Mutirão de limpeza recolhe 180 kg de resíduos da praia do Rio Vermelho
Do total recolhido no mutirão de limpeza, foram 36 kg de materiais recicláveise 144 kg de rejeitos diversos
Por Da Redação.
Um mutirão de limpeza realizado na praia do Rio Vermelho nesta sexta-feira (31) resultou na coleta de 180 kg de resíduos do local, que abriga a tradicional Festa de Yemanjá, celebrada neste domingo (2). Foram 36 kg de materiais recicláveis, como garrafas PET e latinhas de alumínio, e 144 kg de rejeitos diversos, encaminhados ao aterro sanitário pela limpeza pública.
Mutirão de limpeza reuniu 80 voluntários, servidores e pescadores. Foto: Divulgação | Sema
A ação, promovida pelo programa Bahia Mais Verde Verão 2025, reuniu 80 servidores, pescadores e voluntários, com o objetivo de conscientizar a população para a importância de preservar o litoral baiano. Do total, 20 mergulhadores atuaram na coleta subaquática, enquanto outras 60 pessoas trabalharam na limpeza da praia.
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A iniciativa, organizada pela Secretaria do Meio Ambiente (Sema), contou com o apoio do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), da Secretaria de Turismo (Setur) e da Colônia de Pescadores.
O secretário do Meio Ambiente, Eduardo Mendonça Sodré Martins, destacou a relevância da mobilização para a proteção dos ecossistemas litorâneos.
“Essa é uma iniciativa nossa voltada para ações de educação ambiental, especialmente no contexto do dia 2 de fevereiro. Nossa intenção é garantir um espaço limpo e organizado para essa celebração. O Rio Vermelho já se prepara para essa festa, promovendo um ambiente mais cuidado para receber todos que participam desse importante evento de sincretismo religioso dedicado a Iemanjá. Queremos entregar a praia limpa para que a população possa usufruir com responsabilidade, trazendo suas sacolas reutilizáveis, recolhendo seus resíduos e descartando-os corretamente”, afirmou Sodré.
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Todo o material recolhido durante a ação passará por um processo de triagem, priorizando a reciclagem e o descarte adequado. Além disso, os Ecoguardiões, grupo formado por jovens voluntários da Sema e do Inema, realizaram atividades educativas para alertar o público sobre os impactos do descarte irregular. A jovem Ecoguardiã, Marina Moreira, enfatizou a importância da conscientização.
“Essa ação de hoje foi extremamente importante, não apenas pelo simbolismo do Dia de Iemanjá, mas também pelo impacto real que ela tem. O material recolhido será destinado a um artista que transforma plástico em arte, dando um novo significado a esse resíduo. Além disso, ver de perto a quantidade de lixo descartado de forma inadequada nos faz refletir sobre a falta de consciência em relação aos danos causados ao meio ambiente. O descarte irresponsável afeta diretamente a fauna marinha, já que muitos peixes acabam ingerindo microplásticos. Isso, por sua vez, retorna para nós, seja pelo consumo desses animais, seja pela degradação das praias e a ameaça à biodiversidade”, ressaltou a Ecoguardiã.
Foram recolhidos 36kg de materiais recicláveis e 144 kg de rejeitos diversos. Foto: Divulgação | Sema
Parte dos resíduos coletados será transformada em arte. O artista plástico André Fernandes utilizará os materiais descartados para criar uma escultura especial, que será exposta durante os festejos.
“Como ambientalista e artista plástico, enxergo que os oceanos não suportam mais tanto lixo plástico. A ONU alerta que, se não agirmos agora para conter o avanço desse problema, até 2050 haverá mais plástico do que peixes nos mares. Esse dado é alarmante, catastrófico. Precisamos urgentemente mudar nossa relação com o plástico. Ele tem utilidade e, no meu caso, se torna arte. Mas, em contrapartida, é um grande desafio ambiental. O impacto nos oceanos é imenso, e a conscientização precisa acontecer antes que seja tarde demais”.
A Colônia de Pescadores também reforça a preocupação com a poluição marinha, especialmente com o microlixo, que muitas vezes escapa da coleta convencional.
“Já faz cerca de quatro anos que começamos essa iniciativa de limpeza da praia, e, desde então, essa ação se tornou uma tradição anual. É um trabalho muito importante, porque encontramos uma grande quantidade de resíduos, como plásticos, garrafas de cerveja e frascos de perfume, que acabam poluindo ainda mais o meio ambiente. Para quem vive do mar, como nós pescadores, isso é muito prejudicial”, reiterou o pescador, Antônio Santana.
A Festa de Iemanjá é um momento de fé e celebração, mas também é preciso reforçar a responsabilidade ambiental. Ações como essa são essenciais para manter nossas praias limpas e saudáveis para as futuras gerações, além de promover a sustentabilidade no verão baiano, alinhando tradição, cultura e respeito ao meio ambiente.
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