ria se eleva. Dessa maneira, os pontos visuais e sonoros ser&atilde;o delas: de Lola e de Sophia - majoritariamente.&nbsp;
Quando o consumidor olhar para a cor rosa vibrante, vai imediatamente pensar em Lola. Amarelo (e suas deriva&ccedil;&otilde;es), em Sophia - seus cabelos, a roupa da sua m&atilde;e na pris&atilde;o. O fato de a jovem ir perdendo esse brilho puro pela sede de vingan&ccedil;a tamb&eacute;m &eacute; emblem&aacute;tico para a narrativa e posto de forma visual. Dentro de todas essas l&oacute;gicas, o que move as escolhas da produ&ccedil;&atilde;o &eacute; acertado, por&eacute;m falta ao produto sustentar a sua cria&ccedil;&atilde;o.
Em termos de enredo, al&eacute;m da obviedade dos encaminhamentos da hist&oacute;ria, as solu&ccedil;&otilde;es repetidas cansam. A inser&ccedil;&atilde;o dos problemas, as tens&otilde;es e como tudo ser&aacute; resolvido s&atilde;o quase id&ecirc;nticos em cada bifurca&ccedil;&atilde;o da trama. Assim, com certeza, Sophia vai descobrir um segredo de Lola ou da fam&iacute;lia Argento &mdash; os ricos, donos de tudo e corruptos &mdash;, ultrapassar todos os limites para expor o que encontrou de ruim e ser rebatida pela for&ccedil;a da influ&ecirc;ncia dos Argento e de sua arqui-inimiga.&nbsp;
Sem uma din&acirc;mica de progress&atilde;o ou controle das for&ccedil;as, a import&acirc;ncia do que est&aacute; sendo mostrado se esvai. E isso atinge o elenco, fazendo com que todos os n&uacute;cleos fiquem monoc&oacute;rdicos. A &uacute;nica atriz que se salva disso &eacute; Julia Stockler, a Gisela, porque ela vai al&eacute;m do que est&aacute; na obra e cria, atrav&eacute;s da voz e do corpo, outros tons para seu papel.&nbsp;
De toda maneira, a novela come&ccedil;a a ficar cansativa com tantos ciclos iguais. Outro elemento que pode ter interferido nessa sensa&ccedil;&atilde;o de repeti&ccedil;&atilde;o &eacute; sua forma de grava&ccedil;&atilde;o. As sequ&ecirc;ncias foram rodadas por loca&ccedil;&atilde;o, do in&iacute;cio ao fim. Talvez, por isso, reste uma impress&atilde;o de que n&atilde;o houve um desandar temporal e situacional. Quase todas as personagens agem sempre em um mesmo tom e a cria&ccedil;&atilde;o de atmosfera &eacute; semelhante o tempo inteiro.&nbsp;
Gradativamente, Beleza Fatal passa a ser entediante, cansativa e repetitiva. Ainda que ela cumpra uma fun&ccedil;&atilde;o importante no que se refere ao mercado da teledramaturgia brasileira, n&atilde;o basta introduzir uma obra que chame o p&uacute;blico. A manuten&ccedil;&atilde;o da qualidade e o cuidado com a espectatorialidade do consumidor &eacute; o que garante seu retorno.
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Declara&ccedil;&atilde;o de ajuste anual do <a href="https://aratuon.com.br/economia/declaracao-do-imposto-de-renda-comeca-nesta-segunda-feira-confira-" target="_blank" rel="noopener">imposto de renda</a>. Voc&ecirc; j&aacute; ouviu falar da declara&ccedil;&atilde;o pr&eacute;-prenchida? O que &eacute;, quem pode e quais os pontos de aten&ccedil;&atilde;o? A declara&ccedil;&atilde;o pr&eacute;-prenchida do imposto de renda &eacute; uma funcionalidade oferecida pela Receita Federal do Brasil, que permite ao contribuinte iniciar a declara&ccedil;&atilde;o com diversas informa&ccedil;&otilde;es j&aacute; preenchidas automaticamente.&nbsp;
A declara&ccedil;&atilde;o pr&eacute;-prenchida utiliza dados fornecidos por fontes pagadoras, institui&ccedil;&otilde;es financeiras, planos de sa&uacute;de e outros &oacute;rg&atilde;os. Isso reduz o risco de erros e facilita o preenchimento, j&aacute; que o contribuinte precisa apenas revisar e complementar as informa&ccedil;&otilde;es.
Podem utilizar a declara&ccedil;&atilde;o pr&eacute;-prenchida:
<ul style="text-align: justify;">
<li>todos os contribuintes que possuem a senha gov.br no n&iacute;vel "prata ou "ouro". Se for bronze, eleve seu n&iacute;vel de seguran&ccedil;a;</li>
<li>quem tamb&eacute;m utiliza o programa do Imposto de Renda de Pessoa F&iacute;sica (vers&atilde;o de computador ou aplicativo m&oacute;vel), ou o servi&ccedil;o "Meu Imposto de Renda", no E-CAC;</li>
<li>contribuintes que entregaram a declara&ccedil;&atilde;o no ano anterior e j&aacute; tem os seus dados na <a href="https://aratuon.com.br/economia/receita-federal-libera-consulta-ao-lote-da-malha-fina-veja-detalhes" target="_blank" rel="noopener">base da Receita Federal</a> tamb&eacute;m poder&aacute; usar a declara&ccedil;&atilde;o pr&eacute;-prenchida.</li>
</ul>
Um ponto de aten&ccedil;&atilde;o: revise todos os dados. Apesar do preenchimento autom&aacute;tico, o contribuinte deve revisar todas as informa&ccedil;&otilde;es, pois podem haver erros ou omiss&otilde;es. Inclus&atilde;o de informa&ccedil;&atilde;o faltante, algum dado que n&atilde;o aparece automaticamente, como certas despesas m&eacute;dicas ou doa&ccedil;&otilde;es dedut&iacute;veis, talvez seja necess&aacute;rio para que voc&ecirc; possa complementar sua declara&ccedil;&atilde;o de forma assertiva.
Fique atento! A responsabilidade &eacute; do contribuinte, mesmo com preenchimento autom&aacute;tico. Eventuais inconsist&ecirc;ncias s&atilde;o de responsabilidades do contribuinte. A declara&ccedil;&atilde;o pr&eacute;-prenchida n&atilde;o altera os prazos da Receita Federal, ent&atilde;o &eacute; importante ficar atento ao calend&aacute;rio de entrega.
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Pesada, sombria e intensa, Adolesc&ecirc;ncia &eacute; uma das novas miniss&eacute;ries da Netflix. A premissa em si j&aacute; d&aacute; um n&oacute; na garganta, porque trata sobre um garoto de 13 anos, Jamie Miller (Owen Cooper), que &eacute; acusado de assassinar sua colega de escola. Apesar de algumas irregularidades, a s&eacute;rie impressiona por sua consci&ecirc;ncia de encena&ccedil;&atilde;o e desenho de som.
Como &eacute; que se conta uma hist&oacute;ria t&atilde;o assombrosa quanto essa? Como setar o tom, sem ultrapassar limites? Em termos de diegese e extra-diegese (o que h&aacute; dentro e fora da narrativa), a produ&ccedil;&atilde;o lida com essa premissa indigesta. Dentro da trama, um menino &eacute; preso por um crime de viol&ecirc;ncia extrema. Para que o impacto da situa&ccedil;&atilde;o seja sentido desde o in&iacute;cio, as din&acirc;micas da mise-en-sc&egrave;ne s&atilde;o exploradas.
A sequ&ecirc;ncia da pris&atilde;o de Jamie acontece nos primeiros minutos do seriado e &eacute; um excelente exemplo da qualidade do trabalho aqui. A come&ccedil;ar pelo fato de que ela tem poucos planos fechados, com movimenta&ccedil;&otilde;es espaciais intensas e mudan&ccedil;as geogr&aacute;ficas - como a ida da pol&iacute;cia do primeiro andar da casa de Jamie para o segundo.&nbsp;
A luz da interna &eacute; baixa, com a arte trabalhada na temperatura azulada e pontos de luz que v&ecirc;m dos policiais. Os sons possuem diversas camadas. Assim, o ambiente de caos &eacute; instaurado. Imagens e sons acelerados e intensos fazem com que o espectador se aproxime das emo&ccedil;&otilde;es das personagens - como de desespero e d&uacute;vida.&nbsp;
Al&eacute;m disso, nesta sequ&ecirc;ncia inicial e at&eacute; o final do primeiro epis&oacute;dio, o p&uacute;blico ainda n&atilde;o sabe para quem torcer ou o que pensar exatamente do que est&aacute; ocorrendo. H&aacute; uma organicidade dos movimentos do elenco, das c&acirc;meras e ru&iacute;dos que direcionam a plateia, em uma dan&ccedil;a sinuosa entre a&ccedil;&otilde;es f&iacute;sicas, amor familiar e contradi&ccedil;&otilde;es humanas.
Em termos de sons, ap&oacute;s a sa&iacute;da da casa dos Miller, a pot&ecirc;ncia do trabalho de sonoridades de Adolescence se eleva. A partir dali, quem assiste &eacute; convidado a mergulhar cada vez mais na atmosfera daquele universo ficcional. Quem faz o folley desta produ&ccedil;&atilde;o brilha - &nbsp;juntamente com toda a equipe de som. Cada elemento sonoro evoca um sentimento e explica cada situa&ccedil;&atilde;o vivenciada.&nbsp;
Depois do piloto, cada epis&oacute;dio se passa em um contexto - o que faz a s&eacute;rie cair um pouco, &eacute; verdade, mas chegaremos l&aacute; -, mas, ainda assim, o espectador sente que est&aacute; presente na narrativa justamente por conta dessa preocupa&ccedil;&atilde;o com os detalhes do som. Os ru&iacute;dos da escola, da delegacia, da sala de terapia entregam uma experi&ecirc;ncia narrativa particular.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/ab367de6-948e-4bc4-9a37-5ca6b4258c16.jpg?width=1920&amp;height=1080" alt="">
Est&aacute; tudo ali: as portas que abrem e fecham (aumentando ou diminuindo o som de uma ambiente), os telefones que tocam, as escadas do col&eacute;gio que t&ecirc;m aquele barulhinho de t&ecirc;nis rangendo. Mas, ainda melhor, o uso do sil&ecirc;ncio. Com toda esta l&oacute;gica de sonoridades, a aus&ecirc;ncia de ru&iacute;dos &eacute; potente, &eacute; simb&oacute;lica, &eacute; desconfort&aacute;vel. O auge desta estrat&eacute;gia tamb&eacute;m &eacute; no piloto.
A cena que tem um plano m&eacute;dio de Eddie Miller (Stephen Graham), pai de Jamie, vendo o filho ser revistado, sem roupas, pelos policiais, &eacute;, talvez, a melhor (em termos de qualidade, de sensa&ccedil;&otilde;es &eacute; a pior) parte de toda a produ&ccedil;&atilde;o. &Eacute; muito inteligente como as dire&ccedil;&otilde;es - geral, fotografia e arte - mant&eacute;m a integridade do menino sem tirar o peso do contexto da trama.
Toda a sequ&ecirc;ncia da vistoria em Jamie &eacute; um plano longo em Eddie. O p&uacute;blico v&ecirc; apenas a sua rea&ccedil;&atilde;o e escuta o sil&ecirc;ncio frio da sala da delegacia, interrompido somente pelas indica&ccedil;&otilde;es dos policiais. Cada microexpress&atilde;o de Stephen &eacute; captada pela plateia. Inclusive, ainda que todo elenco se saia bem, sem exce&ccedil;&otilde;es, Graham &eacute; o grande destaque em termos de atua&ccedil;&atilde;o.
A maneira como o ator joga com a conten&ccedil;&atilde;o versus explos&atilde;o de movimento eleva a potencialidade de significados dos seus sentimentos. As d&uacute;vidas e ang&uacute;stias de um pai que n&atilde;o sabe o que sentir em rela&ccedil;&atilde;o ao seu filho, mesmo o amando, ficam n&iacute;tidas no trabalho de Graham por conta desta din&acirc;mica f&iacute;sica e corporal que ele investe.
No entanto, devido a l&oacute;gica da miniss&eacute;rie, n&atilde;o &eacute; poss&iacute;vel acompanhar a interpreta&ccedil;&atilde;o de Graham durante toda a obra. Modificando os cen&aacute;rios em cada epis&oacute;dio (delegacia, escola, institui&ccedil;&atilde;o psiqui&aacute;trica, casa da fam&iacute;lia Miller), um quebra-cabe&ccedil;a se monta e as trajet&oacute;rias das personagens s&atilde;o narradas. Todavia, ao mesmo tempo que esta estrutura esgar&ccedil;a o conte&uacute;do da hist&oacute;ria, ela impede que as personagens se desenvolvam.
O que ocorreu no crime fica bem explicado no segundo epis&oacute;dio. Dali em diante, o p&uacute;blico encontra repeti&ccedil;&otilde;es. Contudo, ao mesmo tempo, diversas figuras somem do enredo, sendo abandonadas pelo roteiro. &Eacute; por esta raz&atilde;o que, apesar de todo um apuro est&eacute;tico, Adolesc&ecirc;ncia &eacute; melhor em introduzir o seu universo ficcional do que mant&ecirc;-lo.&nbsp;
A obra vale a pena por transmitir sensa&ccedil;&otilde;es profundas, atrav&eacute;s da t&eacute;cnica do audiovisual. Mas, n&atilde;o d&aacute; para se prender ao destino das personagens, sen&atilde;o a decep&ccedil;&atilde;o ir&aacute; se instalar.&nbsp;
Assista ao trailer oficial:
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Falamos muito sobre foco, mas nem sempre percebemos que tudo o que alimentamos com nossa aten&ccedil;&atilde;o cresce.
Por isso, escolha com cuidado onde coloca sua energia. No final, somos n&oacute;s que cultivamos e tamb&eacute;m quem lida com os frutos do que cresce dentro da gente.
Se voc&ecirc; passa muito tempo alimentando pensamentos de medo, inseguran&ccedil;a, d&uacute;vida&hellip; adivinha? Eles crescem dentro de voc&ecirc;.
E quanto mais crescem, mais moldam sua forma de ver o mundo, de se relacionar e at&eacute; de falar.
Agora, pensa nisso: Sem conex&atilde;o, sua fala tende a ser ignorada pela outra pessoa. Sem escuta, sua fala tende a n&atilde;o considerar o estado emocional do outro.Se voc&ecirc; j&aacute; est&aacute; pensando no que vai responder antes mesmo de ouvir&hellip; t&aacute; perdendo detalhes importantes do que o outro sente.
E sem reflex&atilde;o, suas emo&ccedil;&otilde;es, dores e insatisfa&ccedil;&otilde;es falam por voc&ecirc;.
O problema &eacute; que muitas vezes a gente n&atilde;o percebe o que est&aacute; crescendo dentro. S&oacute; sente o efeito disso: rela&ccedil;&otilde;es desgastadas, falas que n&atilde;o s&atilde;o ouvidas, uma sensa&ccedil;&atilde;o de frustra&ccedil;&atilde;o que parece n&atilde;o ter fim."
Estar presente n&atilde;o &eacute; s&oacute; uma escolha, &eacute; um compromisso. Um compromisso com suas rela&ccedil;&otilde;es, com a sua voz e com quem voc&ecirc; quer ser. O que voc&ecirc; tem alimentado ultimamente? Isso te fortalece ou est&aacute; te drenando?
Se essa reflex&atilde;o fez sentido pra voc&ecirc;, continue me acompanhando atrav&eacute;s das redes sociais: @decidaseexpressar e @gamatai. Porque tem muita coisa que a gente pode transformar, s&oacute; mudando o que cresce aqui dentro.
E n&atilde;o se esque&ccedil;a: o que voc&ecirc; sente, pensa e quer importam. Decida se expressar. At&eacute; a pr&oacute;xima!
*Este material n&atilde;o reflete, necessariamente, a opini&atilde;o do Aratu On

Mel Oliveira

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