Tecnologia

As redes sociais precisam ser reguladas

Colunista On: Allysson RaiaEstrategista de ações digitais

Hoje estou aqui para falar sobre um assunto muito sério, que é um grande exercício para que a gente consiga manter a nossa sanidade mental. Em outras palavras, as redes sociais precisam ser reguladas. Recentemente o Twitter, na minha opinião, atirou em crianças mortas, a partir do momento que ele permitiu que certos tipos de conteúdos continuassem públicos dentro da sua plataforma, dentro de uma pseudoideia de liberdade de expressão.


À essa altura talvez vocês já saibam que mais de 511 perfis fazem apologia aos atos violentos que aconteceram nas escolas. Isso não pode ser tolerado. A gente precisa entender que nem tudo, nem todas as coisas, podem ser ditas, principalmente se a gente considerar o tamanho e o alcance de um veículo de mídia que são nas redes sociais.


Na minha opinião, o estado precisa, sim, fazer um processo de regulação das redes. A gente precisa ter uma normatividade para que as redes sociais possam ser responsabilizadas civilmente, penalmente e em todas as esferas jurídicas sobre os conteúdos que nelas são propagados.


A gente não pode esquecer duas situações que são importantes. A primeira é que as redes sociais ganham dinheiro com a retenção do usuário dentro da sua plataforma, então o critério vai ser aquilo que é mais polêmico, que vai chamar a atenção do público, para que o público continue vendo o conteúdo e, por consequência, os conteúdos publicitários que lá são veiculados, assim como a coleta de dados dos usuários.


O outro processo, que na minha opinião é muito importante, é que as redes sociais consigam ser mais transparentes com os critérios que determinam o algorítimo e o alcance dos conteúdos que a gente acaba recebendo. E com tudo isso exposto, é extremamente necessário que a gente consiga cobrar junto às plataformas das redes sociais, e principalmente no caso que a gente está falando, no Twitter, informações detalhadas sobre quais providências ela está adotando para poder conseguir coibir, impedir e se responsabilizar por conteúdos dessa natureza.


Um aspecto absurdo que considera todo esse processo que eu estou expondo aqui pra vocês é uma hashtag (#) - se eu não me engano era "Twitter apoia massacres" - que estava nos trending topics (TTs) do Twitter, e ela simplesmente sumiu. Então o cenário que a gente se depara é o seguinte: são toleráveis os conteúdos de apoio aos atos violentos, através dos termos das redes sociais, mas elas se permitem fazer a exclusão de uma hashtag de protesto contra a própria permissividade da rede social para publicação de tais conteúdos, de uma maneira na qual ela simplesmente "some" ou suspende a hashtag "Twitter apoia massacres".


Tudo isso acaba sugerindo que o próprio algorítimo da rede social é extremamente tendencioso. Ela acaba não obedecendo à nenhuma ferramenta neutra de inteligência artificial, e na qual o objetivo é justamente conseguir consolidar a aplicação dos seus interesses.


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Allysson Raia

Allysson Raia

Estrategista de ações digitais e CEO da Forrest, é formado em Comunicação e possui especialização em Antropologia e Consumo pela Universidade Nova de Lisboa (2010). Possui 15 anos de experiência, foi líder de comunicação digital em projetos do terceiro setor em Lisboa. Coordenou projetos digitais em Luanda e Orlando. Foi diretor do departamento digital da Secom da Prefeitura de Salvador.

Instagram: @tecnofanias

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