Direitos Humanos

O feminicídio é o direito de expressão dos homens?

Colunista On: Otávio LealPai de Maria Flor e Amora, advogado, consultor parental e psicanalista em formação
O feminicídio é o direito de expressão dos homens?

Crédito da foto: ilustrativa/Pexels

 


A atual luta pelo porte de arma revela a fúria e o medo que muitos homens carregam dentro de si. Esse movimento se esconde atrás de um suposto direito à liberdade de expressão. No fundo, a luta é pela liberdade de matar.


Quem anda armado ou possui arma, seguindo a lógica, está predisposto a matar!


A pergunta é: matar quem?


As pesquisas revelam que a arma de fogo foi o principal método utilizado para matar mulheres no país. O feminicídio cresceu mais de 30% nos últimos anos.


Diante disso, poderíamos concluir que os homens precisam de armas para matar mulheres! Mas ainda seria uma conclusão rasa.


Homens com armas, mas sem inteligência emocional, são absolutamente incapazes de se defender. Por outro lado, esses mesmos homens são letais contra as mulheres.


Enquanto, no discurso, alguns homens lutam pelo respeito e preservação da família, na prática, a destroem.


O feminicídio é um crime covarde, praticado por homens armados contra mulheres desarmadas, sempre por motivos egoístas. A covardia é tão grande que é comum culpar a mulher pela própria "sorte".


Os homens que matam mulheres não amam mulheres. Talvez essa seja a maior fúria desses homens! Talvez, penso eu, o desejo desses homens seja matar a mulher que carregam em si mesmo.


Homens que desejam se sobrepor a outros homens revelam uma baixa autoestima. Mas a fixação em querer parecer mais forte e poderoso para outro homem pode revelar ainda mais do que se quer revelar.


Combater o feminicídio apenas punindo quem mata é como apagar incêndio com um copo d'água. Homens que matam mulheres precisam de punição severa, sem dúvida! Mas também é preciso adotar medidas de prevenção!


Naturalizar a violência, o machismo, manter o desequilíbrio de gênero e o modelo patriarcal na família, flexibilizar o acesso a armas de fogo, descuidar da saúde mental de homens, mulheres e crianças, não dar espaço para falarem sobre o que sentem, tudo isso são gatilhos sociais para o feminicídio.


Precisamos salvar nossas filhas do feminicídio e educar nossos filhos para que não cometam esse tipo de crime no futuro.


*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.


Importante: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Aratu On.

Otávio Leal

Otávio Leal

Otávio Leal, do blog "Pai, vem cá", é pai de Maria Flor e Amora, advogado, consultor parental, psicanalista em formação e autor do livro "Papai foi pra roça, Mamãe foi trabalhar. E agora?".

O projeto “Pai, Vem Cá!” se tornou parceiro da Defensoria Pública da Bahia e da Revista Pais & Filhos, tendo participado de iniciativas sociais importantes, a exemplo da campanha Poder do Colo, da Novalgina.

Instagram: @paivemca
 

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