Cidade

Moradores protestam após morte de marceneiro durante ação da PM em Portão; "era trabalhador"

Ao fim do protesto, o grupo gritava: "polícia assassina, mata preto em cada esquina"

Por Juana Castro

Moradores protestam após morte de marceneiro durante ação da PM em Portão; "era trabalhador"

Em protesto pela morte de um morador após ação da polícia, um grupo de Vila Nova de Portão, em Lauro de Freitas, na região metropolitana de Salvador (RMS), queimou objetos e bloqueou as vias próximas ao Hiper Bompreço da região, na noite desse sábado (11/3). Conhecidos da vítima, o marceneiro Givanildo Lino, afirmam que o homem "era trabalhador e pai de família", e que a Polícia Militar "chegou atirando".


Para o líder comunitário Nei, "é inadmissível que jovens negros continuem 'tombando' dentro das comunidades". Ele acusa, ainda, o uso indevido da expressão "auto de resistência" - quando um policial mata um suposto suspeito e alega legítima defesa, informando que houve resistência à prisão -, o que, segundo Nei, não existiu. "As únicas 'armas' que ele tinha eram sua parafusadeira e seus aparatos de trabalho, porque ele era marceneiro. Estava fechando o estabelecimento onde trabalhava", disse ao Aratu On.


A manifestação foi acompanhada pela PM. Em certo momento, foram utilizadas balas de borracha, segundo os moradores, que ainda reclamaram de tratamento hostil, conforme mostra um vídeo enviado ao Aratu On em que um dos policiais "bate" no celular de um morador para interromper uma gravação.


VEJA ABAIXO


Foto: Aratu On

https://twitter.com/aratuonline/status/1634899282728984577?s=20

"No momento em que a polícia militar adentra a comunidade, olha para os cidadãos como meliantes, traficantes e marginais. Não era o caso do nosso colega, do nosso amigo", diz Nei.


A via foi desbloqueada por volta das 20h20 desse sábado. Ao fim do protesto, o grupo gritava: "polícia assassina, mata preto em cada esquina".


https://twitter.com/aratuonline/status/1634898800882925571?s=20
O Aratu On procurou a Polícia Militar para mais esclarecimentos, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.

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