Delegada Maria Selma é demitida da Polícia Civil; entenda o caso

A participação da mulher no esquema criminoso foi descoberta no período em que ela foi titular do Departamento de Crimes Contra o Patrimônio da Polícia Civil

Por Da Redação.

Maria Selma Pereira Lima foi demitida do cargo de delegada da Polícia Civil da Bahia, conforme publicação no Diário Oficial do Estado nesta sexta-feira (21). A demissão aconteceu após um processo iniciado em 2021, no qual ela é acusada de usar o cargo e influência para garantir a impunidade de um grupo criminoso liderado pelo namorado, Pedro Ivan Matos Damasceno. A delegada teria facilitado e acobertado a execução de crimes.


A decisão, baseada em uma orientação da Procuradoria Geral do Estado e nos "demais elementos constantes do processo" administrativo, foi tomada após quase quatro anos de afastamento de Maria Selma das atividades. Ela nega as acusações.


Em junho do ano passado, os advogados da delegada, Sérgio e Thales Habib, solicitaram o retorno dela ao cargo, argumentando que Maria Selma havia cumprido, rigorosamente, a medida cautelar imposta. No entanto, o desembargador Carlos Roberto Santos Araújo negou o pedido, considerando que os argumentos não evidenciavam requisitos suficientes para a volta ao cargo.


Maria Selma nega as acusações. | Foto: Ascom/Polícia Civil

Maria Selma nega as acusações. | Foto: Ascom/Polícia Civil




A participação da delegada no esquema criminoso foi descoberta no período em que ela foi titular do Departamento de Crimes Contra o Patrimônio da Polícia Civil. Antes disso, Maria Selma foi titular da 16ª Delegacia Territorial (DT/Pituba), em Salvador. Pedro Ivan Matos Damasceno está preso em São Paulo.


Investigações


A apuração das atividades de Maria Selma começou com a Delegada Carla Ramos, então titular da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos, subordinada ao departamento de Maria Selma. Ramos e três investigadores foram inicialmente acusados de tortura, após uma denúncia enviada à Corregedoria da Polícia Civil. Anos depois, os quatro foram absolvidos.


De acordo com o Ministério Público (MP), ela teria falsificado documentos para possibilitar a devolução ilegal de um carro clonado apreendido com membros da quadrilha de Pedro Ivan. Além disso, ela teria introduzido uma pessoa ligada ao grupo criminoso na corporação, fazendo-a passar por policial e ajudando nas ações ilícitas.


Em junho de 2023, o MP informou que a delegada teve a perda da função pública decretada pela Justiça, após ser condenada a oito anos de prisão e multa, pelos crimes de falsificação de documento público, falsidade ideológica, uso de documento falso, denunciação caluniosa, usurpação de função pública e fraude processual.


Além de Maria Selma, Pedro Ivan Matos Damasceno foi condenado a 15 anos e dois meses de prisão por crimes como furto, corrupção ativa, falsificação de documentos e posse ilegal de armas.


Em junho de 2023, o MP informou que a delegada teve a perda da função pública decretada pela Justiça. | Foto: Ascom/Polícia Civil

Em junho de 2023, o MP informou que a delegada teve a perda da função pública decretada pela Justiça. | Foto: Ascom/Polícia Civil



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