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Seguranças envolvidos em agressão a casal serão investigados por tortura, diz advogado de vítima; assista

Walisson Reis disse que é preciso apurar se o crime foi qualificado pela cor da pele das vítimas

Por Juana Castro

Seguranças envolvidos em agressão a casal serão investigados por tortura, diz advogado de vítima; assista

Os seguranças envolvidos na agressão a um casal dentro de um supermercado da rede Carrefour, no bairro de São Cristóvão, em Salvador, serão investigados pelo crime de tortura. A informação é do advogado de Jeremias, uma das vítimas, Walisson Reis. "O crime de tortura foi confirmado. Agora é preciso apurar se é tortura qualificada pela cor da pele, ou não", disse, em entrevista à TV Aratu, nesta sexta-feira (12/5).


Reis afirmou ainda que a empresa de segurança - que era terceirizada - também está envolvida em outros casos de violência na capital baiana. "É preciso que se apure. Não pode passar impune essa situação", falou, acrescentando que os agressores foram identificados.


Ainda de acordo com o advogado, Jeremias foi ao Instituo Médico Legal (IML) nessa quinta-feira (11) e as lesões foram constatadas. "Ele recebeu muitos socos e agressões com barra de ferro, gravíssimas", destacou. Segundo Walisson, os seguranças serão investigados por incitação ao crime e pelas lesões, além da tortura.


Identificado como Jeremias, o homem agredido por seguranças de um supermercado da rede Carrefour, no bairro de São Cristóvão, em Salvador, prestou depoimento à polícia nessa quinta-feira (11/5). Ele e uma mulher receberam socos e golpes com barra de ferro, no estabelecimento, na última sexta-feira (5), após terem furtado leite em pó.


O caso


Na última sexta-feira (5), começaram a circular vídeos de um casal sendo agredido por seguranças na unidade do Carrefour que fica ao lado do Salvador Norte Shopping. As vítimas foram identificadas como Jamille e Jeremias, e teriam furtado dois pacotes de leite em pó. Os dois alegaram que foi algo feito no desespero, para alimentar a filha.


Seguranças do Carrefour espancam casal após furto de dois pacotes de leite em pó em Salvador

A tortura foi filmada pelos próprios agressores. Em certo momento, quando Jamille tenta se proteger do espancamento, um dos seguranças a xinga: “Tire a mão, sua desgraça”.


O que disse o Carrefour


Em nota, o Carrefour disse que as imagens de segurança do mercado estão à disposição da polícia. Ainda segundo a empresa, os seguranças envolvidos na ação foram desligados. Além disso, a rede de supermercados também informou que registrou uma denúncia de agressão e lesão corporal à Polícia Civil.


Confira a nota na íntegra:


"Assim que tomamos conhecimento do caso lamentável, empenhamos de forma imediata todos os esforços para apurar o ocorrido e tomar todas as medidas cabíveis. A primeira delas e fundamental foi, de forma proativa, realizar uma denúncia de agressão e lesão corporal à Polícia Civil, para que esse crime inaceitável seja rigorosamente apurado. Esta denúncia foi registrada eletronicamente, com número de protocolo 2023/0000257096-0, e encaminhada à 12ª Delegacia Territorial – Itapuã. Esta medida reforça o nosso compromisso de sermos incansáveis no combate a qualquer tipo de violência.


Em um vídeo que mostra o fato, é possível identificar que o agressor tem uma tatuagem na mão. No avanço das nossas investigações internas, apuramos que nenhum profissional direto ou indireto que atua na unidade tem essa tatuagem. Mesmo assim, não podemos aceitar que um crime como esse tenha ocorrido em nossas dependências. Por isso, ontem mesmo desligamos a liderança e equipe de prevenção da loja. Reforçando nossa tolerância zero com a violência, inclusive nos cargos de gestão. Além de rescindir o contrato com a empresa responsável pela segurança da área externa, onde a violência ocorreu. Assumimos a nossa responsabilidade e tomamos medidas rápidas e duras.


É inadmissível que qualquer pessoa seja tratada desta maneira. É um crime, com o qual não compactuamos. Estamos buscando o contato da Jamille e do Jeremias para nos desculparmos pessoalmente, além oferecer suporte psicológico, médico ou qualquer outro apoio necessário."


A Polícia Civil, porém, informou que a empresa não registrou Boletim de Ocorrência sobre o caso. "Prezados, não houve registro na 12ª Delegacia Territorial de Itapuã. Porém, a unidade já tomou conhecimento do crime através dos vídeos e iniciará as apurações dos fatos", diz a nota.


A Polícia Militar também informou que não foi acionada no momento da ocorrência.


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