Quem está falhando: a família ou a escola?
A família, instituição principal na educação dos filhos, está pior do que a escola. Os pais não possuem mais domínio sobre os filhos(as) e, nas suas "onipotência, oniciência e onipresença" começaram a conceder benefícios extravagantes, tornando-os mimados, bajulados e infantilizados, mas não educados.
Com a substituição do afeto, do amor, do carinho, da fraternidade, do "como foi seu dia, meu filho?", pelas coisas materiais, começaram a falir nos seus papeis fundamentais, de educadores morais, normatizadores da sociabilidade. Sendo assim, a família repassou para a escola sujeitos desequilibrados emocionalmente, e onde falta respeito aos pais, com certeza não vai haver respeito aos membros da comunidade escolar, seja ela da instituição educacional pública ou privada, bonita ou feia, a rica ou a pobre, da periferia ou do centro.
O tecido social juvenil preparado para receber o conhecimento sucumbiu, pois o professor dono da cátedra também não será respeitado. A cadeia destrutiva está pronta, vide os últimos acontecimentos nas unidades escolares do nosso país.
Entretanto é bom deixar claro que a família deve retornar ao seu papel de "escola" principal para impor limites aos filhos, ensinando dignidade humana e valorização da diversidade, e exigindo respeito aos professores, colaboradores e colegas.
Os valores de disciplina, respeito e hierarquia na família devem ser retomados como sustentáculo civilizatório. Afinal, criamos os filhos para conviver em sociedade e para o mundo do trabalho, da diversidade, da inclusão.
Atualmente, observamos os pais sendo agredidos pelos filhos nos espaços sociais. As escolas, por sua vez, recebem esses sujeitos desorganizados socialmente, emocionalmente, resultando em intolerância, violência, bullying e morte.
A cidadania é construída com a união entre pais, escola e sociedade civil organizada, por uma cidadania plena e não mutilada. Senão ninguém vai querer mais ser professor e o último a lecionar apague o quadro, apague a luz e tranque a sala de aula da esperança de uma sociedade mais justa, mais fraterna e mais igual.
"A educação não pode ser delegada somente à escola. Aluno é transitório. Filho é para sempre"
Içami Tiba
*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.