Kléber Aram: médium é suspeito de atrair mulheres para abusos sexuais inventando história de incorporação em Salvador; MP faz operação
Vítimas narraram que ele exercia forte influência sobre mulheres do seu centro espiritual, as quais ofereciam dedicado trabalho sob sua orientação.
O médium espiritual e líder religioso Kléber Aram Ferreira da Silva é suspeito de praticar atos de violação sexual contra várias mulheres em Salvador. Na última quarta-feira (27/10), o Templo Amor Supremo, local onde ele atua, que fica no bairro da Vila Laura, foi alvo de investigação do Ministério Público Estadual.
Mandados de busca e apreensão foram cumpridos na residência e no local de trabalho do médium que dizia incorporar o espírito de “Dr Fritz” - um médico alemão cujo cirurgiões alegam ter incorporado -. A ação fez parte da "Operação Cristal", desencadeada pelo MP. A ideia é complementar as provas das práticas ilícitas narradas pelas vítimas.
Segundo o MP, o homem é acusado de praticar violação sexual mediante fraude, lesão corporal e assédio sexual contra suas vítimas. Elas narraram que ele exercia forte influência sobre mulheres do seu centro religioso, as quais ofereciam dedicado trabalho sob sua orientação, sendo então levadas a participar de rituais supostamente religiosos.
As apurações, porém, apontaram que as seitas serviam, na verdade, para a satisfação dos seus desejos sexuais.
Ainda de acordo com o MP, segundo as vítimas, Kléber ameaçava a integridade física e mental. As denúncias iniciais foram viabilizadas pelo projeto Justiceiras, o qual, por meio da Ouvidoria das Mulheres, que integra a Ouvidoria Nacional do Ministério Público do Conselho Nacional do Ministério Público, permitiu às vítimas superarem o silêncio.
A demanda foi recebida pela 24ª Promotoria de Justiça de Salvador, que instaurou o procedimento investigativo para apuração dos fatos, em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco).
Durante as investigações, as ofendidas apresentaram ao MP arquivos de áudio extraídos de conversas do WhatsApp, revelando, segundo o Gaeco, as ações do acusado para “submetê-las à sua lascívia, após criar a ilusão de que teriam sido escolhidas para serem as 'guardiãs do Cristal'".
De acordo com as apurações, as vítimas eram cercadas de uma atmosfera de confiança e apreço, sendo então levadas a acreditar que a conduta do investigado originava-se de necessidades espirituais.
O MP viu ainda que, após a concretização dos abusos, o médium submetia as mulheres a “situações de humilhação e subserviência, permeadas por forte violência espiritual, psicológica, sexual e até financeira”.
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