Falsas Promessas prende 24 pessoas; 7 são policiais militares

Subiu para sete o número de policiais militares (PMs) presos na Operação Falsas Promessas. O balanço foi divulgado no fim da tarde desta quarta-feira (9) pela Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA).

A segunda fase da operação foi deflagrada na manhã de hoje. A "Falsas Promessas" visa ao combate de uma uma organização criminosa especializada em rifas ilegais e lavagem de dinheiro. Ao todo foram 24 presos, além da apreensão de veículos de luxo, armas, dinheiro em espécie e outros bens.

Estrutura criminosa e manipulação de sorteios

Segundo a polícia, o grupo atuava em diversas cidades da Bahia - como Salvador, Região Metropolitana, Juazeiro, Vera Cruz, São Felipe e Nazaré - e também em São Paulo. A quadrilha utilizava redes sociais para promover rifas com prêmios de alto valor, como carros e motocicletas, e atraía um grande número de participantes. No entanto, os sorteios eram manipulados para favorecer integrantes da própria organização.

A estrutura do esquema envolvia empresas de fachada e pessoas interpostas (os chamados “laranjas”) para ocultar a origem dos valores arrecadados ilegalmente. De acordo com as investigações, policiais militares da ativa e ex-integrantes da corporação também participavam do esquema, oferecendo proteção e repassando informações privilegiadas.

Prisões e apreensões

A operação cumpriu 22 mandados de prisão preventiva, além de 30 mandados de busca e apreensão e seis medidas cautelares diversas da prisão. Entre os presos, quatro são apontados como lideranças da organização criminosa, localizados em Vera Cruz, Juazeiro, na Região Metropolitana de Salvador e em São Paulo.

Durante as diligências, foram apreendidos 27 veículos, sendo 15 na capital e 12 no interior, incluindo modelos como Hilux, Jeep Renegade, Mercedes C200, Mercedes AMG e Range Rover. Também foram confiscados cinco armas de fogo, R$ 14 mil em espécie, relógios de luxo, celulares, munições e notebooks.

A Justiça autorizou o bloqueio de até R$ 10 milhões por CPF ou CNPJ investigado, somando um total de R$ 680 milhões em bens e valores relacionados à organização.

Influenciadores e policiais entre os presos

Entre os presos estão os influenciadores digitais Ramhon Dias, capturado em São Paulo, e Franklin Reis, humorista conhecido pelo personagem "Neneka". Também foram presos o rifeiro José Roberto Santos, conhecido como Nanan Premiações, e sua companheira, que não teve o nome divulgado.

Cinco policiais militares foram detidos, incluindo o soldado Alexandre Tchaca. Em maio do ano passado, Tchaca chegou a ser punido com prisão administrativa após ser alvo de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) por suposta publicação de conteúdo inadequado nas redes sociais, o que ele negou na época. Apesar de o relator do caso ter recomendado o arquivamento do processo, o comandante-geral da PM, coronel Paulo Coutinho, determinou a prisão do soldado.

Coordenação e apoio da operação

A operação foi coordenada pelo Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco-LD), com apoio de diversas unidades da Polícia Civil, entre elas o Deic, COPJ, DHPP, Depin, Depom, Denarc, DPMCV e DIP. Participaram cerca de 300 policiais civis.

A Corregedoria da Polícia Militar acompanha a investigação e será responsável pela apuração disciplinar dos agentes públicos envolvidos. O Departamento de Polícia Técnica (DPT) também participou da operação, realizando perícias e identificações.