Romantização da escravidão e resistência
Foto: Exposição 130 anos da Abolição da Escravatura | Tomaz Silva/Ag. Brasil
Romantizar a escravidão é algo feito desde sempre.
Recentemente, uma editora lançou um livro com crianças brincando num navio negreiro. Poucas coisas representam tanto a indústria da morte - que era a escravidão - quanto um navio negreiro. Neles morreram quase 2 milhões de negros escravizados. Como alguém pode romantizar isso? Pior! Como esse livro passou por todo o processo de edição, correção, impressão e distribuição sem ser percebido?
Romantizar, ou dar um ar de "leveza" à escravidão não é uma coisa feita de forma aleatória, nem sem objetivo. Primeiro, é para que não enxerguemos como o regime de escravidão era um sistema de barbárie e desumanização, quando uma outra pessoa era tratada como propriedade, submetida a cerca de 15 horas de trabalhos forçados, condições de vida subhumanas, com expectativa de vida próximas de 30 anos, castigadas cruelmente... E tudo isso impacta até hoje.
Segundo, essa romantização tenta mostrar uma suposta submissão, como se as pessoas negras aceitassem essa condição de escravizado. Isso é pra esconder as inúmeras formas de resistência que sempre existiram, individuais e coletivas, dependendo de cada momento e cada situação.
Confira essas e outas reflexões no meu novo vídeo, aqui no #ColunistasOn:
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