Adolescente baleado pela PM no Subúrbio tinha sonho de ser policial e desmente versão da Corporação; "saíram do mato"
Pela versão oficial, os agentes faziam uma operação quando foram atacados por bandidos. Houve revide e um morador, o menino, foi atingido.
O adolescente de 14 anos baleado durante uma ação da Polícia Militar no bairro do Rio Sena, em Salvador, falou pela primeira vez sobre o ocorrido, nesta quarta-feira (4/5). Ele acusa agentes da 18ª Companhia Independente (CIPM/Periperi) pelo crime e desmente a versão oficial dada pela corporação.
"Eu estava descendo a ladeira para avisar minha mãe que iria para a igreja. Na porta de casa, começaram a atirar em mim. Quando minha mãe veio, o policial me chamou de vagabundo [...] Eles estavam no escuro, aí tomei os tiros. Nesse momento, gritei minha mãe, que apareceu [...]", relembrou o jovem.
O menino contou ainda que estava em uma festa e foi até sua casa para levar um pedaço de bolo para a mãe. Foi nesse momento que os policiais apareceram. "Eles me chamaram de vagabundo, dizendo que eu estava com arma. Peguei minha identidade para mostrar a eles", complementou a vítima.
O adolescente, que tinha um sonho de ser policial, foi encaminhado para o Hospital do Subúrbio, de onde recebeu alta na terça-feira (3/5). "No caminho para o hospital eles não falaram nada comigo. Eu tinha um sonho de ser policial, mas não está de pé. Polícia é para proteger". Estou abalado e nervoso. Tive medo de morrer", sustentou.
Pela versão oficial, os agentes faziam uma operação quando foram atacados por bandidos. Houve revide e um morador, o menino, foi atingido. "O único tiroteio foi o que pegou em mim. Eles saíram de dentro do mato. Eu não estava levando armas e drogas. Eu estava com um bolo na mão para entregar à minha mãe", retrucou a vítima.
O adolescente passou por exame de corpo de delito no Departamento de Polícia Técnica e, nesta quinta (5/5), será ouvido junto com outras testemunhas na sede da Corregedoria da PM.
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