Depois de dias sem escrever, enfim saio do isolamento que me permiti fazer. Nos dias de hoje anda cada dia mais difícil abrir mão da exposição pública e dos tais "likes".
Apesar de não ter sido um isolamento completo, meu retiro interno foi extremamente necessário para a minha busca e maior conexão com a família.
Quem passa a vida buscando respostas do "lado de fora", comumente, perde-se no caminho.
Entre as descobertas mais recentes, descobri que o meu projeto social, a quem eu dei nome de "Pai, Vem Cá!", foi fruto de um SINTOMA. Na prática, a expressão revelava um chamado de um pai que nunca chegava.
Pouco antes da minha cirurgia cardiológica, fizemos as pazes e a vida anda mais leve em alguns sentidos. O tempo ajuda a sarar algumas feridas e a reestruturar os sonhos que o mundo, de tão mesquinho, triturou.
O Projeto "Pai, Vem Cá!" não vai acabar. Ao contrário, renasce mais forte e reconfigurado, assim como eu me sinto.
Ao contrário do que pode parecer, não acho que estar próximo e fazer as pazes com pai e mãe seja um requisito para seguir bem, tampouco para ser plenamente "feliz", se é que isso existe.
A ideia judaico-cristã, de honrar pai e mãe, precisa levar em consideração quem é esse pai, quem é essa mãe, como essas figuras estão elaboradas para o sujeito e como foi construída essa relação durante a vida.
Precisamos honrar a nós mesmos nessa trajetória, nos respeitar, respeitar nosso tempo, nosso sentir, aprender a ler nossas angústias, cuidar das nossas feridas, nos abraçar, nos dar o colo que muitas vezes nos foi negado.
Se não prejudicamos ninguém no caminho, não há "pecado" nisso.
*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.

Para quem nunca ouviu falar, o homeschooling é uma modalidade de educação que defende que os pais eduquem seus filhos em casa, participando do seu processo de formação. Caso esses pais não tenham tempo disponível, podem, ainda, terceirizar a educação doméstica contratando professores particulares ou adotando o Ensino à Distância.
A modalidade está presente em outros países e ganhou força durante e depois da pandemia. Quem defende a ideia cita como vantagem a maior flexibilidade de ensino, horários e técnicas, bem como a personalização do conteúdo. Mas, por trás da suposta boa vontade e boa intenção desses pais, esse formato de educação esconde perigos imensos para o desenvolvimento dessas crianças.
O maior perigo do homeschooling é a limitação à qual as crianças serão submetidas durante os seus primeiros anos de vida e formação cognitiva. Falo da limitação de referências, de socialização com outras crianças, experiências, convivência com a diversidade de circunstâncias e personalidades. Essa limitação fará muita falta lá na frente, pois é justamente a experiência com o novo que gera amadurecimento e prepara o ser humano para a vida em sociedade.
O outro perigo para essa criança reside no convívio exacerbado com os pais. Sim, o excesso de pai e mãe pode ser um fator de risco nesse processo, já que o mesmo pai/mãe que assumirá o papel de educador, também precisará, em tese, acolher e dar afeto no caminho das descobertas. Isso pode se chocar em algum momento.
Quando delegamos aos professores e às escolas o papel de educar, podemos focar em nosso próprio papel na vida dessas crianças, papel esse que já nos traz incumbências, desafios e responsabilidades suficientes. Logo, se a ideia é promover uma educação de qualidade, talvez seja mais produtivo escolher uma escola de confiança da família e se manter presente e pró-ativo durante o caminhar da formação dessa criança.
Dar voz às inseguranças que passam nas nossas cabeças, julgar que sabemos tudo e que precisamos ser onipresentes na vida dos filhos, pode ter um efeito oposto ao que se pretende, ou seja, pode terminar fragilizando a criança para a vida social e para as demais etapas da sua formação.
*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.

Essa frase, de autoria do escritor e gênio Manoel de Barros, anda mais atual do que nunca! O <a href="https://aratuon.com.br/geral/2023-04-05/homem-invade-creche-e-mata-quatro-criancas-em-santa-catarina-outras-ficaram-feridas/" target="_blank" rel="noopener">atentado dessa quarta-feira (5/4), que vitimou crianças dentro de uma escola em Blumenau</a>, é uma prova viva disso.
Para quem ainda não se deu conta, estamos vivendo uma escalada de violência nas escolas que reflete o clima de tensão e ódio que se instalou no Brasil, que até então era tido como um país alegre, festivo e distante desse cenário.
O Brasil teve 24 ataques em escolas nos últimos 22 anos, sendo que 14 desses atentados aconteceram nos últimos cinco anos. Os dados são da Universidade de Campinas (Unicamp) e da equipe liderada pela pesquisadora Telma Vinha.
A pesquisa também aponta que a tragédia poderia ser ainda pior, já que 34 atentados foram evitados nos últimos 10 anos, sendo 22 deles somente no ano passado!
Não se pretende aqui culpar um governo e prestigiar qualquer outro, mas não há dúvidas de que o discurso extremista e radical abriu os bueiros na nossa nação.
A maldade e a perversão que antes estava interditada por questões éticas, morais e pelos invisíveis limites sociais, hoje andam soltas e permeando nosso círculo social e lugares de convivência.
Nós e os nossos filhos somos vítimas disso. Todos nós! Conservadores ou não! Precisamos ficar alerta para esse fato e buscar alternativas para reduzir o impacto disso na nossa sociedade, antes que seja tarde demais para recuperar o prejuízo.
Quebrar o ciclo de violência é uma temática constante nos meus textos e no meu trabalho. Sempre foi um desafio falar sobre isso e, infelizmente, sinto que esse cenário piorou muito nos últimos anos.
Se qualquer pessoa resolve tocar nessa temática, hoje, nas redes sociais, ou até mesmo em algumas famílias, o resultado é imediato e sempre violento, incluindo adjetivos ofensivos, pejorativos ou, simplesmente, menosprezando quem ousou falar de algo mais afetuoso e brando.
Somos todos "nutelas", "mimizentos", "lacradores", "comunistas", dentre outros adjetivos que falam mais da idiotia de quem os profere do que, necessariamente, de quem os recebe.
Sigo na tentativa de emprestar minha voz e o meu trabalho para, de alguma forma, ainda que "ingenuamente", tentar colocar mais gente dentro da palavra AMOR.
Boa Páscoa para todas as famílias e um abraço apertado para todas as famílias que perderam crianças e adolescentes nesses cruéis atentados.
*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.

Há alguns anos, quando eu já havia iniciado o trabalho social "Pai, Vem Cá!" (<a href="https://www.instagram.com/paivemca/" target="_blank" rel="noopener">@paivemca</a>), fui procurado por um pai que me disse ter interesse em criar um perfil nas redes sociais para falar sobre paternidade, na ideia de orientar outros pais. Queria dicas e sugestões!
Diante da demanda, resolvi perguntar a ele quantos anos tinha seu filho, para trocarmos ideias sobre aquele novo projeto, pois sempre fui um entusiasta desse movimento!
Mas, para a minha surpresa, ele me disse que seu filho tinha apenas SEIS MESES!
Eu não sabia se ria ou se soltava os cachorros nele! Até entendi a vontade dele de falar sobre os sentimentos e desafios que estava vivenciando, mas daí a pretender ENSINAR outros pais após uma rasa e ligeira experiência de seis meses de paternidade, fica difícil! Ainda mais no meio do caos que é o puerpério!
E porque trago esse assunto agora?! Porque agora sou eu o pai de uma criança de sete meses e hoje tenho a absoluta certeza de que não sei nada, ou melhor, quase nada que possa verdadeiramente servir de orientação efetiva para outros pais, ao menos nessa fase. Me sinto assim.
As únicas lições que tenho a oferecer para esses pais são as mesmas que ofereci há anos atrás para o tal pai que queria virar blogueiro: vivam intensamente a paternidade, façam uma imersão nela, invistam tempo nisso, dediquem-se, amparem seu par, cuidem de quem amam e gastem mais energia e tempo brincando com os filhos(as) do que postando nas redes.
É exatamente isso que faço hoje por aqui, enquanto alguns insistem em me perguntar se eu não vou "aproveitar" o momento para produzir mais conteúdo! Não, obrigado! Ser pai já consome energia suficiente.
Quando iniciei o projeto, minha primeira filha tinha cerca de 5 anos e, ainda assim, não me achava suficientemente apto a orientar outros pais. A ideia inicial sempre foi contar nossa trajetória e estimular outros pais a serem mais presentes.
Nesse caminho, terminei fazendo a formação em psicanálise e adquirindo um pouco mais de conhecimento. Mas novas dúvidas vieram junto!
Hoje falo menos e escuto mais! Acho que essa também é um grande dica para a paternidade.
Precisamos colocar nossa vaidade para descansar, chegar mais perto dos nossos filhos, sentir o cheiro, sentar no chão, de pés descalços, desarmados, e aprender com eles a viver, enquanto brincamos e educamos com afeto.
*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.

Quando beber um campari vira uma arma para provar atitude, personalidade e autoridade perante uma mulher, há de se perguntar: onde está o desejo?
Se o desejo desse homem é de se sobrepor às mulheres, dominar, usar, trair, vencer a briga, talvez a mulher em si não seja o seu "objeto de desejo" - usando aqui um termo próprio da psicanálise, que nada tem a ver com objetificação da figura feminina.
O esforço que alguns homens fazem para não se envolver com suas parceiras, para resistir aos seus encantos e tentativas de união, também põe dúvida sobre onde esse desejo está situado.
A questão não é se esses caras gostam de mulher ou não (apesar de estar claro que não gostam). A questão é que alguns homens passam a vida inteira sem ter a coragem de se confrontar com o próprio desejo!
Quantos feminicídios poderiam ser evitados se alguns homens simplesmente se dessem conta de que seu "objeto de desejo" é outro e que a mulher é um mero álibi? Que a sua insegurança lhe mobiliza mais do que a suposta vontade de atrair o sexo oposto?
A guerra entre homens e mulheres é secular. A violência contra elas também.
Por trás dessa cena, existem homens afundados em seus devaneios, colocando a mulher como foco do seu desejo, quando, na verdade, esses sujeitos amam tudo, menos as mulheres! Amam odiar mulheres. É o esporte favorito de alguns deles.
Quem nunca conheceu um homem que, com brilho nos olhos, se orgulhou de ter ferido uma mulher, das mais variadas formas. Suas histórias viram troféus!
Precisamos auxiliar as mulheres que são vítimas de homens assim!
Como faremos isso? Colocando cada vez mais luz sobre movimentos como o Redpill, constrangendo e punindo quem fala ou pratica atos misóginos, indicando terapia aos mais próximos e, especialmente, ajudando mulheres a enxergar melhor onde estão situadas nas suas relações amorosas.
Não vai ser fácil! Força na luta! ✊🏽
*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.

Quando o assunto é a criação de filhos(as), sempre aparece alguém que, sem qualquer estudo ou base científica, funda suas opiniões nos velhos costumes, crenças e ditados populares. A ideia central dessas pessoas não está necessariamente no cuidado, mas sim na manutenção de um padrão que entendem como adequado e lutam para manter.

De fato, alguns costumes, crenças e ditados se encaixam tão perfeitamente que parecem mesmo servir para todas as circunstâncias, de modo pleno. Mas, também me valendo de uma expressão popular, "o buraco é mais embaixo"!

A expressão popular "mãe é mãe", bem como sua derivação "pai é pai", por exemplo, faz presumir que todas as mães e pais possuem uma espécie de salvo-conduto para fazer livremente o que bem-queiram. Ou seja, se eu sou mãe, e "mãe é mãe", logo, todos os meus atos carregam uma espécie de validação prévia e ai daquele que ouse julgar qualquer dos meus atos. Isso vale também para os pais!

Por outro lado, essas mesmas expressões também são utilizadas para fomentar uma espécie de oposição entre pai e mãe, presumindo que a mãe possui atributos que a tornam mais apta que o pai para algumas funções. De um jeito ou de outro, a expressão termina por colocar pai e mãe em caixas, catalogando ambos como se pertencessem a determinados grupos de pessoas idênticas entre si.

O perigo disso é que, quando viajamos nesse imaginário, onde os pais e mães sempre são isso ou aquilo, perdemos a chance de enxergar as PESSOAS que estão por trás das funções paterna e materna.

Seus erros e acertos terminam ficando encobertos. Passamos a "julgar o livro pela capa", ou pior, pelo seu título (pai/mãe).

Quando cogitamos haver uma regra, há um grande risco de se presumir o zelo de uma mãe (ou um pai) e terminar por desproteger a criança. Ou, ao contrário, presumir a incapacidade e terminar por negar acesso da criança ao afeto daquele tido como incapaz.

No fundo, não há regra! Pais e mães são pessoas. Pessoas erram, acertam, devaneiam, superam, negligenciam, cuidam, machucam, protegem, violentam e vacilam mesmo sem intenção.

Então, precisamos dar menor importância às crenças, parar de olhar para a figura simbólica do "pai" e da "mãe", e voltar os nossos olhos com maior cautela para a forma com que estas pessoas estão exercendo as suas funções (materna e paterna).

O que legitima mesmo os atos de um pai ou mãe é a forma como tratam seus filhos(as) e a forma como estes se sentem diante das figuras que fazem o papel de pai e mãe em suas vidas.

*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.

&Uacute;ltimo artigo de 2022! E que ano, meus amigos! Esse foi o ano mais desafiador da minha vida! E olhe que viemos de dois outros bem at&iacute;picos!&nbsp;

Dentre os desafios, que n&atilde;o foram poucos, um deles merece maior destaque. <a href="https://www.instagram.com/p/CegJ8hHuy_X/?utm_source=ig_web_copy_link" target="_blank">Descobri, no m&ecirc;s de maio, que estava com uma obstru&ccedil;&atilde;o de 95% numa art&eacute;ria no cora&ccedil;&atilde;o</a>.

Em menos de 20 dias tive que fazer exames, um cateterismo e a angioplastia, que se resume na coloca&ccedil;&atilde;o de um &quot;stent&quot; na art&eacute;ria, para regularizar o fluxo sangu&iacute;neo. O risco de morte era iminente.

Tivemos que lidar com tudo isso no meio da gravidez de minha esposa, <a href="http://instagram.com/lorena.maternoinfantil" target="_blank">Lorena</a>. Um drama, sem d&uacute;vida! Sofremos muito! Mas aprendemos tamb&eacute;m.

Reacendeu em mim a vontade de me cuidar e de me enxergar. Na pr&aacute;tica, eu termino cuidando de todos ao redor e me deixando por &uacute;ltimo.

Depois desse evento, passei a orientar amigos, colegas e seguidores a se cuidar melhor! Isso terminou se estendendo para uma campanha nacional sobre o assunto, a convite de um laborat&oacute;rio, na semana do Dia dos Pais.

N&oacute;s homens precisamos colocar esse autocuidado na agenda! Somos fortes, mas tamb&eacute;m somos vulner&aacute;veis, de carne e osso! N&atilde;o d&aacute; para querer bancar o super-her&oacute;i e descuidar da pr&oacute;pria sa&uacute;de.

Aos poucos, o medo que senti nesse per&iacute;odo foi dando lugar &agrave; esperan&ccedil;a. Mas ficaram algumas marcas desse e de outros desafios que vivi esse ano, que ainda reverberam por aqui.

A verdade &eacute; que nunca sabemos o dia exato ou a hora exata da partida.

Ent&atilde;o,&nbsp;resta agradecer ao&nbsp;presente, cuidar de n&oacute;s mesmos e de quem gostamos&nbsp;como se hoje fosse o &uacute;ltimo dia.

Parece bobo, mas &eacute; urgente!

Feliz 2023!

*Este material n&atilde;o reflete, necessariamente, a opini&atilde;o do&nbsp;Aratu On.

Quando o ano vai se encerrando &eacute; comum que as pessoas se sintam tocadas pela CULPA, com maior ou menor grau de ESPERAN&Ccedil;A. A culpa insiste em se manter presente, mesmo que se tenha feito o &quot;melhor&quot;!

Na maternidade e na paternidade tamb&eacute;m &eacute; assim.&nbsp;O sentimento de culpa &eacute; recorrente, mesmo que durante todo o ano tenhamos nos virado em mil para atender &agrave;s in&uacute;meras necessidades e expectativas (nossas, dos filhos e dos outros).

Nesse cen&aacute;rio, a esperan&ccedil;a de um ano novo, melhor e mais produtivo, d&aacute; o f&ocirc;lego que a culpa corr&oacute;i, mantendo o sujeito disposto a lutar no ano seguinte. Essa luta pode ser por algo espec&iacute;fico ou por tudo que acreditamos ser a &quot;nossa&quot; meta de &quot;felicidade&quot;.

Se tudo isso lhe parece comum, cuidado com essa culpa constante. Talvez seja preciso um freio de arruma&ccedil;&atilde;o, para tentar se livrar de um jogo perigoso.

Quem agora ousa falar sobre esse tema &eacute; o mesmo cara que, por anos e anos, foi consumido pela culpa. Essa culpa sempre me afetava quando eu n&atilde;o atendia ao desejo do outro ou quando, de tanto atender ao desejo do outro, esquecia dos meus.

Ainda me resta certo temor de n&atilde;o atender &agrave;s expectativas alheias, mas isso vem diminuindo MUITO. Percebi ao longo do tempo que at&eacute; mesmo as &quot;minhas&quot; metas eram fundadas nas expectativas alheias e n&atilde;o em desejos propriamente meus. Precisei dar um basta!

Sair desse cen&aacute;rio nos devolve uma generosa por&ccedil;&atilde;o de paz, liberdade e dignidade. Viver para suprir ao desejo do outro (sejam eles nossos pais, filhos, parentes, amigos, etc) &eacute; a pior das pris&otilde;es. &Eacute; uma pris&atilde;o silenciosa e massacrante. E quem sabe manejar isso em nosso desfavor, nos coloca em um eterno d&eacute;bito!

Dar esse salto - ou pular essa fogueira -&nbsp;nos faz depender menos do olhar do outro e nos livra de ter que cumprir aquelas listas de promessas vazias de final de ano, onde constam metas que muitas vezes sequer representam os nossos desejos reais.

Ent&atilde;o, precisamos entrar em cena, sem tanta culpa. Precisamos nos &quot;des-culpar&quot; em 2023. Desculpar e seguir!

Toda a minha cota de ESPERAN&Ccedil;A para o ano novo vai para que eu me torne cada dia mais &quot;senhor do meu desejo&quot;; e que eu trace minhas metas com a menor interfer&ecirc;ncia poss&iacute;vel dessa vontade invis&iacute;vel de agradar o outro.

Desejo o mesmo para voc&ecirc;s!

*Este material n&atilde;o reflete, necessariamente, a opini&atilde;o do&nbsp;Aratu On

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Ot&aacute;vio Leal na inf&acirc;ncia | Foto: arquivo pessoal</pre>

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Por muitos anos fui o &quot;neguinho&quot; da fam&iacute;lia. Ou ainda sou? N&atilde;o sei ao certo...

Por ter a pela mais escura que a dos parentes da minha fam&iacute;lia materna, todas as &quot;piadas e brincadeiras&quot; sobre negritude eram direcionadas para mim, embora, para mim, nunca tenha soado como &quot;piada ou brincadeira&quot;.

Lembro bem do dia em que, j&aacute; cursando Direito, tendo adquirido mais autoestima, conhecimento e uma no&ccedil;&atilde;o ampliada sobre mim, passei a reclamar daquela condi&ccedil;&atilde;o de inferiorizac&atilde;o gratuita&nbsp;que tanto me constrangia.

Nesse dia conheci a revolta daqueles que possuem o desejo profundo de continuar sendo quem s&atilde;o, independente da dor do outro.

Naquele dia me acusaram de estar ficando &quot;vaidoso&quot; e &quot;metido &agrave; besta&quot;, por estar cursando Direito. Imagine! Hoje em dia, eu seria taxado de &quot;mimizento&quot;, diante dos que almejam liberdade de express&atilde;o/opress&atilde;o.

Na verdade, era s&oacute; um jovem querendo n&atilde;o ser alvo de um racismo estruturado, pronto e &aacute;vido por massacrar quem tiver mais melanina, cabelos crespos e um jeito atrevido de se manter vivo.

Um racismo t&atilde;o duro que desconsidera a necessidade de garantir dignidade ao outro, crian&ccedil;as e adultos.

Por muitos anos aguentei calado e, por diversas vezes, me vi rindo da minha cor de pele e de todas as associa&ccedil;&otilde;es negativas que me faziam crer dela.

&quot;Voc&ecirc; tem esse jeito porque &eacute; assim, igual ao seu pai&quot;, sentenciava minha av&oacute; materna, enquanto esfregava o pr&oacute;prio bra&ccedil;o com o dedo, indicando que o meu problema estaria na pele preta.

Nesse contexto, cresceu esse homem que agora lhes escreve, cheio de lembran&ccedil;as ruins, alguns traumas, mas tamb&eacute;m cheio de amor e de vontade de fazer algo que contribua para mudar o olhar da sociedade para essas crian&ccedil;as e jovens pretas.

Os parentes continuam amigos e eu continuo resiliente.

Atualmente vivo um dilema. Os pretos acham que sou branco e os brancos acham que sou preto.

J&aacute; eu acho que sou GENTE e que perten&ccedil;o a um grupo de GENTE que tem a pele escura, mas que, justamente por ser GENTE, como todas as crian&ccedil;as e jovens de pele escura, merecem RESPEITO!

LEIA MAIS:&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/noticia/politica/dia-da-consciencia-negra-pode-virar-feriado-nacional" target="_blank">Dia da Consci&ecirc;ncia Negra pode virar feriado nacional</a>

*Este material n&atilde;o reflete, necessariamente, a opini&atilde;o do&nbsp;Aratu On.

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Foto: Ilustrativa/Pexels</pre>

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O &oacute;dio &eacute; a nova tend&ecirc;ncia, o novo v&iacute;rus que vem se espalhando rapidamente no seio social e nas fam&iacute;lias.

A pol&iacute;tica &eacute; s&oacute; um novo &aacute;libi. Na real, nem precisava dela. As pessoas j&aacute; se odiavam antes, mas agora ficou engra&ccedil;ado e banal xingar, amea&ccedil;ar, ferir, ser preconceituoso, violento e r&iacute;spido.

Nas redes sociais, nada &eacute; mais democr&aacute;tico que o &oacute;dio! Tem para todo tipo de fregu&ecirc;s. &Eacute; s&oacute; escolher uma cor (a preta &eacute; a preferida), uma orienta&ccedil;&atilde;o sexual, posi&ccedil;&atilde;o pol&iacute;tica e mandar ver nas palavras ofensivas contra o primeiro inimigo virtual que aparecer!

O mais &quot;legal&quot; do &oacute;dio &eacute; que ele n&atilde;o segue uma l&oacute;gica. Posso odiar Caetano, xingar ele no Twitter e depois relaxar ouvindo Le&atilde;ozinho.

Parece engra&ccedil;ado n&eacute;? Mas ele MATA!

Hoje vejo pessoas pr&oacute;ximas passando a andar armadas em nome de uma guerra imagin&aacute;ria. Pessoas pac&iacute;ficas falando em tom de f&uacute;ria. Pessoas p&uacute;blicas incentivando inimizade em nome de ideais completamente vazios. Vejo parentes deixando de se falar por quest&otilde;es pol&iacute;ticas.&nbsp;

E afinal, qual o nosso papel? Qual o papel de quem est&aacute; fora dessa tend&ecirc;ncia cafona e cruel!?

Nosso papel &eacute; pontuar SEMPRE! Lembrar a essas pessoas quem elas foram um dia! Lembrar que a fam&iacute;lia precisa estar unida! Lembrar que as igrejas s&atilde;o lugares de ora&ccedil;&atilde;o. Que a amizade deve estar acima de qualquer escolha pol&iacute;tica ou pessoal. Alertar um amigo de que as coisas podem e devem ser resolvidas no di&aacute;logo e n&atilde;o na bala, na viol&ecirc;ncia. Acalmar os &acirc;nimos!&nbsp;

Precisamos reaprender a amar o pr&oacute;ximo, ainda que esse pr&oacute;ximo pense diferente de n&oacute;s.

Agora mesmo deve ter algu&eacute;m me odiando por ter lido esse texto at&eacute; o final e n&atilde;o concordar com nada que foi dito.

Mas onde houver &oacute;dio, que a gente leve o amor, esse sentimento t&atilde;o fora de moda, mas t&atilde;o essencial para a vida e para a constru&ccedil;&atilde;o fam&iacute;liar.

*Este material n&atilde;o reflete, necessariamente, a opini&atilde;o do&nbsp;Aratu On.

Família

Honrar pai e mãe, talvez. Honrar a si mesmo, sempre!

Escrevendo errado por linhas tortas: os perigos do "homeschooling"

A palavra AMOR anda vazia. Não tem gente dentro dela

Nasce um filho, nasce um blog

Sobre homens que amam odiar mulheres

Mãe é mãe, pai é pai! Será?

2022: O ano mais desafiador da minha vida e a certeza de que somos vulneráveis

Precismos nos "des-culpar", seguir e dar lugar à esperança

O "neguinho" da família

Pelo direito de odiar o próximo

Alexandre Darzé

Allysson Raia

Dra. Anita Rocha

Dra. Anna Paula Greck

Bianca Ramos

Chef Caco Marinho