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Homens são resgatados de trabalho análogo à escravidão em uma fábrica de carvão em Salvador; veja o vídeo

Jean Mendes, repórter da Cidade Aratu, programa da TV Aratu, esteve no local e conversou um dos trabalhadores explorados

Por Bruna Castelo Branco

Homens são resgatados de trabalho análogo à escravidão em uma fábrica de carvão em Salvador; veja o vídeoCréditos da foto: Divulgação/COPPA

Na manhã desta quinta-feira (2/3), a Companhia de Polícia de Proteção Ambiental (Coppa) e o Ministério Público do Trabalho (MPT) prenderam um homem que produzia carvão ilegal. Durante a operação, os agentes confirmaram que cinco funcionários estavam trabalhando em condições análogas à escravidão. O flagrante aconteceu na divisa entre os bairros Boca da Mata e Cassange, em Salvador.


Jean Mendes, repórter da Cidade Aratu, programa da TV Aratu, esteve no local e conversou um dos trabalhadores explorados, não identificado por questões de segurança e proteção à vítima. "A gente chega, geralmente, às 7h da manhã, toma café e vai enfrentar a batalha. A água que a gente bebe era da Embasa mesmo, da torneira". De acordo com o repórter, alguns trabalhadores interrompiam a jornada antes do fim do dia por sofrerem dores fortes na coluna.


Segundo o tenente Breno Augusto, da Coppa as suspeitas de que funcionários estavam sendo explorados na fábrica surgiram nesta segunda-feira (27/2). Neste dia, equipes da Coppa foram até o local devido a uma investigação de uso de madeira ilegal.


"Hoje, em parceria com o Ministério Público do Trabalho, nós deflagramos essa operação. Viemos aqui, resgatamos, e está de fato constatada a situação, falta de EPI [Equipamento de Proteção Individual], condições bastante insalubres. Agora, a gente vai conduzir o responsável presente, preso em flagrante, e os trabalhadores ficam a cargo do Ministério Público".


O auditor Mário Diniz, do MPT, disse que, segundo a apuração do órgão, os trabalhadores, que estavam também em situação de informalidade, ganhavam R$ 0,16 por cada saco de carvão produzido:


"Essas pessoas, por trabalhar por produção, além de auferir uma renda ínfima, trabalhavam de forma exaustiva, sem intervalo, motivados pelo acordo desigual na sua remuneração para trabalhar o máximo possível. Evidentemente, isso gera todas as condições de precarização do trabalho, desrespeito às condições mínimas de salubridade, de proteção, não tem EPI, não tem local de refeição, a própria água está contaminada pela fuligem do carvão. Inclusive, em um lugar desse, com grande risco de incêndio, não há nenhum equipamento de combate ao incêndio".


Os trabalhadores resgatados, de acordo com o MPT, vão passar a receber seguro desemprego.


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