"Zara zerou" e o racismo institucional
Crédito da foto: redes sociais
A "Zara zerou"! Lembra do caso da delegada que foi impedida de entrar numa loja da Zara lá em Fortaleza, no Ceará? Pois bem: a polícia descobriu na investigação, através de relatos de ex-funcionários, que existia um código de alerta para chamar a atenção dos funcionários quando pessoas negras ou com roupas simples entravam na loja.
O sistema interno de som reproduzia a "Zara zerou" e as pessoas passavam a ser vistas como perigosas e observadas pelo conjunto dos funcionários. Além disso, outras pessoas também relataram na rede passar por situações semlhantes a que viveu a delegada nesse episódio lamentável de racismo.
Essa notícia, obviamnete, surpreendeu um total de 0 pessoas. Afinal de contas, a gente vive aqui denunciando esse tipo de conduta, esse tipo de prática, esse tipo de perseguição, e as pessoas continuam dizendo que é fruto da imaginação, que isso é auto sabotagem, que isso não existe, que é "mimimi"... mas por que será que pessoas negras, mesmo bem vestidas, são vistas pela Zara como perigosas ou nocivas?
Eu acho que a resposta está implicita, né? Isso é só mais uma demonstração do racismo institucional que a gente vive nas instituições, sejam elas públicas ou privadas, e que a gente precisa combater cotidianamente. E eu acho que já que a "Zara zerou", agora é a nossa vez de "zerar" a Zara, né? Boicotar essa loja racista, assim como também todos os ambientes onde a gente vê esse tipo de prática racista acontecendo.
Eu espero que a polícia conclua logo esse caso, para que as pessoas que precisam responder por esses crimes respondam e paguem por isso. Também espero que a loja adote, o quanto antes, uma política interna de diversidade e inclusão que procure combater esse tipo de prática, que procure combater o racismo como instituição privada que ocupa o espaço que ela ocupa, com o poder que ela tem, ela tem que ter responsabilidade e responder a esse tipo de situação com práticas concretas. Não com notinhas, né?
*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.